Arquivo de Mundo - Estação de Radio Yorùbá https://radioyoruba.com.br/category/mundo/ Emissora de Radio Yorùbá especializada em candomblé, umbanda e tudo relacionado a cultura afro brasileira Tue, 07 May 2024 00:54:59 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.3 https://radioyoruba.com.br/wp-content/uploads/2022/07/LOGO_RADIO_YORUBA_512-75x75.png Arquivo de Mundo - Estação de Radio Yorùbá https://radioyoruba.com.br/category/mundo/ 32 32 ‘Só queria uma vida digna para ela’: pai lamenta morte de filha de 7 anos em tentativa de travessia para o Reino Unido https://radioyoruba.com.br/2024/05/06/so-queria-uma-vida-digna-para-ela-pai-lamenta-morte-de-filha-de-7-anos-em-tentativa-de-travessia-para-o-reino-unido/ https://radioyoruba.com.br/2024/05/06/so-queria-uma-vida-digna-para-ela-pai-lamenta-morte-de-filha-de-7-anos-em-tentativa-de-travessia-para-o-reino-unido/#respond Mon, 06 May 2024 23:35:58 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=13316 História de Andrew Harding – Correspondente da BBC News em Paris Em pé na praia, Ahmed Alhashimi grita para as ondas que vão e vêm, batendo no peito, cedendo à dor, à raiva e à culpa, que não vão embora. “Não consegui protegê-la. Nunca vou me perdoar. Mas o mar era a única opção que […]

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História de Andrew Harding – Correspondente da BBC News em Paris

Sara, de 7 anos, sufocou quando foi esmagada no barco em que tentava atravessar da França para o Reino Unido
© BBC

Em pé na praia, Ahmed Alhashimi grita para as ondas que vão e vêm, batendo no peito, cedendo à dor, à raiva e à culpa, que não vão embora.

“Não consegui protegê-la. Nunca vou me perdoar. Mas o mar era a única opção que eu tinha”, soluça.

A família iraquiana tentava ir da França para o Reino Unido.

Na semana anterior, de madrugada, naquele mesmo trecho do litoral da França a sul de Calais, o homem de 41 anos estava espremido dentro de um barco inflável gritando por socorro. Ele implorava às pessoas que abrissem espaço para ele abaixar e resgatar sua filha Sara, de 7 anos, que estava sendo esmagada em uma escuridão sufocante.

“Eu só queria que aquele homem se movesse para que eu pudesse pegar meu bebê”, explica Ahmed.
Ele se refere a um jovem sudanês que fazia parte de um grupo maior que embarcou na última hora, quando o barco já estava longe da costa. O homem o ignorou, e depois o ameaçou, diz.

“Isso foi como a própria morte. Vimos pessoas morrerem. Vi como aqueles homens se comportavam. Eles não se importavam em quem pisassem, se fosse uma criança ou a cabeça de alguém, jovem ou velho. As pessoas começaram a sufocar”, diz Ahmed com rancor.

Ahmed e a sua família tentaram durante muitos anos morar na União Europeia, mas não conseguiram
© BBC

Embora Ahmed seja iraquiano, a sua filha nem sequer conhecia o país. Ela nasceu na Bélgica e passou a maior parte de sua curta vida na Suécia.

No total, cinco pessoas morreram no mesmo incidente.

Eu estava na praia na época com uma equipe da BBC e vi o caos enquanto os contrabandistas, escoltando seus passageiros pela praia em direção a um pequeno barco, usavam fogos de artifício e empunhavam paus para afastar um grupo de policiais franceses que tentou, sem sucesso, impedir o embarque do grupo.

“Ajuda!”

Enquanto o barco avançava rumo ao mar, ouvimos alguém gritando a bordo. Mas na escuridão da madrugada era impossível saber o que estava acontecendo.

O barco inflável no Canal da Mancha, entre a França e o Reino Unido
© BBC News

De madrugada, a polícia já estava deixando o litoral juntamente com um suposto traficante e alguns dos migrantes que não conseguiram embarcar.

Ahmed confirmou mais tarde que era ele mesmo o homem que ouvimos gritar por ajuda, implorando desesperadamente às pessoas ao seu redor para salvar a vida de Sara.

A esposa de Ahmed, Nour AlSaeed, e seus outros dois filhos, Rahaf, de 13 anos, e Hussam, de 8, também ficaram presos entre as pessoas, mas conseguiram respirar.

