Arquivo de Africa - Estação de Radio Yorùbá https://radioyoruba.com.br/category/africa/ Emissora de Radio Yorùbá especializada em candomblé, umbanda e tudo relacionado a cultura afro brasileira Tue, 05 Mar 2024 00:44:42 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.3 https://radioyoruba.com.br/wp-content/uploads/2022/07/LOGO_RADIO_YORUBA_512-75x75.png Arquivo de Africa - Estação de Radio Yorùbá https://radioyoruba.com.br/category/africa/ 32 32 O PRIMEIRO E ÚNICO SAMURAI AFRICANO ERA DO POVO BANTU https://radioyoruba.com.br/2024/03/04/o-primeiro-e-unico-samurai-africano-era-do-povo-bantu/ https://radioyoruba.com.br/2024/03/04/o-primeiro-e-unico-samurai-africano-era-do-povo-bantu/#respond Tue, 05 Mar 2024 00:44:42 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=13135 Primeiro samurai estrangeiro de todos, Yasuke foi trazido da África pelos jesuítas e tornou-se guarda-costas do grande daimiô Oda Nobunaga Quando se fala no povo japonês ou no próprio japão vem logo a mente, os grandes samurais. E até se imagina que no meio de tantas tradições secretas desse povo enigmático, houvesse algum impedimento para […]

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Primeiro samurai estrangeiro de todos, Yasuke foi trazido da África pelos jesuítas e tornou-se guarda-costas do grande daimiô Oda Nobunaga

Foto Reprodução Buzzfeed

Quando se fala no povo japonês ou no próprio japão vem logo a mente, os grandes samurais. E até se imagina que no meio de tantas tradições secretas desse povo enigmático, houvesse algum impedimento para um homem negro vindo da áfrica se tornar um samurai.

Yasuke o primeiro e único samurai negro da história, nasceu pelos meados de 1555 a 1566, e segundo alguns historiadores, acredita-se que ele era da Angola ou da Etiópia, e também muito provavél que tenha sido um macua, um povo originário de Moçambique.

Seu nome também é um mistério para alguns pesquisadores, e existem algumas teorias que são: a Palavra Yaos que vem do povo Bantu, mais o termo japonês masculino chamado de suke. Então ficaria Yasuke. Ou mesmo Isaque, um nome cristão dados pelos seus senhores cristãos, como se ele fosse um etíope.

Ilustração de Yasuke – foto reprodução domínio público

Yasuke chegou ao Japão em 1579. Começou atuando como assistente do jesuíta italiano Alessandro Valignano. A sua pele negra chamou logo a atenção dos japoneses e logo não passaria despercebido pelo grande Oda Nobunaga.

Oda Nobunaga foi um daimiô, dono de terras com grande poder político, filho de um guerreiro importante do Japão. Guerreiro esse conhecido pela frase “se o pássaro não canta, eu mato”.

E quando o daimiô viu aquele homem negro, alto, com forte estatura física, um gigante para os padrões japoneses da época, logo Yasuke foi recrutado como seu guarda-costas.

Foto reprodução Internet

Quando se tornou samurai, após longo período de treinamento em 1581, trabalhou como guarda do castelo de Nobunaga. E logo a fama de Yasuke se espalhou como de um guerreiro gigante e indestrutível, com a força de dez homens. Aprendeu a falar fluentemente japonês e lhe foi concedido a honra de ser o portador da espada de Nobunaga.

Nobunaga havia recentemente unificado a metade do japão e conquistado estabilidade com seus opositores. Eram três grandes clãs – Hojo, Chosokabe e Shimazu – que assumidamente eram contra ao seu domínio.

O grande golpe e a queda de Nobunaga.
Em 21 de junho de 1582, o general Akechi Mitsuhide contra seu mestre Nobunaga, enviando um exército contra o templo Honno-ji. E como a vitória era impossível, Nobunaga cometeu seppuku – suicídio ritual.

Yasuke não pensou duas vezes e se juntou com o filho de seu mestre. Ele lutou ao lado do herdeiro por um longo tempo, mas não foi o suficiente para salvar seu mestre. Yasuke, sem ter para onde ir, se juntou ao lado do inimigo ao invés de cometer o suicídio de honra, pois ele seguiu o costume ocidental e ofereceu seus serviços a Mitsuhide. O general esnobou, o chamando de fera que “não sabia de nada”.

