{"id":13249,"date":"2024-03-31T08:41:54","date_gmt":"2024-03-31T11:41:54","guid":{"rendered":"https:\/\/radioyoruba.com.br\/?p=13249"},"modified":"2024-03-31T08:41:54","modified_gmt":"2024-03-31T11:41:54","slug":"carioca-atacada-na-alemanha-fala-sobre-agressoes-e-racismo-no-pais-europeu-crime-de-odio","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/radioyoruba.com.br\/2024\/03\/31\/carioca-atacada-na-alemanha-fala-sobre-agressoes-e-racismo-no-pais-europeu-crime-de-odio\/","title":{"rendered":"Carioca atacada na Alemanha fala sobre agress\u00f5es e racismo no pa\u00eds europeu: ‘Crime de \u00f3dio’"},"content":{"rendered":"

A ativista negra Gabi Monteiro e o namorado Dominik Haushahn foram alvos de ataques racistas e agress\u00f5es f\u00edsicas em mar\u00e7o de 2023. Em fevereiro desse ano, tr\u00eas suspeitos do grupo de oito pessoas que atacaram o casal se entregaram \u00e0 pol\u00edcia alem\u00e3. Neste s\u00e1bado (30), ela postou um desabafo sobre o caso.<\/p>\n

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A ativista negra Gabi Monteiro e o namorado Dominik Haushahn foram alvos de ataques racistas e agress\u00f5es f\u00edsicas em mar\u00e7o de 2023. \u2014 Foto: Reprodu\u00e7\u00e3o redes sociais<\/p><\/div>\n

A ativista negra e designer carioca, Gabi Monteiro, que h\u00e1 cinco anos mora em Berlim, na Alemanha, fez um forte relato sobre os ataques racistas que sofreu em uma esta\u00e7\u00e3o de metr\u00f4 da capital alem\u00e3.<\/p>\n

No \u00faltimo s\u00e1bado (30), a carioca comentou em suas redes sociais sobre os ataques que sofreu em mar\u00e7o de 2023. Na ocasi\u00e3o, ela e o namorado, Dominik Haushahn, viram um grupo de oito pessoas fazendo piadas sobre seu cabelo, provocando e humilhando a brasileira por conta da cor de sua pele.<\/p>\n

Al\u00e9m dos atos racistas, seu companheiro acabou agredido fisicamente, ap\u00f3s tentar impedir as humilha\u00e7\u00f5es. Para Gabi, as cicatrizes psicol\u00f3gicas provocadas pelos ataques ainda causam dor.<\/p>\n

“Essa covardia que nos aconteceu foi um crime de \u00f3dio, com tem\u00e1tica racista e sexista e precisa ser nomeada como tal. Foi o pior momento da minha vida”, escreveu Gabi.<\/p>\n

Segundo o jornal alem\u00e3o Berliner Zeitung, tr\u00eas dos oito suspeitos de atacarem o casal se entregaram \u00e0 pol\u00edcia no \u00faltimo dia 27 de fevereiro.<\/p>\n

Crime no metr\u00f4
\nConforme a imprensa alem\u00e3 e os relatos de Gabi Monteiro, os ataques aconteceram no dia 26 de mar\u00e7o de 2023, na esta\u00e7\u00e3o de metr\u00f4 Alexanderplatz.<\/p>\n

Por volta das 18h, o casal seguia em dire\u00e7\u00e3o a regi\u00e3o de Hermannstrasse, quando perceberam a presen\u00e7a no vag\u00e3o de um grupo de oito jovens. Gabi contou que um dos integrantes do grupo come\u00e7ou a fazer piadas sobre ela em voz alta. Eles come\u00e7aram a rir, quando um deles se aproximou e fez coment\u00e1rios agressivos sobre o cabelo da brasileira.<\/p>\n

