Arquivo de Cultura - Estação de Radio Yorùbá https://radioyoruba.com.br/category/cultura/ Emissora de Radio Yorùbá especializada em candomblé, umbanda e tudo relacionado a cultura afro brasileira Mon, 01 Apr 2024 21:39:10 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.3 https://radioyoruba.com.br/wp-content/uploads/2022/07/LOGO_RADIO_YORUBA_512-75x75.png Arquivo de Cultura - Estação de Radio Yorùbá https://radioyoruba.com.br/category/cultura/ 32 32 Parque de Esculturas Francisco Brennand reabre ao público https://radioyoruba.com.br/2024/04/01/parque-de-esculturas-francisco-brennand-reabre-ao-publico/ https://radioyoruba.com.br/2024/04/01/parque-de-esculturas-francisco-brennand-reabre-ao-publico/#respond Mon, 01 Apr 2024 21:39:10 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=13256 Considerado um dos mais importantes museus a céu aberto do país, com um acervo de mais de 100 peças, o Parque de Esculturas Francisco Brennand reabriu esta semana para o público. O espaço localizado nos arrecifes do porto da capital pernambucana ganhou novo píer, banheiros, bicicletário e bancos, além de melhorias na estrutura física e […]

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Considerado um dos mais importantes museus a céu aberto do país, com um acervo de mais de 100 peças, o Parque de Esculturas Francisco Brennand reabriu esta semana para o público.

Prefeitura do Recife entrega Parque de Esculturas totalmente requalificado

O espaço localizado nos arrecifes do porto da capital pernambucana ganhou novo píer, banheiros, bicicletário e bancos, além de melhorias na estrutura física e restauro das peças de arte, além da recomposição de outras obras que foram quebradas ou furtadas. A requalificação custou aos cofres públicos mais de R$ 9 milhões.

Segundo a prefeitura do Recife, o Parque agora terá guaritas de segurança com vigilância 24 horas, monitoramento por câmeras de segurança e uma sede administrativa para impedir vandalismos no ponto turístico.

O artista plástico Jobson Figueiredo, co-autor das obras e único artista autorizado a restaurar peças de Brennand, fala do resgate para além das obras. “Falar nesse cartão postal, falar no Brené Eterno, nós estamos falando na nossa cultura que tem que ser eterna, que tem que ser respeitada, a nossa identidade com o cidadão. Então nós, ao refazermos tudo isso, nós temos que entender que estamos reconstruindo a nossa própria memória. É com muito trabalho nós conseguimos fazer”.

O Parque, que tem uma área de 2,6 mil km2, é composto por obras do artista plástico Francisco Brennand, falecido em 2019, que contam, de maneira simbólica através de elementos artísticos, parte da história pernambucana. Ele foi inaugurado como comemoração dos 500 anos de descobrimento do Brasil. Entre as obras, se destacam a Coluna de Cristal, um totem de 32 metros de altura, com flores confeccionadas em bronze, inspirada em uma flor descoberta pelo paisagista Roberto Burle Marx. Outras peças do acervo são ovos, pelicanos, atobás, totens e a escultura da serpente marinha de 22 metros.

Durante a reabertura do parque, a filha de Franciso Brennand, Maria Helena, relembrou o sentimento do pai ainda durante a concepção das obras que iriam ocupar o espaço. “Porque eu sei da importância desse trabalho na vida do meu pai. Trabalhei com ele durante 35 anos. Quem conhecia o papai [sabe que] ele era uma pessoa que quando ele se entusiasmava pelo projeto ele não media esforços. Então ele se apaixonou pelo molhe. Ele se dedicou de corpo e alma para todas essas esculturas, uma a uma. E ele dizia, eu vou criar meu próprio paraíso, paraíso mitológico, cheio de simbolismos, de cristas, de ídolos”.

O parque vai funcionar de terça a sexta, das 10h às 17h, e sábado e domingo das 9h às 18h, com acesso gratuito. A chegada ao local deve ser feita, preferencialmente, pelo rio Capibaribe, através de catamarã ou pelo serviço de barqueiros que realizam a travessia do Marco Zero até o espaço.

Por Madson Euler – repórter da Rádio Nacional – São Luíz

Edição: Bianca Paiva / Liliane Farias – Radio Agencia /

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CNIC aprova início da execução de R$ 1,2 bilhão para 516 projetos culturais https://radioyoruba.com.br/2024/03/24/cnic-aprova-inicio-da-execucao-de-r-12-bilhao-para-516-projetos-culturais/ https://radioyoruba.com.br/2024/03/24/cnic-aprova-inicio-da-execucao-de-r-12-bilhao-para-516-projetos-culturais/#respond Sun, 24 Mar 2024 09:14:36 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=13196 Em reunião virtual na última quarta-feira (20), comissários analisaram iniciativas de áreas como artes cênicas, música e patrimônio A341ª Reunião Ordinária da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), realizada na quarta-feira (20), analisou 516 projetos culturais apresentados ao mecanismo de incentivo fiscal da Lei Rouanet. O colegiado autorizou o início da execução dos projetos […]

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Em reunião virtual na última quarta-feira (20), comissários analisaram iniciativas de áreas como artes cênicas, música e patrimônio

Foto Arquivo – Radio Yorubá – Por: Victor Vec/MinC

A341ª Reunião Ordinária da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), realizada na quarta-feira (20), analisou 516 projetos culturais apresentados ao mecanismo de incentivo fiscal da Lei Rouanet. O colegiado autorizou o início da execução dos projetos e a continuidade do processo de captação do valor total de R$ 1.295.809.393,74, proveniente da renúncia fiscal oferecida a empresas e pessoas físicas que destinarem até 4% de seus impostos a ações de cultura.

Na abertura, foi empossado o segundo suplente do audiovisual, Tiago Santos, que está há 16 anos à frente do planejamento e da produção do Festival Florianópolis Audiovisual Mercosul (FAM). “Eu sou um fazedor de cultura e acho muito importante essa ferramenta de fomento para os produtores culturais, principalmente a questão dessa pesquisa de várias fontes de recurso, que é a sustentabilidade econômica”, destacou Tiago, que passa a ser também o representante de Santa Catarina no colegiado.

Durante o encontro, promovido no formato virtual, foram pautados 634 projetos, das cinco regiões do país, dos quais 516 foram apreciados e 10 diligenciados (aguardando resposta dos proponentes a pontos questionados). As iniciativas culturais contempladas integram as seguintes áreas: artes cênicas, artes visuais, audiovisual, humanidades, música e patrimônio cultural.

O secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural (Sefic) do Ministério da Cultura (MinC), Henilton Menezes, celebrou o resultado do encontro. “A CNIC é a representação da sociedade nas decisões sobre o fomento aos projetos, utilizando os incentivos fiscais permitidos pela Lei Rouanet. “, comentou. “Os projetos aprovados hoje totalizam um investimento potencial de R$ 1,2 bilhão, o que impacta diretamente a produção cultural brasileira e a economia”.

Com essa etapa, os agentes culturais ficam autorizados a finalizar a captação dos recursos aprovados e começar a execução das ações propostas. Os projetos aprovados contemplam todas as regiões do país com ações de relevância para o cenário cultural nacional e local, conforme o Decreto nº 11.453/2023, que regulamentou os mecanismos de fomento do sistema de financiamento à cultura e reforçou a necessidade de nacionalizar os recursos para o desenvolvimento do setor.

Todos os próximos passos do processo serão rigorosamente monitorados pelos técnicos do MinC.

Foto divulgação arquivo

Cultura em todas as regiões

Entre os projetos analisados durante esta edição da CNIC está o de manutenção bianual do Museu da Cultura Hip Hop do Rio Grande do Sul, o primeiro do país, que pode captar até R$ 3,1 milhões (R$ 3.191.700) via Lei Rouanet. Inaugurado em dezembro de 2023, o espaço abriga mais de 6 mil itens nos acervos físico e digital, biblioteca, quadra poliesportiva, estúdio e sala de exposições, além de oferecer oficinais de grafite e break. Na última terça-feira (19), o secretário Henilton Menezes visitou o museu durante viagem a Porto Alegre e constatou a importância do projeto. “É muito bom ver de perto para onde os recursos do fomento cultural vão e o impacto que têm”, comentou.

Também foi analisado o projeto para as tradicionais apresentações dos Bois Caprichoso e Garantido durante o Festival de Parintins (AM) de 2024, previsto para começar em junho. O total previsto para o projeto é de R$ 8,1 milhões (R$ 8.101.716,00), dos quais R$ 1,5 milhão já foi captado. Os recursos serão utilizados para pagar os cerca de 2.350 participantes das duas companhias e a elaboração de 9.636 fantasias, cenários e alegorias. O festival é a principal atividade econômica do município, atrai público de mais de 30 mil pessoas anualmente e é reconhecido como patrimônio cultural brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Outro projeto avaliado na 341ª reunião foi a produção do livro “Relíquias – Patrimônio Arquitetônico do Centro-Oeste do Brasil”, com registros do fotógrafo Fernando Chiriboga sobre o legado arquitetônico de cidades do Centro-Oeste brasileiro, algumas tombadas pelo Iphan e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). O valor a ser captado é de R$ 319,8 mil (R$ 319.816,53). Também passou pelos integrantes da CNIC o projeto do Festival de Teatro do Agreste, em Caruaru (PE), que deve captar R$ 395 mil (R$ 395.395) para mostra de espetáculos profissionais e estudantis, além de oficina para estudantes e profissionais de artes cênicas.

Programado para realização no Rio de Janeiro e em São Paulo, o projeto Meu Primeiro Festival poderá captar até R$ 2,5 milhões (R$ 2.577.040,41) para sua terceira edição, destinada a apresentações de música, ópera, circo, oficinas, atividades culturais e de educação ambiental para crianças.

Colegiado

Órgão colegiado que subsidia o MinC nas decisões no âmbito da Lei Rouanet, a CNIC é composta por 30 pessoas. Da sociedade civil, participam 21 pessoas, representando entidades atuantes em todo o país nas áreas culturais e em setores da iniciativa privada.

Também são integrantes os sete presidentes das entidades vinculadas ao MinC – Agência Nacional do Cinema (Ancine); Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan); Instituto Brasileiro de Museus (Ibram); Fundação Biblioteca Nacional (FBN); Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB); Fundação Cultural Palmares (FCP); e Fundação Nacional de Artes (Funarte). É constituída ainda pelo presidente do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Cultura dos estados. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, preside a CNIC e tem como suplente o secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural, Henilton Menezes.

O próximo encontro da CNIC será presencial, no modelo itinerante, nos dias 10, 11 e 12 de abril, em Vitória (ES). Em junho é a vez do Centro-Oeste; em agosto, do Norte; em setembro, do Sul; e em novembro, Nordeste. As demais reuniões do ano serão virtuais.

Para assistir à 341ª reunião da CNIC, acesse o canal do MinC no YouTube.

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Senado aprova Regulamentação do Sistema Nacional de Cultura https://radioyoruba.com.br/2024/03/07/senado-aprova-regulamentacao-do-sistema-nacional-de-cultura/ https://radioyoruba.com.br/2024/03/07/senado-aprova-regulamentacao-do-sistema-nacional-de-cultura/#respond Thu, 07 Mar 2024 10:08:23 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=13145 Projeto, que segue agora para sanção do presidente Lula, prevê ampliação progressiva de recursos orçamentários destinados à cultura O Senado aprovou, nesta quarta-feira (6), o projeto de lei que cria o marco regulatório do Sistema Nacional de Cultura (SNC). A intenção do projeto é garantir direitos culturais, definindo regras para que o governo federal possa […]

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Projeto, que segue agora para sanção do presidente Lula, prevê ampliação progressiva de recursos orçamentários destinados à cultura

Plenário do Senado
07/02/2024 – Jefferson Rudy/Agência Senado

O Senado aprovou, nesta quarta-feira (6), o projeto de lei que cria o marco regulatório do Sistema Nacional de Cultura (SNC). A intenção do projeto é garantir direitos culturais, definindo regras para que o governo federal possa colaborar com os estados e municípios nas políticas de promoção à cultura.

O projeto foi aprovado de maneira simbólica pelos senadores e vai para sanção ou veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O SNC está previsto na Constituição Federal, mas ainda não conta com uma regulamentação sobre a parceria dos entes federados em relação às políticas de cultura. O projeto visa estabelecer diretrizes para a colaboração do poder público nos âmbitos federal, estadual, distrital e municipal nas políticas de promoção da cultura.

O relator do projeto, senador Humberto Costa (PT-PE), afirmou que o SNC é importante para garantir a diversidade das expressões culturais.

“É evidente que, com um país que tenha as características do nosso, uma federação envolvendo três diferentes entes, e que cada um tem, pela Constituição, muitas ações, é fundamental ter um sistema articulado com a definição de tarefas, responsabilidades e financiamentos”, afirmou o relator.