Mitsuhide o general traidor, manteve o xugunato por apenas 13 dias. Ele morreria misteriosamente em junho, assassinado na estrada. Se especula que o próprio Yasuke o matou. O poder passaria para outro general de Nobunaga, Toyotomi Hideyoshi. Enquanto o Yasuke, voltou a servir os jesuitas. Apartir daí nunca mais se ouviu falar dele.

Representação na cultura pop
Em 2021, a história de Yasuke foi adaptada para uma série da Netflix. Levando o nome do samurai negro, a produção de LeSeanThomas é adaptada para uma realidade alternativa fantástica no Japão feudal.

A série conta a trajetória de um ex-samurai de origem africana que precisa empunhar novamente sua espada para proteger uma garota misteriosa contra as forças do mal.

Referências: Pesquisador Thomas Lockey. Alessandro Valignano — Visitador das Missões nas Índias, segundo Michael Cooper em ‘They Came to Japan: An Anthology of European Reports on Japan, 1543–1640’.
Fonte inicial: pt.wikipedia.org

Autor: Eduardo F. Coelho

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Descendentes de Ìjẹ̀ṣà no Brasil comemoram o dia de Ọ̀wá Adímúlà, desfile no carnaval de 2024 https://radioyoruba.com.br/2024/01/30/descendentes-de-ijesa-no-brasil-comemoram-o-dia-de-owa-adimula-desfile-no-carnaval-de-2024/ https://radioyoruba.com.br/2024/01/30/descendentes-de-ijesa-no-brasil-comemoram-o-dia-de-owa-adimula-desfile-no-carnaval-de-2024/#respond Tue, 30 Jan 2024 22:09:51 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=13002 O coração de São Paulo, Brasil, pulsava com os ritmos vibrantes das tradições iorubás enquanto os descendentes de Ijesa, uma das origens iorubás mais celebradas do país, se reuniam para comemorar o Dia de Owa Adimula. As ruas de Tamanduateí tornaram-se uma tela viva, adornada com as expressões culturais de Obokun, origem Ijesa no Brasil. […]

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O coração de São Paulo, Brasil, pulsava com os ritmos vibrantes das tradições iorubás enquanto os descendentes de Ijesa, uma das origens iorubás mais celebradas do país, se reuniam para comemorar o Dia de Owa Adimula. As ruas de Tamanduateí tornaram-se uma tela viva, adornada com as expressões culturais de Obokun, origem Ijesa no Brasil. Esta grande celebração, realizada no dia 27 de janeiro, testemunhou uma convergência de iorubás brasileiros e nigerianos, com convidados ilustres, incluindo Oba (Ogboni) Adekunle Aderonmu, o Senhor mundial de Ogboni Iwashe, e vários dignitários estimados.

Foto reprodução br.pinterest.com

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As festividades ressoaram com o espírito vibrante do povo Ijesa, criando uma atmosfera onde o património cultural e a unidade intercultural ocuparam o centro das atenções. O evento não foi apenas uma celebração da identidade, mas também um testemunho da rica tapeçaria tecida pelos descendentes Ijesa no Brasil.

Foto reprodução br.pinterest.com

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O encontro apresentou uma mistura das culturas brasileira e iorubá, destacando a importância de manter conexões com raízes ancestrais e ao mesmo tempo abraçar as diversas influências da diáspora. Famílias descendentes de Ijesa, tanto brasileiras quanto nigerianas, se reuniram em uma celebração alegre que reverberou com música, dança e um profundo senso de comunidade.

Foto reprodução br.pinterest.com

Um dos participantes notáveis ​​foi Oba (Ogboni) Adekunle Aderonmu, o reverenciado Senhor mundial de Ogboni Iwashe. A sua presença acrescentou um toque majestoso à ocasião, sublinhando a importância da continuidade cultural e da unidade entre as comunidades iorubás através das fronteiras. Ao discursar na reunião, Oba Adekunle Aderonmu enfatizou a importância de dar as mãos para celebrar o Dia de Ijesa no Brasil, expressando sua conexão de longa data com esta tradição anual.