“Sou um trabalhador da construção civil. Sou forte. Mas nem eu consegui tirar a perna, presa no meio da multidão. Não admira que a minha filha também não tenha conseguido. Ela estava sob os nossos pés”, diz Ahmed.

Quarta tentativa
Essa foi a quarta tentativa da família de atravessar da França para o Reino Unido desde que chegou à região, há dois meses.

A polícia os impediu duas vezes na praia, enquanto tentavam acompanhar o resto dos migrantes que corriam em direção ao barco de um contrabandista.

Ahmed diz que desta vez os traficantes — que cobravam US$ 1,6 mil (cerca de R$ 9 mil) por adulto e metade desse valor por cada criança — tinham prometido que apenas 40 pessoas embarcariam no seu barco, mas outro grupo de migrantes apareceu na praia e insistiu em embarcar.

Sara estava calma no início. Ela segurava a mão do pai enquanto saíam da estação ferroviária de Wimereux na tarde anterior. Durante a noite, eles se esconderam em algumas dunas ao norte da cidade.

Pouco antes das 6h da manhã, o grupo já havia inflado o barco. Os traficantes deram a ordem para que os migrantes levassem o barco para a praia e corressem com ele em direção ao mar antes que a polícia os interceptasse.

Ahmed diz que de repente uma bomba de gás lacrimogêneo da polícia explodiu perto deles e Sara começou a gritar.

Assim que embarcaram, Ahmed segurou Sara nos ombros por cerca de um minuto, mas depois a colocou no chão para ajudar sua outra filha, Rahaf, a embarcar.

Foi quando ele perdeu Sara de vista.

Só depois, quando as equipes de resgate francesas os interceptaram no mar e desembarcaram algumas das mais de 100 pessoas amontoadas no barco, Ahmed finalmente conseguiu alcançar o corpo da sua filha.

“Vi a cabeça dela no canto do barco. Estava toda azul. Ela já estava morta quando a tiramos. Ela não respirava”, explica, entre soluços.

Agora as autoridades francesas estão cuidando da família enquanto esperam para enterrar o corpo de Sara.

Sara (à direita) com seu irmão Hussam e sua irmã Rahaf. A família já havia tentado cruzar o Canal da Mancha três vezes © BBC

‘A única opção que tínhamos’
Ahmed diz estar ciente das fortes críticas que tem recebido nas redes sociais por parte de pessoas que o acusam de colocar a sua família em riscos desnecessários. Ele parece estar dividido entre aceitar e rejeitar essas acusações.

“Nunca vou me perdoar. Mas o mar era a única opção que eu tinha. Tudo o que aconteceu foi contra a minha vontade. Fiquei sem opções. As pessoas me culpam e dizem: ‘Como você colocou suas filhas em risco?’ Mas estou na Europa há 14 anos e fui rejeitado”, diz Ahmed, detalhando anos de tentativas fracassadas de garantir a residência na União Europeia após fugir do Iraque após alegar ter recebido ameaças de grupos de milícias.

A Bélgica aparentemente negou asilo alegando que Basra, a sua cidade natal no Iraque, era classificada como zona segura.

Ele diz que os seus filhos passaram os últimos sete anos com um parente na Suécia, mas foi recentemente informado de que seriam deportados, juntamente com ele, para o Iraque.

“Se eu soubesse que havia 1% de probabilidade de ficar com as crianças na Bélgica, na França, na Suécia ou na Finlândia, ficaria lá. A única coisa que queria para os meus filhos é que eles frequentassem a escola. Não quero qualquer tipo de assistência social. Minha esposa e eu podemos trabalhar. Eu só queria protegê-los, sua infância e sua dignidade”, continua ele.

“Se as pessoas estivessem no meu lugar, o que fariam? Aqueles que (me criticam) não sofreram o que eu sofri. Esta foi a minha última opção”, afirma, apelando ao governo britânico por solidariedade e apoio.

O último desenho que Sara fez de sua família antes da quarta tentativa de chegar à Inglaterra
© BBC

va Jonsson, professora de Sara em Uddevalla, na Suécia, descreve a menina como “gentil e boa” em uma mensagem de vídeo enviada à BBC.

“Ela tinha muitos amigos na escola. Eles brincavam juntos o tempo todo… Em fevereiro, descobrimos que iriam deportá-la e que seria rápido. Eles nos avisaram com dois dias de antecedência”, explica.