Segundo o projeto, a participação dos estados, do Distrito Federal e dos municípios no SNC acontece por meio de um processo definido pelo governo federal e pela aprovação de leis locais que criem os sistemas culturais estaduais, distrital ou municipais.

Para participar, cada local também precisa estabelecer um conselho de política cultural, um plano de cultura e um fundo de cultura próprio.

A estrutura do SNC inclui diferentes órgãos e processos em todas as esferas do governo, como gestores, conselhos, conferências, comissões, planos, financiamento, sistemas de informação, programas de formação e setores específicos.

Um dos componentes importantes são os planos de cultura, estabelecidos por lei, que guiam a execução das políticas culturais e a coordenação entre os níveis federal, estadual, distrital e municipal.

O texto também estabelece que os entes federados que aderirem ao SNC devem realizar conferências de cultura. Nestas conferências, o governo e a sociedade civil se reúnem para discutir a situação da cultura e sugerir ideias para políticas culturais futuras.

O projeto também prevê a ampliação progressiva dos recursos orçamentários destinados à cultura, em especial ao Fundo Nacional de Cultura (FNC). No relatório, Costa afirma que eventuais despesas decorrentes das novas definições do projeto ficarão sujeitas à disponibilidade orçamentária e financeira.

*Com informações da Agência Senado

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O PRIMEIRO E ÚNICO SAMURAI AFRICANO ERA DO POVO BANTU https://radioyoruba.com.br/2024/03/04/o-primeiro-e-unico-samurai-africano-era-do-povo-bantu/ https://radioyoruba.com.br/2024/03/04/o-primeiro-e-unico-samurai-africano-era-do-povo-bantu/#respond Tue, 05 Mar 2024 00:44:42 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=13135 Primeiro samurai estrangeiro de todos, Yasuke foi trazido da África pelos jesuítas e tornou-se guarda-costas do grande daimiô Oda Nobunaga Quando se fala no povo japonês ou no próprio japão vem logo a mente, os grandes samurais. E até se imagina que no meio de tantas tradições secretas desse povo enigmático, houvesse algum impedimento para […]

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Primeiro samurai estrangeiro de todos, Yasuke foi trazido da África pelos jesuítas e tornou-se guarda-costas do grande daimiô Oda Nobunaga

Foto Reprodução Buzzfeed

Quando se fala no povo japonês ou no próprio japão vem logo a mente, os grandes samurais. E até se imagina que no meio de tantas tradições secretas desse povo enigmático, houvesse algum impedimento para um homem negro vindo da áfrica se tornar um samurai.

Yasuke o primeiro e único samurai negro da história, nasceu pelos meados de 1555 a 1566, e segundo alguns historiadores, acredita-se que ele era da Angola ou da Etiópia, e também muito provavél que tenha sido um macua, um povo originário de Moçambique.

Seu nome também é um mistério para alguns pesquisadores, e existem algumas teorias que são: a Palavra Yaos que vem do povo Bantu, mais o termo japonês masculino chamado de suke. Então ficaria Yasuke. Ou mesmo Isaque, um nome cristão dados pelos seus senhores cristãos, como se ele fosse um etíope.

Ilustração de Yasuke – foto reprodução domínio público

Yasuke chegou ao Japão em 1579. Começou atuando como assistente do jesuíta italiano Alessandro Valignano. A sua pele negra chamou logo a atenção dos japoneses e logo não passaria despercebido pelo grande Oda Nobunaga.

Oda Nobunaga foi um daimiô, dono de terras com grande poder político, filho de um guerreiro importante do Japão. Guerreiro esse conhecido pela frase “se o pássaro não canta, eu mato”.

E quando o daimiô viu aquele homem negro, alto, com forte estatura física, um gigante para os padrões japoneses da época, logo Yasuke foi recrutado como seu guarda-costas.

Foto reprodução Internet

Quando se tornou samurai, após longo período de treinamento em 1581, trabalhou como guarda do castelo de Nobunaga. E logo a fama de Yasuke se espalhou como de um guerreiro gigante e indestrutível, com a força de dez homens. Aprendeu a falar fluentemente japonês e lhe foi concedido a honra de ser o portador da espada de Nobunaga.

Nobunaga havia recentemente unificado a metade do japão e conquistado estabilidade com seus opositores. Eram três grandes clãs – Hojo, Chosokabe e Shimazu – que assumidamente eram contra ao seu domínio.

O grande golpe e a queda de Nobunaga.
Em 21 de junho de 1582, o general Akechi Mitsuhide contra seu mestre Nobunaga, enviando um exército contra o templo Honno-ji. E como a vitória era impossível, Nobunaga cometeu seppuku – suicídio ritual.

Yasuke não pensou duas vezes e se juntou com o filho de seu mestre. Ele lutou ao lado do herdeiro por um longo tempo, mas não foi o suficiente para salvar seu mestre. Yasuke, sem ter para onde ir, se juntou ao lado do inimigo ao invés de cometer o suicídio de honra, pois ele seguiu o costume ocidental e ofereceu seus serviços a Mitsuhide. O general esnobou, o chamando de fera que “não sabia de nada”.

Mitsuhide o general traidor, manteve o xugunato por apenas 13 dias. Ele morreria misteriosamente em junho, assassinado na estrada. Se especula que o próprio Yasuke o matou. O poder passaria para outro general de Nobunaga, Toyotomi Hideyoshi. Enquanto o Yasuke, voltou a servir os jesuitas. Apartir daí nunca mais se ouviu falar dele.

Representação na cultura pop
Em 2021, a história de Yasuke foi adaptada para uma série da Netflix. Levando o nome do samurai negro, a produção de LeSeanThomas é adaptada para uma realidade alternativa fantástica no Japão feudal.

A série conta a trajetória de um ex-samurai de origem africana que precisa empunhar novamente sua espada para proteger uma garota misteriosa contra as forças do mal.