Foto reprodução br.pinterest.com

“É importante que também nos juntemos às nossas famílias iorubás para celebrar o Dia de Ijesa no Brasil. Já faz um bom tempo que faço parte desta celebração anual. Obokun Agbe wa!” proclamou o Senhor Ogboni Iwashe. As suas palavras ecoaram o sentimento de unidade e herança partilhada, reforçando os laços culturais que perduram para além das fronteiras geográficas.

A celebração também recebeu a defensora da arte e da cultura brasileira, Lili Brito, e vários outros dignitários que reconheceram a importância de preservar e promover a rica diversidade cultural presente no Brasil. A fusão das artes brasileira e iorubá criou uma história dinâmica que apresentou a evolução da narrativa dos descendentes Ijesa.

Foto reprodução br.pinterest.com

O desfile que se seguiu durante o Carnaval exemplificou ainda mais a fusão cultural. Adornados com trajes coloridos inspirados nas tradições Ijesa, os participantes dançaram alegremente ao som das batidas rítmicas, tornando-se um espetáculo vibrante para os espectadores. Os descendentes Ijesa demonstraram orgulho pela herança Obokun, entrelaçando-a com a exuberância das tradições do Carnaval brasileiro.

À medida que a procissão serpenteava pelas ruas, os ecos dos cantos iorubás e do samba brasileiro criavam uma mistura harmoniosa, simbolizando a fusão de duas ricas heranças culturais. O Carnaval tornou-se uma tela viva, ilustrando a resiliência e o dinamismo dos descendentes Ijesa no Brasil enquanto exibiam com orgulho sua identidade cultural.

No meio da celebração, os laços familiares foram fortalecidos e um sentimento de pertencimento impregnou o ar. Os descendentes Ijesa no Brasil não apenas comemoraram o Dia de Adimula, mas também afirmaram seu compromisso em preservar e transmitir o legado cultural às gerações futuras.

Fonte: ancestrals

Texto adptado: Eduardo de Oxalá

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[FESTIVAL] PRÉ-AMP 2024 https://radioyoruba.com.br/2024/01/26/festival-pre-amp-2024/ https://radioyoruba.com.br/2024/01/26/festival-pre-amp-2024/#respond Fri, 26 Jan 2024 20:26:31 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=12997 O festival musical Pré-AMP 2024 está com inscrições abertas para o Palco Escola e a Mostra Competitiva. Até às 17h do dia 11 de janeiro, o público poderá se inscrever gratuitamente, no perfil do evento no Instagram (oficial_amp), para participar de oficinas e workshops do Palco Escola. No dia 21 é a vez de garantir […]

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Mix de manguebeat e grafite povoam a identidade visual do evento
ILUSTRAÇÃO DESIGN DE NOELLE MARÃO SOBRE ILUSTRAÇÃO DO ARTISTA GUGA BAYGON

O festival musical Pré-AMP 2024 está com inscrições abertas para o Palco Escola e a Mostra Competitiva. Até às 17h do dia 11 de janeiro, o público poderá se inscrever gratuitamente, no perfil do evento no Instagram (oficial_amp), para participar de oficinas e workshops do Palco Escola. No dia 21 é a vez de garantir inscrição na Mostra Competitiva, que selecionará oito artistas e bandas de todo o Estado para tocar nos dias 2 e 3 de fevereiro, no Cais da Alfândega. Os escolhidos dividirão palco com artistas consagrados no cenário nacional. A banda ou artista vencedor leva como prêmio a gravação de um EP e um produto audiovisual.

Nesta 21ª edição, o evento presta homenagem às manifestações culturais periféricas, local de inovação onde nascem sons, ritmos, narrativas e modelos de gravação e distribuição únicos. O tema escolhido, Não espere nada do Centro se a Periferia está morta, é verso escrito por Fred 04 para a música Destruindo a camada de ozônio (Mundo Livre S/A).

Na Casa AMP Criativa, na Rua do Príncipe, 225, Boa Vista, serão oferecidas oficinas de Beatmaker (Thiago Honorato, 15 a 19 de Janeiro, 14h às 18h), Sonorização (Marcão Negreiros, 22 a 26 de Janeiro, 14h às 18h), Iluminação (Natalie Revoredo, 22 a 26 de Janeiro, 18h às 22h), Roadie (Wally Nunes e Jailson Barbosa, 29 a 3 de fevereiro, 14h às 18h) e Impulsionamento ( George Wanderley, 29 a 02 de fevereiro, 18h às 22h).