Ao saber de sua morte, a turma se reuniu em círculo e fez um minuto de silêncio.

“É muito lamentável que isso aconteça com uma família tão simpática. Já ensinei (outras) crianças desta família e fiquei muito surpresa com a deportação”, afirma a professora.

“Ainda temos a foto da Sara na sala de aula e vamos mantê-la aqui durante o tempo que as crianças quiserem.”

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O que é El Niño, porque as temperaturas ficarão elevedas? https://radioyoruba.com.br/2024/04/02/o-que-e-el-nino-porque-as-temperaturas-ficarao-elevedas/ https://radioyoruba.com.br/2024/04/02/o-que-e-el-nino-porque-as-temperaturas-ficarao-elevedas/#respond Tue, 02 Apr 2024 13:01:50 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=13266 “O El Niño é um fenômeno natural caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico na sua porção equatorial. Ele ocorre em intervalos irregulares de cinco a sete anos e tem duração média que varia entre um ano a um ano e meio, com início nos últimos meses do ano. Com a modificação do […]

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REUTERS/William Putman/NASA/Goddard (UNITED STATES

“O El Niño é um fenômeno natural caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico na sua porção equatorial. Ele ocorre em intervalos irregulares de cinco a sete anos e tem duração média que varia entre um ano a um ano e meio, com início nos últimos meses do ano.

Com a modificação do padrão de circulação atmosférica sobre o Pacífico, o El Niño é responsável por alterar a distribuição de umidade e as temperaturas em várias áreas do planeta.

Mas, o Instituto Nacional de Meteorologia informa que, como as águas do Oceano Pacífico aquecidas, o fenômeno El Niño ainda vai atuar no clima do país neste mês de abril. Isso quer dizer que será um período de escassez de chuva em algumas regiões; e índices acima da média em outras.

Justamente devido ao fenômeno, a temperatura segue acima da média para os 3 estados da Região Sul do país. Mas com o calor, estão previstas chuvas acima da média. Segundo o Inmet, não estão descartadas frentes frias e chuvas mais intensas, que podem causar transtornos.

Também estão previstos volumes de chuvas acima da média para o Sudeste e o centro-norte de Mato Grosso do Sul.

No Sudeste, nas áreas de menor altitude, haverá dias com picos de calor, mas sem as ondas intensas de aumento de temperatura que aconteceram no verão.

No Espírito Santo, onde as fortes chuvas das últimas semanas deixaram 13 municípios em emergência, com mais de 11 mil e seiscentas pessoas desalojadas e ao menos 20 mortos, o mês de abril deve ter indícios pluviométricos menos intensos.

O sistema de previsão do Inmet para o mês de abril indica tendência de chuva acima ou próxima da média na parte oeste da Região Norte, principalmente no sul do Amazonas, Rondônia, sul do Pará e Tocantins.

Para o estado de Roraima, que sofre com a escassez de chuva desde outubro do ano passado, com 14 dos 15 municípios em situação de emergência por causa da seca, a previsão é que os índices pluviométricos comecem a melhorar. Primeiro na parte sul do estado, avançando ao longo de abril para a região norte roraimense. A previsão é que neste mês chova entre 180 e 200 milímetros.

Nas regiões Norte e Nordeste as temperaturas vão ultrapassar os 26ºC em praticamente todos os dias de abril.

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Buraco na camada de ozônio não está se regenerando. Alerta! https://radioyoruba.com.br/2023/12/04/buraco-na-camada-de-ozonio-nao-esta-se-regenerando-alerta/ https://radioyoruba.com.br/2023/12/04/buraco-na-camada-de-ozonio-nao-esta-se-regenerando-alerta/#respond Mon, 04 Dec 2023 13:24:13 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=12930 O buraco da camada de ozônio está aumentando, diferente do que se chegou a imaginar. Os cientistas buscam entender o que impede a regeneração dessa barreira Segundo estimativas da Agência Espacial Europeia (AEE), o buraco na camada de ozônio, localizado no topo da Antártida, ficou três vezes maior do que o Brasil, atingindo um de […]

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O buraco da camada de ozônio está aumentando, diferente do que se chegou a imaginar. Os cientistas buscam entender o que impede a regeneração dessa barreira

Segundo estimativas da Agência Espacial Europeia (AEE), o buraco na camada de ozônio, localizado no topo da Antártida, ficou três vezes maior do que o Brasil, atingindo um de seus maiores tamanhos já registrados, com 26 milhões de km² no último dia 16. O monitoramento foi feito pelo satélite Copernicus Sentinel-5P.