Referências: Pesquisador Thomas Lockey. Alessandro Valignano — Visitador das Missões nas Índias, segundo Michael Cooper em ‘They Came to Japan: An Anthology of European Reports on Japan, 1543–1640’.
Fonte inicial: pt.wikipedia.org

Autor: Eduardo F. Coelho

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Descendentes de Ìjẹ̀ṣà no Brasil comemoram o dia de Ọ̀wá Adímúlà, desfile no carnaval de 2024 https://radioyoruba.com.br/2024/01/30/descendentes-de-ijesa-no-brasil-comemoram-o-dia-de-owa-adimula-desfile-no-carnaval-de-2024/ https://radioyoruba.com.br/2024/01/30/descendentes-de-ijesa-no-brasil-comemoram-o-dia-de-owa-adimula-desfile-no-carnaval-de-2024/#respond Tue, 30 Jan 2024 22:09:51 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=13002 O coração de São Paulo, Brasil, pulsava com os ritmos vibrantes das tradições iorubás enquanto os descendentes de Ijesa, uma das origens iorubás mais celebradas do país, se reuniam para comemorar o Dia de Owa Adimula. As ruas de Tamanduateí tornaram-se uma tela viva, adornada com as expressões culturais de Obokun, origem Ijesa no Brasil. […]

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O coração de São Paulo, Brasil, pulsava com os ritmos vibrantes das tradições iorubás enquanto os descendentes de Ijesa, uma das origens iorubás mais celebradas do país, se reuniam para comemorar o Dia de Owa Adimula. As ruas de Tamanduateí tornaram-se uma tela viva, adornada com as expressões culturais de Obokun, origem Ijesa no Brasil. Esta grande celebração, realizada no dia 27 de janeiro, testemunhou uma convergência de iorubás brasileiros e nigerianos, com convidados ilustres, incluindo Oba (Ogboni) Adekunle Aderonmu, o Senhor mundial de Ogboni Iwashe, e vários dignitários estimados.

Foto reprodução br.pinterest.com

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As festividades ressoaram com o espírito vibrante do povo Ijesa, criando uma atmosfera onde o património cultural e a unidade intercultural ocuparam o centro das atenções. O evento não foi apenas uma celebração da identidade, mas também um testemunho da rica tapeçaria tecida pelos descendentes Ijesa no Brasil.

Foto reprodução br.pinterest.com

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O encontro apresentou uma mistura das culturas brasileira e iorubá, destacando a importância de manter conexões com raízes ancestrais e ao mesmo tempo abraçar as diversas influências da diáspora. Famílias descendentes de Ijesa, tanto brasileiras quanto nigerianas, se reuniram em uma celebração alegre que reverberou com música, dança e um profundo senso de comunidade.

Foto reprodução br.pinterest.com

Um dos participantes notáveis ​​foi Oba (Ogboni) Adekunle Aderonmu, o reverenciado Senhor mundial de Ogboni Iwashe. A sua presença acrescentou um toque majestoso à ocasião, sublinhando a importância da continuidade cultural e da unidade entre as comunidades iorubás através das fronteiras. Ao discursar na reunião, Oba Adekunle Aderonmu enfatizou a importância de dar as mãos para celebrar o Dia de Ijesa no Brasil, expressando sua conexão de longa data com esta tradição anual.

Foto reprodução br.pinterest.com

“É importante que também nos juntemos às nossas famílias iorubás para celebrar o Dia de Ijesa no Brasil. Já faz um bom tempo que faço parte desta celebração anual. Obokun Agbe wa!” proclamou o Senhor Ogboni Iwashe. As suas palavras ecoaram o sentimento de unidade e herança partilhada, reforçando os laços culturais que perduram para além das fronteiras geográficas.

A celebração também recebeu a defensora da arte e da cultura brasileira, Lili Brito, e vários outros dignitários que reconheceram a importância de preservar e promover a rica diversidade cultural presente no Brasil. A fusão das artes brasileira e iorubá criou uma história dinâmica que apresentou a evolução da narrativa dos descendentes Ijesa.

Foto reprodução br.pinterest.com

O desfile que se seguiu durante o Carnaval exemplificou ainda mais a fusão cultural. Adornados com trajes coloridos inspirados nas tradições Ijesa, os participantes dançaram alegremente ao som das batidas rítmicas, tornando-se um espetáculo vibrante para os espectadores. Os descendentes Ijesa demonstraram orgulho pela herança Obokun, entrelaçando-a com a exuberância das tradições do Carnaval brasileiro.

À medida que a procissão serpenteava pelas ruas, os ecos dos cantos iorubás e do samba brasileiro criavam uma mistura harmoniosa, simbolizando a fusão de duas ricas heranças culturais. O Carnaval tornou-se uma tela viva, ilustrando a resiliência e o dinamismo dos descendentes Ijesa no Brasil enquanto exibiam com orgulho sua identidade cultural.

No meio da celebração, os laços familiares foram fortalecidos e um sentimento de pertencimento impregnou o ar. Os descendentes Ijesa no Brasil não apenas comemoraram o Dia de Adimula, mas também afirmaram seu compromisso em preservar e transmitir o legado cultural às gerações futuras.

Fonte: ancestrals

Texto adptado: Eduardo de Oxalá

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[FESTIVAL] PRÉ-AMP 2024 https://radioyoruba.com.br/2024/01/26/festival-pre-amp-2024/ https://radioyoruba.com.br/2024/01/26/festival-pre-amp-2024/#respond Fri, 26 Jan 2024 20:26:31 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=12997 O festival musical Pré-AMP 2024 está com inscrições abertas para o Palco Escola e a Mostra Competitiva. Até às 17h do dia 11 de janeiro, o público poderá se inscrever gratuitamente, no perfil do evento no Instagram (oficial_amp), para participar de oficinas e workshops do Palco Escola. No dia 21 é a vez de garantir […]

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Mix de manguebeat e grafite povoam a identidade visual do evento
ILUSTRAÇÃO DESIGN DE NOELLE MARÃO SOBRE ILUSTRAÇÃO DO ARTISTA GUGA BAYGON

O festival musical Pré-AMP 2024 está com inscrições abertas para o Palco Escola e a Mostra Competitiva. Até às 17h do dia 11 de janeiro, o público poderá se inscrever gratuitamente, no perfil do evento no Instagram (oficial_amp), para participar de oficinas e workshops do Palco Escola. No dia 21 é a vez de garantir inscrição na Mostra Competitiva, que selecionará oito artistas e bandas de todo o Estado para tocar nos dias 2 e 3 de fevereiro, no Cais da Alfândega. Os escolhidos dividirão palco com artistas consagrados no cenário nacional. A banda ou artista vencedor leva como prêmio a gravação de um EP e um produto audiovisual.

Nesta 21ª edição, o evento presta homenagem às manifestações culturais periféricas, local de inovação onde nascem sons, ritmos, narrativas e modelos de gravação e distribuição únicos. O tema escolhido, Não espere nada do Centro se a Periferia está morta, é verso escrito por Fred 04 para a música Destruindo a camada de ozônio (Mundo Livre S/A).