Entre os workshops, Coordenação de Backstage (Roberta Barbosa, 15 de Janeiro, 18h às 22h), Portfólio para técnicos e artistas (Roze Ferreira, 16 de Janeiro, 18h às 22h), Marketing Digital (Eudes Ciriano, 17, 18 e 19 de Janeiro, 18h às 22h), Direção de Palco (Fábio Cavalcanti e Albert Agni, 30 de Janeiro, 18h às 22h) e Passagem de Som (Félix Cavalcanti e Fabrício Nunes, 31 de Janeiro, 18h às 22h). No mesmo local das oficinas.

O festival é realizado pela Articulação Musical Pernambucana, com apoio da Prefeitura do Recife e Governo de Pernambuco.

SERVIÇO

Festival Pré-AMP 2024

Mostra Competitiva: 02 e 03 de fevereiro de 2024, no palco do Cais da Alfândega (bairro do Recife), a partir das 17h.

Palco Escola: 15 de Janeiro a 29 de fevereiro, na Casa AMP CRIATIVA (Rua do Príncipe, 225, Boa Vista).

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Mas será o Benedito? Quem foi Benedito Meia-Légua, terror dos escravagistas anos antes da abolição https://radioyoruba.com.br/2022/12/30/mas-sera-o-benedito-quem-foi-benedito-meia-legua-terror-dos-escravagistas-anos-antes-da-abolicao/ https://radioyoruba.com.br/2022/12/30/mas-sera-o-benedito-quem-foi-benedito-meia-legua-terror-dos-escravagistas-anos-antes-da-abolicao/#respond Fri, 30 Dec 2022 19:20:29 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=10950 Usada para expressar o sentimento de uma situação desagradável, a expressão “Mas será o Benedito?” costumava ter seu surgimento explicada pela expectativa sobre a nomeação de Benedito Valadares como interventor de Minas Gerais pelo então presidente Getúlio Vargas, em 1933. Historiadores, no entanto, comprovam que a frase já era usada anos antes, vista em jornais […]

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Usada para expressar o sentimento de uma situação desagradável, a expressão “Mas será o Benedito?” costumava ter seu surgimento explicada pela expectativa sobre a nomeação de Benedito Valadares como interventor de Minas Gerais pelo então presidente Getúlio Vargas, em 1933. Historiadores, no entanto, comprovam que a frase já era usada anos antes, vista em jornais e mesmo em músicas em 1930 e 1931 e mesmo antes: atualmente, novas pesquisas sugerem que a origem da expressão, ainda hoje popular em muitas partes do Brasil, remonta a um importante líder negro, que lutou contra os escravocratas no século XIX e tornou-se lenda por sua força e coragem: Benedito Meia-Légua.

Benedito Meia-Légua foi um dos grandes líderes na resistência negra no Brasil escravocrata

Seu nome de batismo era Benedito Caravelas, nascido como escravizado no município de Villa Nova do Rio de Sam Matheus, hoje simplesmente São Matheus, no Espírito Santo, em 1805. Suas constantes viagens pelo nordeste, no entanto, lhe conferiram o apelido que se tornaria sinônimo de terror entre os fazendeiros escravagistas por toda a região: Benedito Meia-Légua era de tal forma temido, e sua força e resistência eram tamanhas, que a mitologia ao seu redor questionava se ele, depois de tantas rebeliões, prisões, fugas e ressurgimentos na luta pela libertação da população escravizada, principalmente ao norte do seu estado, não seria imortal.

A explicação, reza a lenda, estaria na proteção que São Benedito conferia especialmente ao líder, que invadia senzalas, saqueava fazendas e libertava a população negra aprisionada utilizando verdadeiras estratégias de guerra – como dividir os revoltosos em pequenos grupos para evitar grandes capturas e permitir ataques simultâneos em diferentes pontos ou mesmo fazendas, bem como vestir cada líder exatamente como ele. Não era por acaso, portanto, que a cada notícia de que havia sobrevivido e fugido, quando surgia uma nova rebelião, vinha também a pergunta: “Mas será o Benedito?”.

