Considerado um dos mais importantes museus a céu aberto do país, com um acervo de mais de 100 peças, o Parque de Esculturas Francisco Brennand reabriu esta semana para o público.
O espaço localizado nos arrecifes do porto da capital pernambucana ganhou novo píer, banheiros, bicicletário e bancos, além de melhorias na estrutura física e restauro das peças de arte, além da recomposição de outras obras que foram quebradas ou furtadas. A requalificação custou aos cofres públicos mais de R$ 9 milhões.
Segundo a prefeitura do Recife, o Parque agora terá guaritas de segurança com vigilância 24 horas, monitoramento por câmeras de segurança e uma sede administrativa para impedir vandalismos no ponto turístico.
O artista plástico Jobson Figueiredo, co-autor das obras e único artista autorizado a restaurar peças de Brennand, fala do resgate para além das obras. “Falar nesse cartão postal, falar no Brené Eterno, nós estamos falando na nossa cultura que tem que ser eterna, que tem que ser respeitada, a nossa identidade com o cidadão. Então nós, ao refazermos tudo isso, nós temos que entender que estamos reconstruindo a nossa própria memória. É com muito trabalho nós conseguimos fazer”.
O Parque, que tem uma área de 2,6 mil km2, é composto por obras do artista plástico Francisco Brennand, falecido em 2019, que contam, de maneira simbólica através de elementos artísticos, parte da história pernambucana. Ele foi inaugurado como comemoração dos 500 anos de descobrimento do Brasil. Entre as obras, se destacam a Coluna de Cristal, um totem de 32 metros de altura, com flores confeccionadas em bronze, inspirada em uma flor descoberta pelo paisagista Roberto Burle Marx. Outras peças do acervo são ovos, pelicanos, atobás, totens e a escultura da serpente marinha de 22 metros.
Durante a reabertura do parque, a filha de Franciso Brennand, Maria Helena, relembrou o sentimento do pai ainda durante a concepção das obras que iriam ocupar o espaço. “Porque eu sei da importância desse trabalho na vida do meu pai. Trabalhei com ele durante 35 anos. Quem conhecia o papai [sabe que] ele era uma pessoa que quando ele se entusiasmava pelo projeto ele não media esforços. Então ele se apaixonou pelo molhe. Ele se dedicou de corpo e alma para todas essas esculturas, uma a uma. E ele dizia, eu vou criar meu próprio paraíso, paraíso mitológico, cheio de simbolismos, de cristas, de ídolos”.
O parque vai funcionar de terça a sexta, das 10h às 17h, e sábado e domingo das 9h às 18h, com acesso gratuito. A chegada ao local deve ser feita, preferencialmente, pelo rio Capibaribe, através de catamarã ou pelo serviço de barqueiros que realizam a travessia do Marco Zero até o espaço.
Por Madson Euler – repórter da Rádio Nacional – São Luíz
Edição: Bianca Paiva / Liliane Farias – Radio Agencia /