Na Casa AMP Criativa, na Rua do Príncipe, 225, Boa Vista, serão oferecidas oficinas de Beatmaker (Thiago Honorato, 15 a 19 de Janeiro, 14h às 18h), Sonorização (Marcão Negreiros, 22 a 26 de Janeiro, 14h às 18h), Iluminação (Natalie Revoredo, 22 a 26 de Janeiro, 18h às 22h), Roadie (Wally Nunes e Jailson Barbosa, 29 a 3 de fevereiro, 14h às 18h) e Impulsionamento ( George Wanderley, 29 a 02 de fevereiro, 18h às 22h).

Entre os workshops, Coordenação de Backstage (Roberta Barbosa, 15 de Janeiro, 18h às 22h), Portfólio para técnicos e artistas (Roze Ferreira, 16 de Janeiro, 18h às 22h), Marketing Digital (Eudes Ciriano, 17, 18 e 19 de Janeiro, 18h às 22h), Direção de Palco (Fábio Cavalcanti e Albert Agni, 30 de Janeiro, 18h às 22h) e Passagem de Som (Félix Cavalcanti e Fabrício Nunes, 31 de Janeiro, 18h às 22h). No mesmo local das oficinas.

O festival é realizado pela Articulação Musical Pernambucana, com apoio da Prefeitura do Recife e Governo de Pernambuco.

SERVIÇO

Festival Pré-AMP 2024

Mostra Competitiva: 02 e 03 de fevereiro de 2024, no palco do Cais da Alfândega (bairro do Recife), a partir das 17h.

Palco Escola: 15 de Janeiro a 29 de fevereiro, na Casa AMP CRIATIVA (Rua do Príncipe, 225, Boa Vista).

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Pioneiro do samba, compositor e percussionista extraordinário: conheça a história de João da Baiana https://radioyoruba.com.br/2024/01/17/pioneiro-do-samba-compositor-e-percussionista-extraordinario-conheca-a-historia-de-joao-da-baiana/ https://radioyoruba.com.br/2024/01/17/pioneiro-do-samba-compositor-e-percussionista-extraordinario-conheca-a-historia-de-joao-da-baiana/#respond Wed, 17 Jan 2024 13:21:40 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=12984 Além dos pandeiros, sua especialidade eram o prato e a faca, como instrumentos da tradição do samba João Machado Guedes, conhecido como João da Baiana, foi um compositor popular, cantor, passista e instrumentista brasileiro que nasceu no Rio de Janeiro em 1887 e é considerado um dos pioneiros do samba. Nesta sexta-feira (12), são completados […]

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Além dos pandeiros, sua especialidade eram o prato e a faca, como instrumentos da tradição do samba

Homenagem a João da Baiana na Pedra do Sal, zona portuária do Rio de Janeiro

João Machado Guedes, conhecido como João da Baiana, foi um compositor popular, cantor, passista e instrumentista brasileiro que nasceu no Rio de Janeiro em 1887 e é considerado um dos pioneiros do samba. Nesta sexta-feira (12), são completados os 50 anos de sua morte. Filho de Félix José Guedes e Perciliana Maria Constança, João era o caçula e único carioca de 12 irmãos.

O nome João da Baiana veio do fato de sua mãe ser conhecida como Baiana. Nascido na zona portuária, ele cresceu na Rua Senador Pompeu, no bairro da Cidade Nova, no Rio de Janeiro, e foi amigo de infância dos compositores Donga e Heitor dos Prazeres.

“João da Baiana foi do grupo de Pixinguinha Os Oito Batutas. Só que ele não viajou para a Europa [com o grupo], em 1922, porque tinha um emprego fixo. Era funcionário público da Marinha e não foi para a França”, lembrou, em entrevista nessa quarta-feira (10) à Agência Brasil o também compositor, radialista, apresentador e estudioso das questões afro-brasileiras Rubem Confete.

Segundo Confete, João da Baiana era um percussionista extraordinário. “Tocava o pandeiro adufe [pandeiro quadrado], quase um tamborzinho. E ele tocava com uma precisão incrível. Parecia que tinha uma bateria na frente dele.”

Como todo negro àquela época, João da Baiana chegou a ser perseguido pela polícia por vadiagem. Por isso, o senador Pinheiro Machado autografou o pandeiro de João e lhe disse que, quando a polícia chegasse e pedisse documento, que ele mostrasse o autógrafo. “Era um cara incrível o João. Trabalhou na Rádio Nacional, onde fez muitos programas. Era uma pessoa gentil; ia para o 22º andar [do prédio da rádio] e distribuía balas para as crianças; ficava conversando.”

Capa do LP Gente da Antiga, de 1968, com João da Baiana, Pixinguinha e Clementina de Jesus. Foto: Divulgação / Divulgação

Percussão no choro

Rubem Confete destacou que João da Baiana teve importância fundamental para o choro porque, antes, este gênero musical não tinha instrumento de percussão. “Era violão, cavaquinho, flauta, mas percussão, não. Ele, se não for o primeiro, é um dos introdutores da percussão no choro. Deu um outro sentido, outro balanço para o choro.”

João compunha também, transmitindo a realidade de seu povo àquela época. São exemplos as músicas Batuque na Cozinha e Cabide de Molambo. “O que estava acontecendo com o povo preto daquela época. Ele é quase da época da abolição da escravatura. Era uma outra realidade, com a Lei Áurea recém-assinada. Uma realidade bastante miserável, mas com muita festa.” As duas músicas foram lançadas por João da Baiana em 1968, durante a gravação do LP Gente da Antiga, com Pixinguinha e Clementina de Jesus.

As músicas foram regravadas posteriormente por Martinho da Vila. “Ele [João] foi até o final junto com Pixinguinha e Donga”. No fim da vida, retirou-se para a Casa dos Artistas, no bairro de Jacarepaguá, zona oeste do Rio, vindo a falecer em 1974, aos 87 anos.

Rubem Confete recordou a elegância de João da Baiana. Usava um chapéu gelot, de estilo europeu, paletó do tipo jaquetão, gravata bordô com laço, calça risca de giz preto e branco e sapato de duas cores. “Ele se vestia de maneira elegante. Ficava ali no Largo de São Francisco da Prainha e cumprimentava a todos”. Rubem Confete conheceu João da Baiana entre 1952 e 1953. “Ele estava lá. Foi a primeira grande figura que eu conheci da Pedra do Sal; já era funcionário da Marinha e fazia trabalhos na Rádio Nacional.” Martinho da Vila deu uma recuperada nas músicas de João. “Para a turma nova, a composição era do Martinho, mas ele disse logo: ‘não é minha. É do João da Baiana’.”