O Copernicus Sentinel-5P, lançando em 2017, é o primeiro satélite Copernicus dedicado ao monitoramento da atmosfera, utilizando um espectrômetro avançado chamado Tropomi, capaz de notar as assinaturas de gases atmosféricos em diversas faixas do espectro eletromagnético. É com as leituras do ozônio feitas por ele, processadas em centros aeroespaciais em terra, que descobrimos como está a camada de proteção contra os raios ultravioleta.

Copernicus Sentinel-5p/European Space Agency

Por que o buraco da camada de ozônio está tão grande?
A variação de tamanho da camada de ozônio depende, principalmente, da força dos ventos estratosféricos que fluem para a região antártica. Eles são consequência da rotação da Terra e da diferença de temperatura entre as latitudes médias e polares — quanto maior a diferença, pior é a rarefação. Caso os ventos sejam fortes, uma barreira se forma, impedindo a troca entre as massas de ar polares e temperadas. Isoladas, as massas de ar sobre as latitudes polares esfriam durante o inverno.

Os cientistas da AEE consideram ser cedo para cravar os motivos das concentrações baixas de ozônio, mas acredita-se que a erupção do vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha’apai, em janeiro de 2022, e incêndios na Austrália tenham influenciado consideravelmente a camada de ozônio. Isso jogou muito vapor de água na estratosfera, chegando na região polar sul apenas no final do ano passado. Com isso, a quantidade de nuvens polares aumentou, onde clorofluorcarbonetos reagem e aceleram a rarefação de ozônio.

Lembrando que a quantidade de clorofluorcarbonetos em refrigeradores e aerossóis nos anos 1970 e 1980 foi o que causou o buraco na camada de ozônio, levando ao banimento e descontinuação de sua produção com o Protocolo de Montreal, em 1987. Com isso, espera-se que a camada se recupere e atinja o estado normal em 2050. No entanto, algumas substâncias de uso humano, como o bromofórmio, seguem ameaçando a recuperação dessa proteção natural.

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O calor mata 15 milhões de pessoas ao ano, afirma OMS; entenda e saiba como se defender https://radioyoruba.com.br/2023/11/16/o-calor-mata-15-milhoes-de-pessoas-ao-ano-afirma-oms-entenda-e-saiba-como-se-defender/ https://radioyoruba.com.br/2023/11/16/o-calor-mata-15-milhoes-de-pessoas-ao-ano-afirma-oms-entenda-e-saiba-como-se-defender/#respond Thu, 16 Nov 2023 23:35:24 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=12914 Altas temperaturas já começam a se refletir nos atendimentos de emergência da rede pública Por Ana Lúcia Azevedo / Bem Estar O Brasil entra hoje no período de intensificação daquela que ameaça ser a pior onda de calor já registrada em território nacional sob um alerta de saúde pública. Um recém-publicado relatório conjunto da Organização […]

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Altas temperaturas já começam a se refletir nos atendimentos de emergência da rede pública

Por Ana Lúcia Azevedo / Bem Estar

UPA de Senador Camará, onde calor já motiva atendimentos — Foto: Hermes de Paula

O Brasil entra hoje no período de intensificação daquela que ameaça ser a pior onda de calor já registrada em território nacional sob um alerta de saúde pública. Um recém-publicado relatório conjunto da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização Mundial de Meteorologia (OMM) destaca que o calor se tornou um dos maiores problemas de saúde da Humanidade e mata cerca de 15 milhões de pessoas por ano no mundo.

Morre mais gente em decorrência de complicações do calor do que de todos os demais extremos climáticos combinados e a tendência é de mais calor, adoecimento e morte. Já é dado como certo que este será o ano mais quente da História, sob a influência de mudanças climáticas combinadas a um El Niño que se fortalece a cada dia e vai durar pelo menos até abril de 2024, segundo análise desta semana da OMM.

Nada menos que um quarto da Humanidade foi exposto a níveis perigosos de calor nos últimos 12 meses, o período mais quente dos últimos 125 mil anos, segundo a instituição Climate Central.

O relatório informa que entre 2000 e 2019, o calor matou 489 mil pessoas por ano no mundo. Mas as organizações destacam que esse número é subestimado, pois a mortalidade associada ao calor não é corretamente notificada na maioria dos países. O relatório diz que o número real de mortes é, no mínimo, 30 vezes maior.