A igreja de São Benedito, em São Mateus, no início do século

Uma de suas mais lendárias fugas se deu após ser carregado para São Mateus amarrado pelo pescoço e arrastado por um capitão-do-mato montado a cavalo. Em seguida, um grupo de negros aprisionados foi obrigado a surrá-lo, e Benedito foi dado como morto. Seu corpo foi guardado dentro da igreja de São Benedito, para ser sepultado: no dia seguinte, porém, só havia marcas de sangue e pegadas, mas nem sinal do líder. Benedito Meia-Légua só morreria velho e mancando de uma perna, por conta da traição de um caçador, que denunciou seu esconderijo, em um tronco oco de árvore, onde dormia. O grupo que o caçava, após vê-lo entrar, tapou o tronco e ateou fogo na árvore por dois dias e duas noites.

A mesma igreja de São Benedito, hoje

O quilombo liderado por Meia-Légua resistiu por aproximadamente quarenta anos, mas seu espírito permanece, bem como permanece a expressão, que, ao invés de evocar algo desagradável, como sugere sua aplicação mais comum, pode, na verdade, servir para celebrar as mais importantes lutas – e uma promessa de liberdade. As informações para a presente história vieram da Wikipédia e de post no perfil Thaciano Almuharib, Ativista do M.N.U., Pan Africanista e Dir. Políticas Públicas/ Sinthoress CUT, no Facebook.

Redator: Victor Paiva

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Seleções africanas disputam Copa com técnicos locais pela primeira vez em 92 anos https://radioyoruba.com.br/2022/11/23/selecoes-africanas-disputam-copa/ https://radioyoruba.com.br/2022/11/23/selecoes-africanas-disputam-copa/#respond Wed, 23 Nov 2022 12:59:56 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=8909 Os cinco países africanos que disputam a Copa do Mundo de 2022, ao contrário dos anos anteriores, apostam em treinadores nacionais; em 2018, apenas o senegalês Aliou Cissé e o tunisiano Nabil Maâloul eram locais Texto: Pedro Oliveira | Edição: Elias Santana Malê | Colagem: Vinícius de Araújo/Alma Preta Em meio às críticas provocadas pela […]

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Os cinco países africanos que disputam a Copa do Mundo de 2022, ao contrário dos anos anteriores, apostam em treinadores nacionais; em 2018, apenas o senegalês Aliou Cissé e o tunisiano Nabil Maâloul eram locais

Texto: Pedro Oliveira | Edição: Elias Santana Malê | Colagem: Vinícius de Araújo/Alma Preta

Foto reprodução/Copa do mundo 2022

Em meio às críticas provocadas pela falta de inclusão, violação aos Direitos Humanos e o recente caso de LGBTfobia com relação às braçadeiras “One Love” (um amor) proibidas pela Fifa, a Copa do Mundo de 2022, no Catar, marca uma fase histórica para os cinco países africanos que disputam a competição. Pela primeira vez no Mundial, todas as Seleções serão comandadas por técnicos do próprio continente. Na edição passada, em 2018, apenas Senegal e Tunísia eram comandadas por técnicos locais.

Aliou Cissé (Senegal), Jalel Kadri (Tunísia), Walid Regragui (Marrocos), Rigobert Song (Camarões) e Otto Addo (Gana) são os cinco treinadores que rompem o padrão vivido durante esses 92 anos de Copa do Mundo. Cabe lembrar que a primeira edição do mundial aconteceu em 1930, mas não contou com nenhum país da África na disputa. Isso só veio a acontecer quatro anos depois na Itália, em 1934, quando o Egito tentou o título.

As Seleções Africanas que disputavam a Copa do Mundo apostavam tradicionalmente em treinadores europeus. No entanto, o resultado das equipes não foi tão satisfatório ao longo desses anos: até o momento, nenhum time do continente conseguiu chegar às semifinais do mundial. Na última edição do torneio na Rússia, em 2018, por exemplo, o efeito foi ainda mais crítico porque nenhuma seleção conseguiu avançar na fase de grupos, a primeira etapa do campeonato.

