Fim da escala 6×1? Entenda o movimento que está lutando para acabar com esse modelo de trabalho

As jornadas excessivas podem comprometer a saúde física e mental dos colaboradores, impactando negativamente a produtividade das equipes e os resultados da empresa. Com esse excesso de trabalho, algumas discussões tem surgido sobre o fim da escala 6×1.

A jornada 6×1, para muitos movimentos e colaboradores, é considerada uma jornada excessiva e desequilibrada. Por isso, foi criada uma petição online que solicita à Câmara dos Deputados uma revisão desta escala.

Uma pesquisa da OMS (Organização Mundial da Saúde) revelou que o trabalho em excesso pode levar a doenças graves e até morte. Segundo o estudo, mais de 4% dos trabalhadores brasileiros estão expostos a longas jornadas.

O que é a escala 6×1?
A escala 6×1 é aquela em que o colaborador trabalha por 6 dias e tem 1 dia de folga. Nesta jornada, o funcionário pode trabalhar 8 horas de segunda a sexta e 4 horas no sábado, folgando no domingo, totalizando as 44 horas de trabalho semanais permitidas pela CLT.

Quais estabelecimentos usam a escala 6×1?
Muitos segmentos do mercado adotam a escala 6×1, principalmente os que precisam funcionar aos finais de semana. Conheça alguns dos estabelecimentos que normalmente seguem essa jornada:

Comércio;
Restaurantes;
Supermercados;
Telemarketing;
Farmácias.

O que diz a CLT sobre a escala 6×1?
A CLT não tem nenhuma diretriz específica quanto à escala 6×1, no entanto, essa jornada segue a carga horária de outros modelos, com 44 horas semanais. Na escala 6×1, a empresa costuma dividir a jornada entre 8 horas de segunda a sexta e 4 horas no final de semana ou 7h20 por 6 dias. Entretanto, muitas dúvidas surgem a partir das folgas e do trabalho no feriado em escalas 6×1.

Nos feriados, a empresa deve fazer uma negociação com o colaborador, sabendo que não é obrigatória a concessão de folga em pontos facultativos e, em feriado oficial. Sendo assim, se não for trabalho essencial, o funcionário tem direito a se ausentar.

Já as folgas, podem ser concedidas em qualquer dia da semana, sendo que, a cada 7 ou 4 semanas, a folga deve ser concedida em um domingo, conforme o sindicato dos trabalhadores.

A escala 6×1 vai acabar?
O fim da escala 6×1 é uma discussão que partiu de um vídeo no TikTok, publicado em setembro de 2023 pelo influenciador e ex-balconista de farmácia Ricardo Azevedo.

A partir desta publicação, o Movimento VAT (Vida Além do Trabalho), em que Ricardo é líder, solicitou uma revisão da CLT e abriu uma petição online pedindo o fim da escala 6×1.

A petição já conta com mais de 500 mil assinaturas, o que pode motivar para que o fim da escala 6×1 seja debatido na Câmara, visto que ganhou apoio de alguns deputados nos últimos meses.

Como o Movimento VAT começou?
Nascido em Tocantins e morador do Rio de Janeiro há 10 anos, Rick aos 30 anos estava cansado da escala 6×1 que o trabalho de balconista de farmácia lhe proporcionava. Em paralelo, também conciliava os trabalhos de influencer no Tik Tok onde comentava as novidades do mundo pop – mas nenhuma live repercutiu tanto quanto o vídeo que ele publicou no dia 13 de setembro de 2023.

“Era uma segunda-feira quando eu estava de folga e decidi gravar um vídeo. Era o único dia que eu tinha de descanso em uma semana. Esse era o único dia em que eu poderia marcar um médico, arrumar a casa ou ir à praia. Eu já estava inconformado com essa escala desumana de 6×1 em pleno período que vigora o CLT, quando a minha coordenadora me ligou e me estimulou ainda mais a desabafar”.

Na ligação a coordenadora pediu para Rick entrar mais cedo no dia seguinte – a mudança de horário encurtou o seu único dia de folga. “Costumava entrar às 14h30, ou seja, contava com o descanso da manhã seguinte, que me foi tirado também”, disse Rick.

O vídeo foi publicado no dia 13 de setembro na parte da manhã, enquanto Rick ia ao trabalho. Com o celular desligado durante o expediente, o balconista só se deu conta da repercussão que o seu vídeo tomou na internet quando ligou o celular e viu milhares de mensagens chegando. “Vi notificações por todo o lado. Muita gente repercutindo e dizendo que a escala 6×1 é um absurdo, inclusive muitos advogados”.

A proposta do Movimento VAT
O que Rick defende por meio do Movimento VAT é uma escala 4×3 (trabalha 4 dias e folga 3) que já está sendo testada em vários países, inclusive no Brasil.

Para Roberta Rosenburg, CEO e co-fundadora F.Lead, consultoria de desenvolvimento de pessoas, a escala 4×3 pode não ser a ideal para o momento. “Felizmente, hoje, falamos muito sobre sanidade mental no trabalho, mas acredito que a escala 4×3 não seja o caminho ideal para as empresas e tampouco para funcionários. Uma escala 5X2 seria a melhor opção e mais fácil de ser absorvida”.

A origem do trabalho 4×3
Este movimento, impulsionado pelas redes sociais, tem raízes prévias na Europa, onde discussões sobre a implementação de uma jornada de trabalho de quatro dias, sem redução salarial, já ocorrem há algum tempo, afirma Kalyani Madhusudanan, sócia da NAGY, consultoria de Recursos Humanos.

“Entre 2015 e 2019, a Islândia liderou o maior projeto piloto global, experimentando uma semana de trabalho de 35 a 36 horas, sem impacto nos salários tradicionais de 40 horas. O diálogo ganhou maior ímpeto durante a pandemia da COVID-19, com trabalhadores e empregadores reconsiderando modelos laborais”.

Países como Bélgica, Reino Unido e Suécia já adotam essa prática, trazendo benefícios que incluem mais tempo para lazer, cultura, qualificação e, crucialmente, melhorias na saúde mental dos trabalhadores, que enfrentam desafios crescentes como depressão, distúrbios do sono e burnout.

Quais são os motivos para as manifestações a favor do fim da escala 6×1?
Os pedidos referentes ao fim da escala 6×1 são motivados principalmente pela criação de políticas benéficas aos colaboradores, evitando jornadas de trabalho excessivas. A seguir, confira alguns dos principais motivos que levam às manifestações pedindo a extinção deste modelo de jornada.

Maior equilíbrio entre vida profissional e pessoal
O fim da escala 6×1 pode proporcionar maior equilíbrio entre vida profissional e pessoal do colaborador, uma vez que haverá uma redução da carga horária de trabalho, dando mais tempo para ele se dedicar a atividades fora do trabalho.

Flexibilidade de jornada
Com o fim da escala 6×1, existe uma flexibilidade maior quanto a negociações do tempo de trabalho e de jornada. Com isso, a empresa pode adotar uma escala de apenas segunda a sexta ou dias com 6 horas de trabalho, tentando obter um equilíbrio nesta jornada, o que não é possível no modelo 6×1.

Maior foco no bem-estar dos colaboradores
O fim da escala 6×1 também é uma demonstração de que a empresa está focada no bem-estar dos colaboradores, com jornadas mais flexíveis e que prezam por um equilíbrio entre vida pessoal e profissional. A jornada 6×1 é inflexível nos seus dias de trabalho e descanso, podendo levar o colaborador a exaustão, estresse e problemas de saúde física e mental.

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Colaboradores:
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