Isso significa que pelo menos 14.670.000 pessoas morrem por ano de calor no mundo. E isso sem considerar os extremos registrados em 2022 e este ano. Em 22, uma única onda de calor matou 60 mil pessoas na Europa.

Além disso, as ondas de calor também mudam a química da atmosfera e exacerbam a poluição do ar. Esta, por sua vez, é responsável por outras sete milhões de mortes por ano no mundo.

Quase sempre, o calor mata porque agrava doenças pré-existentes. E também porque é negligenciado, alertam cientistas. O brasileiro se acha acostumado. E não se protege de temperaturas superiores à tolerância humana, advertem médicos e biometeorologistas.

Foto Reprodução Internet.

O perigo, não importa a idade e a boa saúde, começa quando a temperatura do ar supera a do corpo humano, de cerca de 36,5 graus Celsius, explica Fábio Gonçalves, professor de biometeorologia da Universidade de São Paulo (USP). Acima dessa temperatura, o corpo fica sobrecarregado para se manter em equilíbrio.

E temperaturas acima de 36,5 graus Celsius estão previstas hoje e para os próximos dias para os estados do Sudeste, Centro-Oeste, Norte, Nordeste e parte do Sul pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Os mais atingidos devem ser São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás, com temperaturas 5°C acima da média de novembro, que já é elevada. Isso significa que algumas cidades podem chegar a 45°C. O recorde até agora no Brasil é de Nova Maringá (MT), com 44,8°C, em novembro de 2020.

Esta onda de calor chama atenção pela dimensão da área atingida, pela intensidade e a duração, pois pode se prolongar por dez dias ou mais em alguns lugares. E quanto maior o tempo de exposição, maior o risco.

Os efeitos do calor e o desconhecimento do risco pela população são visíveis, por exemplo, nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de bairros quentes do Rio de Janeiro, onde as temperaturas devem superar os 40°C nos próximos dias.

A maioria das pessoas que buscam atendimento para uma série de complicações chega muito desidratada e com sinais de exaustão por calor, afirma a médica da UPA municipal de Senador Camará Patrícia Lopes Teixeira, responsável pelos casos mais graves.

Essa UPA atende, em média, mais de 500 pacientes por dia. São moradores de Bangu, Santíssimo, Realengo e Campo Grande, bairros conhecidos pelas temperaturas extremamente elevadas. Mas, dizem os médicos, quase ninguém acha que o calor os adoeceu. Só que o mundo agora aquece mais depressa do que em qualquer momento da história, frisam a OMS e a OMM.

O coordenador médico da UPA, Marco Antônio Martins, afirma que está no momento de a medicina mudar os protocolos de atendimento.

— É praxe perguntar se a pessoa toma remédios, se teve algum contratempo, se é hipertensa ou diabética. Mas o calor não costuma ser considerado. Deve passar a ser — reconhece ele.

Martins diz que existe gente que melhora um pouco só de entrar no ambiente refrigerado da UPA.

Idosos, crianças, pessoas obesas, diabéticos, cardíacos, portadores de doenças respiratórias e pacientes renais são mais sensíveis. E mulheres, em geral, têm menor tolerância do que os homens devido à distribuição de gordura e a fatores hormonais.

Mas nem os jovens escapam da fervura. Com apenas 18 anos, o atendente de escritório Iago Braz, nascido e criado em Bangu, sinônimo de calor no Rio, se achava acostumado. Chegou na UPA quase desfalecido. Ele ia para o trabalho em Deodoro. Começou a se sentir mal no ponto de ônibus, na baldeação da estação de trem, sem ar condicionado, a visão ficou turva e o ar faltou.

— Estou assustado. Achei que a ia morrer, não conseguia respirar direito, minha cabeça parecia que ia explodir. Entrei em pânico. Nunca imaginei que poderia morrer de calor. Mas esse nosso tempo não é normal, é um pesadelo — afirmou logo após se reidratado e melhorar.

O caso de Braz era de início de um colapso por calor, condição conhecida em inglês como heatstroke, mas sem nome definido em português. A falta de noção do perigo é tão grande, que mesmo com o termômetro na casa dos 36°C, mães ainda chegavam na UPA com recém-nascidos enrolados em mantas de lã. E ainda com a recomendação de enfermeiras para que tirassem a manta, elas hesitavam.