Os talentos da casa agora são as grandes apostas das Seleções Africanas para brigar pelo título de Melhor do Mundo em 2022. Com exceção de Jalel Kadri, treinador da Tunísia, todos os outros técnicos são ex-jogadores. O país, aliás, teve sua estreia na Copa do Mundo do Catar nesta terça-feira (22), quando empatou em 0 a 0 com a Dinamarca.

Aliou Cissé (Senegal)

Aliou Cissé fez sua estreia na Copa do Mundo da Coreia do Sul e do Japão, em 2002, quando ainda era jogador da Seleção Senegalesa. O ex-atleta jogou duas edições da Copa Africana de Nações e desenvolveu sua carreira na França e na Inglaterra, passando por clubes como Paris Saint-Germain-FRA e Birmingham City-ING. O profissional deixou os gramados no ano de 2009, quando jogava pelo Nîmes-FRA.

Em 2013, estreou como técnico da equipe sub-23 do Senegal. Em 2015, Aliou Cissé assumiu a equipe principal do país, conquistando o título inédito do Campeonato Africano das Nações em 2021. Na Copa do Mundo do Catar, o treinador teve sua estreia nessa segunda-feira (21) contra a Holanda em um jogo em que terminou derrotado por 2 a 0. Nos próximos jogos, a Seleção Senegalesa enfrenta outros times do Grupo A: o anfitrião Catar e o Equador.

Jalel Kadri (Tunísia)

Jalel Kadri possui diversas passagens como treinador em alguns clubes locais da Tunísia, como AS Djerba, AS Kasserine, AS Gabès e US Monastir. Em 2013, ingressou na Seleção Tunisiana como assistente do técnico Nabil Maâloul até outubro daquele ano. Depois de uma longa temporada fora, voltou a ser pela segunda vez assistente técnico da Seleção, que na época era comandada por Mondher Kebaier, demitido após ser eliminado da Copa Africana no início deste ano.

De lá para cá, Jalel Kadri conseguiu a classificação da Tunísia para a Copa do Mundo do Catar e, antes de ser derrotado pelo Brasil em amistoso, em setembro, não tinha acumulado nenhuma derrota. Além da Dinamarca, a Seleção Tunisiana enfrentará ainda França e Austrália.

Walid Regragui (Marrocos)

Apesar de ter nascido na França, Walid Regragui foi lateral-direito da seleção marroquina. O técnico foi recém-contratado, em substituição ao bósnio Vahid Halilhodžić. Apesar de iniciante na carreira como treinador, ele já tem um bom destaque ao conquistar a Liga dos Campeões da CAF 2021, o mais importante torneio de futebol de clubes da África, no comando do Wydad Casablanca-MAR.

Walid Regragui estreia junto com a Seleção Marroquina nesta quarta-feira (23) contra a Croácia. Depois, o time enfrenta Bélgica e Canadá, que completam o Grupo F.

Rigobert Song (Camarões)

Adversário do Brasil no Grupo G da Copa do Mundo do Catar, Rigobert Song terá um grande desafio ao enfrentar também Sérvia e Suíça na fase de grupos da competição. Ele é ex-zagueiro de Camarões e chegou a defender o país nos Mundiais de 1994, 1998, 2002 e 2010.

Rigobert Song participou também de oito edições da Copa Africana de Nações, sendo campeão em 2000 e 2002, e de duas Copa das Confederações, em 2001 e 2003. Estreou como técnico em outubro de 2015, quando comandou durante um mês a Seleção Chadiana de Futebol. Na atual passagem pelo time de Camarões, ele só possui quatro jogos: duas empates e duas derrotas antes do início da Copa do Mundo.

Otto Addo (Gana)

Durante a estreia da Seleção Ganesa na Copa do Mundo em 2006, Otto Addo foi convocado ainda como jogador para atuar no meio-campo. Naquela edição, ele chegou a defender o país na competição em dois jogos. Iniciou a carreira como atleta em 1992, antes mesmo de completar 17 anos.

Antes de se aposentar, em 2008, devido à lesões, Otto Addo passou por diversos clubes da Alemanha, como Hannover 96, Borussia Dortmund, Mainz 05 e Hamburgo.