Ranchos

Quando criança, João frequentou rodas de samba e macumba que eram realizadas clandestinamente nos terreiros cariocas. Entre os 8 e os 10 anos de idade, participou de algumas das primeiras agremiações carnavalescas, chamadas ranchos, como porta-machado (figurante que abria os desfiles), no Rancho Dois de Ouro e no Rancho da Pedra do Sal. Nessa função, já empunhava o pandeiro, que aprendeu a tocar com sua mãe. A partir de 1923, passou a compor músicas e a gravar em programas de rádio. Sua primeira composição foi Pelo Amor da Mulata, seguindo-se Mulher Cruel, em parceria com Donga e Pixinguinha, e ainda Pedindo Vingança e O Futuro é uma Caveira. Em 1928, foi contratado como ritmista.

Além dos pandeiros, sua especialidade eram o prato e a faca, como instrumentos da tradição do samba, populares nas gravações da época. Integrou alguns dos pioneiros grupos profissionais de samba, como o Conjunto dos Moles, os grupos do Louro, da Guarda Velha e Diabos do Céu. Em 1940, participou da gravação organizada por Heitor Villa-Lobos a bordo do navio Uruguai, para o disco Native Brazilian Music, do maestro Leopold Stokowski, com sua música Ke-ke-re-ké. Na década de 1950, voltou a se apresentar nos shows do Grupo da Velha Guarda, organizados por Almirante, e continuou compondo até a década de 1970.

Atualmente, alguns pertences do músico integram o acervo do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, entre os quais estão o prato e a faca, instrumentos que o consagraram.

Depoimento

De acordo com o Dicionário Cravo Albin de Música Popular Brasileira, em depoimento prestado ao Museu de Imagem e de Som (MIS), João recordou que na época, o pandeiro era só usado em orquestras. “No samba, quem introduziu fui eu mesmo. Isto mais ou menos quando eu tinha 8 anos de idade e era porta-machado no Dois de Ouro e no Pedra do Sal. Até então, nas agremiações só tinha tamborim e assim mesmo era tamborim grande e de cabo. O pandeiro não era igual ao atual. O dessa época era bem maior.”

Em 1966, após seu nome ter sido escolhido por unanimidade pelo Conselho Superior de Música Popular Brasileira do MIS, foi convidado por Ricardo Cravo Albin para dar o primeiro depoimento sobre o equipamento. Seu histórico depoimento teve grande repercussão na imprensa e inaugurou, junto à mídia, o próprio museu, até então desconhecido.

Em 2011, em convênio com o Instituto Cultural Cravo Albin, foi lançada pelo selo Discobertas a caixa 100 anos de música popular brasileira. No volume 1 está incluída a gravação do samba Cabide de Molambo, de João da Baiana, na voz de Paulo Tapajós.

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Rainha do pífano: conheça Zabé da Loca, artista que completaria 100 anos em 2024 https://radioyoruba.com.br/2024/01/17/rainha-do-pifano-conheca-zabe-da-loca-artista-que-completaria-100-anos-em-2024/ https://radioyoruba.com.br/2024/01/17/rainha-do-pifano-conheca-zabe-da-loca-artista-que-completaria-100-anos-em-2024/#respond Wed, 17 Jan 2024 12:59:26 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=12980 Artista foi reconhecida apenas aos 79 anos e é expressão da cultura paraibana Nascida em 12 de janeiro de 1924, em Buíque (PE), Isabel Marques da Silva, conhecida como Zabé da Loca, completaria 100 anos nesta sexta-feira (12). O apelido vem por ter morado por mais de 25 anos em uma loca de pedra (pequena […]

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Artista foi reconhecida apenas aos 79 anos e é expressão da cultura paraibana

Isabel Marques da Silva, a Zabé da Loca, tocando pife. – Divulgação

Nascida em 12 de janeiro de 1924, em Buíque (PE), Isabel Marques da Silva, conhecida como Zabé da Loca, completaria 100 anos nesta sexta-feira (12). O apelido vem por ter morado por mais de 25 anos em uma loca de pedra (pequena gruta), na cidade de Monteiro, no Cariri paraibano.

Pifeira e compositora, Zabé da Loca aprendeu a tocar ainda criança e foi descoberta aos 79 anos pelo Projeto Dom Helder Câmara, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, em 2003. Com a saúde debilitada e já havia alguns anos diagnosticada com Alzheimer, Zabé faleceu de causas naturais no dia 5 de agosto de 2017, aos 93 anos, em Monteiro.

Rainha do Pífano, Zabé gravou, no final da década de 1990, Da Idade da Pedra, seu primeiro CD. Em 2003, foi a vez de Cantos do Semiárido, com músicas de sua autoria e uma versão de Asa Branca, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. Nesse ano, foi morar em uma casa no Assentamento Santa Catarina, em Monteiro, lugar que hoje funciona a Associação Cultural Zabé da Loca.

Zabé da Loca e sua banda. / Foto: Ricardo Peixoto, 1997. Reprodução.

Em 2004, em São Paulo, Zabé da Loca se apresentou com o multi-instrumentista Hermeto Pascoal, no Fórum Cultural Mundial. Em 2007, gravou o CD Bom Todo. A direção de Da Idade da Pedra e de Bom Todo foi feita pelo músico Rivers Douglas, participante da banda Pife Perfumado.

Zabé da Loca é um símbolo de resistência da cultura nordestina. “Tocar as músicas que Zabé tocava é sempre se tocar e se encantar”, relembra Rivers ao falar sobre a importância de manter viva a memória da pifeira e de como foi ter a experiência de compor e tocar com a artista.

Em sua rede social, Rivers exalta a importância de Zabé. Ele conta que “iríamos ter uma apresentação da Banda de Zabé da Loca no Lima Penante, em João Pessoa; e show de Escurinho e Labacê, isso lá em meados dos anos 90…também estavam hospedados uns artistas de Brasília do Celeiro das Antas, no dia seguinte, depois do café estávamos batendo papo com Zabé, mestre Livino, e uma garota perguntou: Zabé de onde vem sua inspiração, sua música?…Zabé levantou as mãos e disse “a música está aqui!”.