— Muita gente ignora o perigo do calor extremo — lamenta Martins.

Teixeira se preocupa sobretudo com os idosos, cuja sensação de sede por vezes é falha.

Muitos chegam aqui com desidratação gravíssima e risco de morrer. A pele seca e os vasos sanguíneos tão ressecados que é difícil até achar um acesso para dar soro. O cuidado com o idoso no calor é essencial. Mas todo mundo precisa estar atento. A pessoa fica no sol quente na rua, sente dor de cabeça e não entende que é um sinal de desidratação e que seu corpo começa a falhar. Tudo piora no calor — enfatiza a médica.

Segundo ela, cardiopatas, diabéticos e doentes renais precisam se cuidar ainda mais.

— A verdade é que quase ninguém chega aqui dizendo que está passando mal de calor. São queixas como “estou tonto”, “não consigo urinar”, e mesmo dor de cabeça, lombar, vertigem, picos de pressão, gastroenterite, crise de cálculo renal. O calor é um inimigo particularmente perigoso porque não é reconhecido. Muita gente poderia não passar tão mal se cuidasse mais, por exemplo, da hidratação e tivesse acesso à refrigeração — salienta Teixeira.

Como se proteger
Médicos e biometeorologistas são unânimes em alertar que a pior coisa que se pode fazer é subestimar os perigos do calor e se considerar acostumado a ele. A seguir, especialistas explicam riscos e medidas de proteção.

ADAPTAÇÃO: É limitada e não evita tormento. É possível conseguir certa tolerância após dias de exposição a temperaturas elevadas até 35°C. Mas Fabio Gonçalves, da USP, diz que é impossível se adaptar a temperaturas na casa dos 40°C. A ideia de adaptação dos habitantes de trópicos é mais uma crença, sem base em dados. Bastam algumas horas no ar condicionado para a adaptação ser perdida porque a termorregulação do corpo é desequilibrada pela radical variação de temperatura.

DOENÇA E MORTE: Dificilmente o atestado de óbito indica que uma pessoa morreu de calor. O motivo declarado pode ser um AVC, um infarto. Vítimas frequentes são pessoas com doenças crônicas, como pacientes renais e diabéticos. Mas quem deflagra uma crise é a temperatura extrema, que faz com que muita gente morra antes da hora.

PANE: O calor agrava condições pré-existentes de saúde porque estressa todo o organismo. E mesmo pessoas saudáveis podem sofrer complicações, se expostas a temperaturas extremas por períodos prolongados. Um estudo da Universidade do Havaí identificou 27 distúrbios pelos quais o calor pode matar ao prejudicar pelo menos cinco mecanismos fisiológicos diferentes.

CURTO-CIRCUITO: Sob estresse térmico, o coração começa a trabalhar freneticamente para bombear o maior volume de sangue possível para a pele e, assim, eliminar calor. A pessoa se sente cansada, ofegante. E a pele seca. Rins, cérebro e demais órgãos internos sofrem com a redução do sangue e do oxigênio. O cérebro reduz a atividade para tentar se resfriar. A consciência começa a diminuir e a visão fica turva. Se a temperatura corporal continuar a subir, a pessoa pode colapsar e morrer porque ocorrem danos cerebrais e falhas nos órgãos.

PERIGO: A exaustão acontece quando a temperatura supera a capacidade de resfriamento. Os primeiros sinais costumam ser pele avermelhada e seca, cansaço, tonteira, náuseas e enjoo.

DESIDRATAÇÃO: O corpo precisa de água para suar e evitar superaquecer. Em dias excepcionalmente quentes, uma pessoa pode suar até dez litros. O sangue fica viscoso. E isso afeta o funcionamento de rins e coração, que precisam fazer esforço extra. A desidratação provoca vasoconstrição, que traz risco de trombose e de derrame. Não se deve esperar ter sede para beber água. Se manter hidratado ajuda, mas não impede o superaquecimento do organismo quando o calor é extremo.

ALERTA: A urina é um bom indicador da hidratação. Quanto mais escura, pior.

LIMITES DO CORPO: Com a temperatura igual ou superior a 37°C com mais de 70% de umidade do ar qualquer pessoa pode começar a ter problemas de saúde, afirma Gonçalves. E cientistas estimam qualquer um passará mal se permanecer mais do que seis horas a 45°C com 50% de umidade, com sensação térmica de 71°C. Segundo estudos deste ano, alguns lugares do mundo têm registrado valores térmicos acima desse limite de risco. Por sorte, a atual onda de calor tende a ser seca.