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20 de novembro – Dia da Consciência Negra https://radioyoruba.com.br/2022/11/20/20-de-novembro-dia-da-consciencia-negra/ https://radioyoruba.com.br/2022/11/20/20-de-novembro-dia-da-consciencia-negra/#respond Sun, 20 Nov 2022 11:24:58 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=8736 O Dia Nacional da Consciência Negra é comemorado em 20 de novembro, dia da morte de Zumbi dos Palmares, e reivindica essa figura histórica como símbolo de resistência. Por: Brasil Escola “O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, foi instituído oficialmente pela Lei nº 12.519, de 10 de […]

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O Dia Nacional da Consciência Negra é comemorado em 20 de novembro, dia da morte de Zumbi dos Palmares, e reivindica essa figura histórica como símbolo de resistência.

Por: Brasil Escola

“O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, foi instituído oficialmente pela Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011. A data faz referência à morte de Zumbi, o então líder do Quilombo dos Palmares – situado entre os estados de Alagoas e Pernambuco, na Região Nordeste do Brasil.

Zumbi foi morto em 1695, na referida data, por bandeirantes liderados por Domingos Jorge Velho. Atualmente existe uma série de estudos que procuram reconstituir a biografia desse importante personagem da resistência à escravidão no Brasil.”

Por que dia 20 de novembro?
A data de sua morte, descoberta por historiadores no início da década de 1970, motivou membros do Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial, em um congresso realizado em São Paulo, no ano de 1978, a elegerem a figura de Zumbi como um símbolo da luta e resistência dos negros escravizados no Brasil, bem como da luta por direitos que os afro-brasileiros reivindicam.

Com isso, o 20 de novembro tornou-se a data para celebrar e relembrar a luta dos negros contra a opressão no Brasil. Por essa razão, o Treze de maio, data em que a abolição da escravatura aconteceu, foi deixado de escanteio. O argumento utilizado é que o Treze de maio representa uma “falsa liberdade”, uma vez que, após a Lei Áurea, os negros foram entregues à própria sorte e ficaram sem nenhum tipo de assistência do poder público.

Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/0b/Ant%C3%B4nio_Parreiras_-_Zumbi_2.jpg

“Essa sugestão orienta-se por uma das determinações da Lei Nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que afirma o seguinte: “O conteúdo programático […] incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.”

Mas afinal, quem, de fato, foi Zumbi dos Palmares? Essa é uma pergunta complexa de se responder, uma vez que as fontes e evidências a respeito da vida desse personagem histórico são raras. O que os historiadores sabem atualmente é que Zumbi dos Palmares foi um dos líderes do maior quilombo da história do Brasil, o Quilombo dos Palmares.

Alguns fatos da vida de Zumbi dos Palmares que eram tidos como certos décadas atrás atualmente são questionados pelos historiadores pela falta de fontes e por informações imprecisas levantadas por alguns dos estudos feitos no passado. Algo atestado de modo quase unânimo por historiadores é que Zumbi nasceu no Quilombo dos Palmares.

Durante décadas, consolidou-se a versão escrita por um jornalista chamado Décio Freitas, que falava que Zumbi nasceu em Palmares, mas foi sequestrado ainda criança e criado por um padre. Na adolescência, Zumbi teria fugido, retornado ao quilombo e se tornado um importante general que defendeu Palmares dos bandeirantes.

Essa versão atualmente não tem o respaldo da historiografia, pois se embasa em documentos a que somente o autor do livro teve acesso. Inúmeros estudos sobre Zumbi foram realizados e todos esbarram na falta de evidências históricas para sustentar algumas das conclusões realizadas. As análises recentes, porém, apontam para a forma como diferentes versões de Zumbi foram construídas e seus usos políticos.

Laurentino Gomes afirma que a atual imagem de Zumbi é uma construção idealizada a partir do final do século XIX pelo movimento abolicionista. Nessa construção, Zumbi transformou-se no “herói das lutas pela liberdade, não só dos escravos e negros, mas também dos camponeses, índios, das minorias”|2|. Foi essa imagem que esteve por trás de todas as conquistas recentes do movimento negro e, ainda hoje, ela está em vigor.

O que o Dia da Consciência Negra representa?
Além das questões que envolvem Zumbi e o Quilombo dos Palmares, o Dia da Consciência Negra é uma data significativa, pois traz à luz questões importantes: o racismo e a desigualdade da sociedade brasileira. É uma data que relembra a luta dos africanos escravizados no passado e que reforça a importância da realização de novas lutas para tornar a nossa sociedade mais justa.”