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Uma semana após a morte de Jorge Amado, em 6 de agosto de 2001, uma gameleira nasceu no quintal da casa do escritor, sem que ninguém a tivesse plantado. https://radioyoruba.com.br/2024/01/14/uma-semana-apos-a-morte-de-jorge-amado-em-6-de-agosto-de-2001-uma-gameleira-nasceu-no-quintal-da-casa-do-escritor-sem-que-ninguem-a-tivesse-plantado/ https://radioyoruba.com.br/2024/01/14/uma-semana-apos-a-morte-de-jorge-amado-em-6-de-agosto-de-2001-uma-gameleira-nasceu-no-quintal-da-casa-do-escritor-sem-que-ninguem-a-tivesse-plantado/#respond Sun, 14 Jan 2024 13:32:57 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=12974 Uma semana após a morte de Jorge Amado, em 6 de agosto de 2001, uma coisa extraordinária aconteceu. Uma gameleira nasceu no quintal da casa do escritor, sem que ninguém a tivesse plantado. A árvore é sagrada no candomblé de rito nagô, pois é onde habita o orixá Irocô. A relação entre Jorge Amado e […]

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Escritor baiano Jorge Amado foi criador da lei que garante liberdade religiosa no Brasil

Uma semana após a morte de Jorge Amado, em 6 de agosto de 2001, uma coisa extraordinária aconteceu. Uma gameleira nasceu no quintal da casa do escritor, sem que ninguém a tivesse plantado. A árvore é sagrada no candomblé de rito nagô, pois é onde habita o orixá Irocô.

A relação entre Jorge Amado e o candomblé é tremenda. Ao longo de sua vida, ele recebeu uma série de títulos de pais e mães de santo. Entre eles, o escritor foi Obá de Xangô no terreiro da mãe Stella de Oxóssi.

Apesar disso, Jorge Amado era ateu, o que não o impediu de lutar pela liberdade religiosa no país.

Enquanto foi deputado eleito pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB-SP), ele criou a lei que proíbe a perseguição religiosa no Brasil.

Mãe Stella de Oxossi

Jorge Amado foi deputado federal pelo Partido Comunista de 1946 a 1948. Apesar da breve passagem como parlamentar, ele deixou o legado da emenda 3.218 à Constituição Brasileira promulgada em 1946.

O texto tratava da proteção do livre exercício de crença religiosa, ou seja, qualquer religião poderia expressar-se sem ser reprimida pelo Estado ou por seus cidadãos.

Antes da promulgação da primeira Constituição republicana em 1891, o catolicismo era a religião oficial do Estado e a única permitida, o que significava que muitas questões do dia a dia das pessoas estavam ligadas à Igreja.

Por exemplo, no período pré-republicano, atividades como o registro de nascimento e o casamento estavam sob a responsabilidade exclusiva das paróquias católicas.

Dessa forma, o candomblé, assim como outras religiões associadas aos negros brasileiros, enfrentou intensa perseguição por parte dos governos, da polícia e da sociedade, sendo rotulado de forma preconceituosa como algo associado ao diabo. Assim, ao longo de mais de um século, terreiros foram invadidos, vandalizados e fechados, e seus líderes e seguidores foram perseguidos e até presos.

No entanto, quando Jorge Amado propôs criar uma lei que garantisse a liberdade religiosa no país, ele sofreu resistência dentro de seu próprio partido. Parte do PCB via a religiosidade como uma forma de manipulação da população.

Mas isso não o impediu de propor a emenda que foi posteriormente aprovada e que hoje consta na Constituição, no sexto inciso do Artigo 5: “É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.”

O texto da emenda proposta pelo escritor ficou assim: “É inviolável a liberdade de consciência e de crença, assegurando o livre exercício dos cultos religiosos, exceto aqueles que contrariem a ordem pública ou os bons costumes. As associações religiosas adquirirão personalidade jurídica de acordo com a lei civil.”

O que dizem os livros de Jorge Amado

Jorge Amado escreveu 33 romances. Ao todo, são 20 milhões de livros vendidos em todo o planeta, uma obra traduzida para 49 idiomas.

Muitos de seus livros abordam a religiosidade, seja por meio de seus temas centrais ou através de um ou outro personagem.

Durante quatro décadas Jorge Amado ocupou a cadeira número 23 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Antes, a cadeira havia sido de José de Alencar e Machado de Assis, o fundador da Academia.

Em “Jubiabá”, romance publicado em 1935, a relação com a religião fica clara já no título, que faz referência ao nome do pai de santo, personagem principal da história. Ao longo do enredo, em diversas passagens, o autor descreve com detalhes os rituais de candomblé.

Já em “Tenda dos Milagres”, publicado em 1969, as menções às religiões afro-brasileiras são diversas, desde o personagem central do romance Pedro Archanjo à mãe-de-santo, líder religiosa do candomblé, Majé Bassã.

O livro também aborda a perseguição aos terreiros pela polícia. O personagem que faz as perseguições é o delegado Pedrito Gordo, uma referência a Pedro Gordilho, que foi delegado e chefe de polícia da cidade de Salvador durante a década de 1920 e que se tornou famoso por sua truculência e pela perseguição ao candomblé.

Além de escritor, quem foi o político Jorge Amado?

Jorge Amado nasceu em 10 de agosto de 1912, na fazenda Auricídia, em Itabuna, no sul da Bahia. Filho de fazendeiro de cacau, com um ano de idade, contudo, ele se mudou para Ilhéus, onde passou a infância.

O escritor foi militante comunista e, durante o Estado Novo, ditadura instaurada por Getúlio Vargas, foi obrigado a exilar-se na Argentina e no Uruguai entre 1941 e 1942. Antes disso, em meados da década de 1930, viu quase dois mil exemplares de seu livro “Capitães da Areia” serem queimados em praça pública, sob a alegação de propaganda comunista.

Em 1947, o PCB foi declarado ilegal, seus membros perseguidos e presos, e Jorge Amado teve que se exilar novamente. Dessa vez, ele foi com a família para a França, onde ficou até 1950.

De volta ao Brasil, Jorge Amado afastou-se, em 1955, da militância política para dedicar-se exclusivamente à literatura, sem deixar o Partido Comunista.