ATENÇÃO: Não é preciso chegar a 40°C para haver risco. Estudos do grupo de Paulo Saldiva, da USP, revelaram que quando o termômetro supera os 29°C na cidade de São Paulo, aumenta em 50% o número de mortes por causas naturais.

EXERCÍCIO: Deve ser evitado nas horas mais quentes e jamais ser feito ao sol. Ele pode aumentar em até 15 vezes o calor produzido pelo próprio corpo transformando o organismo numa fornalha. Apenas 20% da energia gasta para movimentar um músculo é usada na contração propriamente dita. Os outros 80% o corpo gasta para liberar o calor.

ROUPAS: O ideal seria não usar nada, mas como não é aceitável andar nu ou seminu, é preciso evitar roupas escuras, forradas, apertadas, fechadas e de tecidos que não sejam respiráveis. A cardiologista Fabíula Schwartz, do time de especialistas da Maratona do Rio e autora de trabalhos sobre os perigos do calor, diz que nos esportes, nada de roupas de compressão. Ao comprimir vasos que precisam se dilatar, elas aumentam o desconforto e o risco para a saúde. Compressão é para climas frios. Chapéu e óculos escuros são indispensáveis.

AR CONDICIONADO: Ele é herói e bandido. A OMS diz que apenas ambientes refrigerados são seguros para a saúde em dias de calor extremo. É unanimidade entre especialistas que o ar condicionado protege contra os efeitos negativos do calor e a única forma de manter um ambiente numa zona sem risco para a saúde. Mas no Brasil só 13,91% dos domicílios têm ar condicionado. E o aparelho aumenta o gasto de energia e, assim, as emissões de gases-estufa.

VENTILADOR: Ele só refresca quando a temperatura é de até cerca de 38°C. Porém, consome cerca de 50 vezes menos energia elétrica do que o ar condicionado.

PRIORIDADES: Não é a cabeça, como se costuma imagina, e sim as mãos e o torso os pontos essenciais para amenizar o calor. As mãos porque têm grande concentração de glândulas sudoríparas e o torso porque tem maior superfície.

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Maria Carolina, a princesa brasileira morta pelos nazistas em câmara de gás https://radioyoruba.com.br/2023/10/20/maria-carolina-a-princesa-brasileira-morta-pelos-nazistas-em-camara-de-gas/ https://radioyoruba.com.br/2023/10/20/maria-carolina-a-princesa-brasileira-morta-pelos-nazistas-em-camara-de-gas/#respond Fri, 20 Oct 2023 13:55:00 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=12844 O historiador Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança tinha sete anos quando as tropas de Hitler invadiram a Áustria, em 12 de março de 1938. Aos 91, ele não se esquece do semblante de preocupação de sua tia, a princesa Maria Carolina de Saxe-Coburgo e Bragança (1899-1941). Ela e a mãe de Carlos, Teresa Cristina […]

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Maria Carolina, a princesa brasileira morta pelos nazistas em câmara de gás
© Domínio público

O historiador Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança tinha sete anos quando as tropas de Hitler invadiram a Áustria, em 12 de março de 1938. Aos 91, ele não se esquece do semblante de preocupação de sua tia, a princesa Maria Carolina de Saxe-Coburgo e Bragança (1899-1941).

Ela e a mãe de Carlos, Teresa Cristina (1902-1990), são bisnetas do imperador Pedro 2º (1825-1891).

Elas são filhas do príncipe Augusto Leopoldo (1867-1922), filho da princesa Leopoldina (1847-1871). Leopoldina é, por sua vez, a segunda filha de Pedro 2º e Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias (1822-1889).

Ao todo, o príncipe Augusto e a mulher, a arquiduquesa Carolina da Áustria-Toscana (1869-1945), tiveram oito filhos: Augusto (1895-1909), Clementina (1897-1975), Maria Carolina, Rainer (1900-1945), Filipe (1901-1985), Teresa Cristina, Leopoldina (1905-1978) e Ernesto (1907-1978).

A história da princesa Maria Carolina é contada num dos totens do Memorial às Vítimas do Holocausto, no Rio de Janeiro
© Divulgação

Desses, pelo menos três nasceram com problemas mentais, provavelmente de origem genética: Augusto, Maria Carolina e Leopoldina.