“O Dia da Consciência Negra é importante para relembramos que a nossa sociedade foi construída por meio da escravidão. Por mais que melhorias e mudanças tenham acontecido, a falta de oportunidades para a população negra, o racismo presente nos detalhes do cotidiano e as tentativas de apagamento de cultura africana evidenciam que ainda temos um longo caminho a ser trilhado. É disso que se trata o Dia da Consciência Negra.

Alguns indicativos podem nos ajudar a entender o problema do racismo no Brasil, já que inúmeras pesquisas a respeito disso tem sido realizadas nos últimos anos. Em um levantamento realizado após as eleições de 2018, somente 4% dos políticos eleitos para o Legislativo autodeclaram-se negros. A pesquisa indicou que, entre deputados distritais, estaduais, federais e senadores, somente 65 dos 1626 eleitos declaravam-se negros |3|.

Outros dados apontam que cerca de 56% da população autodeclara-se negra (pretos ou pardos) |4|, mas, entre os mais ricos, os negros representam somente 17,8% |5|. Em contrapartida, os negros representam 75% dos mais pobres, além de corresponderem à maioria dos presos no Brasil: 65% |6|.

Além disso, os negros são mais condenados que os brancos quando são processados por posse de drogas. No entanto, paradoxalmente, eles são apreendidos com doses menores de substâncias ilícitas em relação a condenados brancos |7|. Não só a justiça demonstra ser mais rigorosa contra os negros, mas a polícia também, uma vez que 76% dos mortos pela polícia são negros |8|.

Também é válido mencionar que, no mercado de trabalho, os negros também sofrem com o preconceito, pois, recebem, em média, 1200 reais a menos em comparação com os trabalhadores brancos |9|. Até no desemprego, os negros sofrem mais, uma vez que mais de 60% dos desempregados são negros |10|.

O racismo foi tão impregnado na cultura do brasileiro que até no vocabulário ele se manifesta. Expressões como “da cor do pecado”, “denegrir”, “mulato”, “cabelo ruim” (para se referir ao cabelo crespo), entre outras tantas, denotam claramente o racismo e surgiram do legado dos mais de 300 anos de escravidão no Brasil.

A cultura religiosa oriunda dos negros africanos também sofre bastante com o preconceito no Brasil. Na década de 1930, as chamadas religiões de matriz africana eram proibidas no Brasil. Atualmente, apesar de a Constituição prever a liberdade religiosa, o que se vê em nosso país é que as religiões de matriz africana são intensamente perseguidas. Um fenômeno recente são as ações de vandalismo cometidas contra terreiros nos quais se praticam os encontros de umbanda e do candomblé.

Até na escola, há enorme resistência com a cultura africana, pois há pais de alunos que se recusam a permitir que seus filhos tenham acesso a conhecimentos e saberes relativos às culturas de origem africana. Até mesmo professores, muitas vezes, recusam-se a ministrar os assuntos relacionados com a cultura afro-brasileira para os alunos, apesar de existir uma lei que os obrigue a fazê-lo.”

“Por Me. Cláudio Fernandes e Daniel Neves”

“Notas:

|1| GOMES, Laurentino. Escravidão: do primeiro leilão de cativos em Portugal até a morte de Zumbi dos Palmares – Volume 1. Rio de Janeiro: Globo Livros, 2019, p. 422.

|2| Idem, p. 427.

|3| País elegeu apenas 4% de parlamentares negros.

|4| Número de brasileiros que se declaram pretos cresce no país, diz IBGE.

|5| IBGE: negros são 17% dos mais ricos e três quartos da população mais pobre.

|6| Negros representam dois terços da população carcerária brasileira.

|7| Negros são os mais condenados por tráfico e com menos drogas apreendidas.

|8| Racismo institucional leva polícia do Brasil e dos EUA a matar mais negros e pobres.

|9| Negros ganham R$ 1,2 mil a menos que brancos em média no Brasil.

|10| Com crise, desemprego subiu mais entre pretos e pardos, diz IBGE.

O conteúdo 20 de novembro – Dia da Consciência Negra aparece primeiro em Estação de Radio Yorùbá.

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