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Mãe Menininha: O que a mais famosa mãe de santo fez contra o racismo religioso https://radioyoruba.com.br/2024/01/14/mae-menininha-o-que-a-mais-famosa-mae-de-santo-fez-contra-o-racismo-religioso/ https://radioyoruba.com.br/2024/01/14/mae-menininha-o-que-a-mais-famosa-mae-de-santo-fez-contra-o-racismo-religioso/#respond Sun, 14 Jan 2024 12:42:03 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=12968 Em um 10 de fevereiro como hoje, só que em 1894, nasceu, em Salvador (BA), Mãe Menininha do Gantois,  para anos mais tarde ser considerada uma das principais mães de santos que o Brasil já teve. Batizada Maria Escolástica da Conceição Nazareth, a mãe de santo se tornou “a estrela mais linda, o sol mais […]

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Imagem reprodução pinit – Mãe Meniniha do Gantois

Em um 10 de fevereiro como hoje, só que em 1894, nasceu, em Salvador (BA), Mãe Menininha do Gantois,  para anos mais tarde ser considerada uma das principais mães de santos que o Brasil já teve.

Batizada Maria Escolástica da Conceição Nazareth, a mãe de santo se tornou “a estrela mais linda, o sol mais brilhante, a beleza do mundo, a mão da doçura, o consolo da gente, a Oxum mais bonita”, nas palavras do compositor Dorival Caymmi.

Quando ainda jovem, aos 28 anos, os orixás mostraram através de um jogo de búzios que Mãe Menininha seria a sucessora da mãe de santo Pulchéria Maria da Conceição (de quem era sobrinha-neta) na liderança do Iyá Omi Asé Iyamassê, o Terreiro de Gantois — localizado na rua que hoje leva o nome de Mãe Menininha na capital baiana.

Foram 64 anos dedicados a função, com centenas de filhos de santos espalhados pelo país, lutando tanto pela legalização do candomblé, quanto pela aceitação completa da religião na sociedade brasileira ainda escravista e, depois, fortemente marcada pela escravidão e o racismo.

Em 13 de agosto de 1986, Mãe Menininha morreu de causas naturais.

Em destaque, Mãe Menininha, retratada por Lorenzo Dow Turner

Como Mãe Menininha do Gantois lutou contra o racismo religioso no Brasil?

1- Mãe Menininha foi ‘a mãe de santo das mães de santo’

Por causa principalmente dos quase quatro séculos de escravidão e do racismo, o candomblé no Brasil passou — e, tomada as devidas proporções, ainda passa — por forte perseguição. Não raro aconteciam as batidas policiais, que destruíram terreiros, quebravam ou apreendiam artefatos tradicionais da religião e prendiam quem era pego exercendo essa fé de matriz africana.

Assistindo isso, Mãe Menininha passou a abrir as portas do Terreiro de Gantois para diversas pessoas que ainda não eram próximas à religião.

Convidou brancos católicos a conhecer o espaço e o candomblé, e recebeu grande lista de famosos em seu terreiro, para citar alguns: Pelé, Gilberto Gil, Gal Costa, Bethânia, e políticos como Lula, Getúlio Vargas, Paulo Maluf.

Em entrevista à BBC, o sociólogo, antropólogo e babalorixá Rodney William Eugênio definiu Mãe Menininha como a “ialorixá das ialorixás”, ou seja, a mãe de santo das mães de santo. “Aquela diante de quem todas as mais velhas da Bahia se curvam por tudo que ela representa, pela própria condição de conciliadora”.

Detalhe do camarim de Maria Bethânia, durante temporada de apresentações no Canecão, no Rio de Janeiro. Perto do espelho: uma foto de mãe Menininha do Gantois, um quadro de santa Bárbara e uma sereia dentro de uma tigela de água

2 – Fez católicos aceitarem mulheres vestidas com trajes do candomblé na igreja

O nome de batismo de Mãe Menininha é uma homenagem à Santa Escolástica, de quem foi devota da vida inteira. A ligação da ialorixá com o catolicismo, no entanto, não parou por aí.

Ciente de que muitos do candomblé tinham um pezinho na religião católica, ela lutou e chegou a convencer bispos de Salvador a permitir a entrada de mulheres usando roupas tradicionais do candomblé, como turbantes, por exemplo, em igrejas da cidade.

3- Usou o sincretismo religioso como ferramenta

É fácil de encontrar por aí textos que descrevem as ideias de Mãe Menininha como conciliadoras, sempre vista como alguém que pregava o respeito e a boa convivência entre as religiões. Inclusive, as misturando um pouquinho.

Ela própria se dizia católica, por exemplo. Afirmação que também vinha como um certo “truque”, já que era comum pessoas de religiões de matriz africanas misturar suas tradições e costumes com o catolicismo para serem menos perseguidos pela polícia e sociedade da época.

Inclusive, era grande frequentadora de missas nas igrejas católicas. Em entrevista à Agência Brasil, em 2016, quando Mãe Menininha virou tema do desfile da Vai-Vai (de 2017), a filha caçula dela, Mãe Carmem contou um pouco mais sobre a relação da mãe de santo com outras religiões:

“Eu fui criada totalmente no candomblé, minha mãe era do candomblé, mas tivemos muita vivência católica, por exemplo. Ela queria que fôssemos batizados e fizéssemos a primeira comunhão na Igreja Católica. Então, dentro do candomblé, não se proíbe nada que é bom. Não há justificativa [para a intolerância religiosa]. Por que essa intolerância? Só porque é de preto e pobre? Não pode ser”.

Casa de Mãe Menininha de Gantois, em Salvador (BA)

4 – Foi a principal ativista contra a Lei de Jogos e Costumes de 1930

Aos 29 anos, Mãe Menininha casou com o advogado descendente de escoceses Álvaro MacDowell de Oliveira. Juntos se apoiavam e articulavam o que poderia ser feito legalmente para acabar com a discriminação do candomblé no Brasil.

No começo do século XX, o país via diminuir a perseguição contra religiões de matriz africana, muito pelo trabalho desenvolvido no Terreiro do Gantois. Mas, em 1930, uma nova lei surge: a Lei de Jogos e Costumes, que dentre outras coisas, determinava que esses atos religiosos só poderiam acontecer com autorização policial e deveriam acabar até às 22h.

Em uma passagem do livro “Candomblés da Bahia”, Edison Carneiro relembra um episódio em que um chefe da polícia bateu no Terreiro de Gantois para encerrar a celebração religiosa, ao que Mãe Menininha rebateu educadamente dizendo que ali se praticava uma tradição ancestral. “Venha dar uma olhadinha o senhor também”, completou à época.

Com a articulação de Mãe Menininha, a lei de 1930 foi revogada. E, em 1976, o governador da Bahia finalmente sancionou decreto que liberava as casas de candomblé, acabando também com a necessidade de terreiros terem uma licença e pagar uma taxa para funcionar.

Paula Rofrigues (SP)

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