“Um grupo de 8 pessoas entrou e come\u00e7ou a rir alto, zombando de mim, fazendo coment\u00e1rios agressivos sobre minha apar\u00eancia e meu cabelo. Quando um homem apontou a c\u00e2mera do celular na minha cara e disse: ‘Vou tirar uma foto dela'”, relembrou.
\nJ\u00e1 irritada, Gabi recusou a foto e enfrentou o homem que insistia em zombar dela de forma racista.<\/p>\n

“Todo o grupo come\u00e7ou a nos assediar e a amea\u00e7ar. O homem tentou mais duas vezes tirar uma selfie comigo. Ap\u00f3s sua terceira tentativa, tentei tirar o telefone de sua m\u00e3o. O grupo dizia coisas agressivas como: ‘Em Berlim as coisas n\u00e3o s\u00e3o assim'”, contou Gabi.<\/p>\n

Agress\u00e3o f\u00edsica
\nA coisa piorou quando o vag\u00e3o do metr\u00f4 chegou a esta\u00e7\u00e3o Alexanderplatz. Nesse momento, a brasileira e o namorado tentaram deixar o trem. Contudo, tr\u00eas homens do grupo foram na dire\u00e7\u00e3o deles para agredi-los com socos e chutes.<\/p>\n

“Outros tr\u00eas homens do grupo perseguiram meu parceiro at\u00e9 a plataforma, atingindo-o com v\u00e1rios socos no rosto, at\u00e9 que ele ficou coberto de sangue. Os agressores s\u00f3 pararam porque um estranho interveio”, escreveu Gabi em sua conta no Instagram.<\/p>\n

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Gabi registrou parte do grupo de oito pessoas que atacaram o casal no metr\u00f4 \u2014 Foto: Reprodu\u00e7\u00e3o redes sociais<\/p><\/div>\n

A a\u00e7\u00e3o covarde dos jovens contou ainda com a ajuda de mais duas mulheres que ficaram segurando as portas do metr\u00f4 para que os homens que atacaram o namorado de Gabi pudessem voltar e fugir da esta\u00e7\u00e3o. “Uma experi\u00eancia horr\u00edvel”, lembrou Gabi.<\/p>\n

“O grupo que nos atacou foi sexista, pois ao me identificarem como mulher me objetificaram, gritando sobre meu cabelo, que \u00e9 uma parte do meu corpo que n\u00e3o cabe a ningu\u00e9m categorizar. Eles falaram de mim como se eu estivesse l\u00e1 para divertimento deles”, analisou.
\nMedo e depress\u00e3o
\nOs ataques n\u00e3o deixaram apenas marcas f\u00edsicas em Gabi e em seu namorado. A brasileira relatou que o \u00f3dio daquele grupo fez com que ela tivesse medo de andar pelas ruas de Berlim.<\/p>\n

“(…) Eles devem ser identificados e responsabilizados pelos crimes de \u00f3dio, racismo, sexismo e agress\u00e3o f\u00edsica, pelos danos psicol\u00f3gicos, como depress\u00e3o, ansiedade e medo que venho sofrendo desde ent\u00e3o”, cobrou a carioca.<\/p>\n

Na opini\u00e3o de Gabi, essa \u00e9 uma realidade que afeta a sociedade alem\u00e3. Para ela, o pa\u00eds precisa falar mais sobre o racismo e deve punir as pessoas que agem dessa forma.<\/p>\n

“A desumaniza\u00e7\u00e3o, objetifica\u00e7\u00e3o e coloca\u00e7\u00e3o de pessoas negras em um local de entretenimento n\u00e3o \u00e9 uma ocorr\u00eancia recente, mesmo antes de o regime nazista se estabelecer na sociedade alem\u00e3”<\/p>\n

“A Alemanha \u00e9 o pa\u00eds que escolhi para viver e me proporcionou momentos maravilhosos, mas h\u00e1 pouca discuss\u00e3o p\u00fablica cr\u00edtica sobre o que gera tantos crimes de \u00f3dio neste pa\u00eds. N\u00e3o somos todos iguais. Devemos respeitar as diferen\u00e7as de cada indiv\u00edduo. O grupo que nos atacou precisa aprender a tolerar e respeitar a todos”, completou Gabi Monteiro.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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