No caso da terceira filha do casal, acredita-se que, além da deficiência mental, ela teria contraído poliomielite. Quem afirma isso é sua sobrinha, Maria Amélia, filha da princesa Clementina, em seu livro de memórias.
Naquele 12 de março de 1938, Maria Carolina não poderia imaginar que apenas três anos depois, no dia 6 de junho de 1941, ela seria morta pelas mãos dos nazistas numa câmara de gás do Castelo de Hartheim, na Áustria.

Tinha 42 anos.

“Minha tia foi barbaramente eliminada por duas razões: era declaradamente antinazista e tinha uma doença incurável”, recorda o sobrinho da princesa, autor de livros como Dom Pedro 2º na Alemanha (Editora Senac, 2014). “O regime eliminou uma inimiga com a desculpa de que ela era inútil e demente”.

Os irmãos Maria Carolina, Augusto Leopoldo, Clementina, Augusto, Rainer e Carolina
© Museu Imperial Ibram MinC

Condenados ao esquecimento

A princesa Maria Carolina nasceu no dia 10 de janeiro de 1899, na cidade de Pula, antigo Império Austro-Húngaro, atual Croácia. Seu nome completo é Maria Carolina Filomena Ignácia Paulina Josefa Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Saxe-Coburgo e Bragança.

Por parte de pai, Maria Carolina era bisneta de Dom Pedro 2º, o último imperador do Brasil, e trineta de Dom Pedro 1º, o primeiro imperador brasileiro.

Maria Carolina no colo da mãe, entre Clementina e Augusto
© Museu Imperial Ibram MinC

Seu pai, Augusto, nasceu em Petrópolis (RJ), no dia 6 de dezembro de 1867, mas, com a morte do avô, Dom Pedro 2º, no dia 5 de dezembro de 1891, passou a morar em Viena.

Foi lá que se casou, no dia 30 de maio de 1894, com a arquiduquesa Carolina, no Palácio Imperial de Hofburg. O casal teve oito filhos.

A família de Augusto e Carolina morou, entre outros endereços, nos castelos Gerasdorf e Schladming, distantes 16 e 345 quilômetros de Viena, a capital da Áustria.

Dom Augusto morreu em 11 de outubro de 1922, aos 54 anos, sem realizar o sonho de, um dia, regressar ao Brasil.

A Lei do Banimento, que impedia a família imperial de colocar os pés no país, vigorou de 21 de dezembro de 1889, por ocasião da Proclamação da República, a 3 de setembro de 1920, já no governo do presidente Epitácio Pessoa.

“Os brasileiros conhecem muito pouco a história da princesa Maria Carolina porque ela nasceu no exílio”, explica a historiadora Astrid Beatriz Bodstein, idealizadora do perfil Royalty and Protocol no Instagram. “Não bastasse, a grande imprensa boicotava toda e qualquer notícia sobre a família imperial. Ela praticamente viveu nas sombras”.

Segundo Bodstein, o príncipe Augusto Leopoldo até pensou em visitar o Brasil por ocasião das comemorações do centenário da Independência, em 1922, mas, adoeceu e morreu logo depois. A primeira integrante do ramo da família Saxe-Coburgo e Bragança a conhecer o país foi a princesa Teresa Cristina já na década de 1930.

O Castelo da Morte

Em 1938, por recomendação de Filipe, o quinto filho da família Saxe-Coburgo e Bragança, sua mãe, Carolina, mudou-se para Budapeste, na Hungria, com a filha, Leopoldina.

Em setembro daquele mesmo ano, seis meses depois da anexação da Áustria pela Alemanha, Maria Carolina foi transferida para um hospital psiquiátrico em Schladming, onde a família residia desde 1918.

A princesa já tinha sido internada, entre outras instituições, em uma casa de repouso em Salzburgo e em um sanatório público em Niedernhart.

“Muitos pais, sob a ameaça de perder a custódia de seus filhos, foram pressionados a mandá-los para supostos asilos e hospitais psiquiátricos”, afirma a historiadora Sabrina Ribeiro, criadora do canal Apaixonados por História no YouTube. “Segundo as leis do regime nazista, pessoas ‘suspeitas’ de doenças hereditárias, ou ‘vidas indignas de serem vividas’, como diziam na época, deveriam ser exterminadas”.

Médicos nazistas, em vez de tratar os pacientes, entregavam os considerados incuráveis, seja por terem deficiências físicas, seja por apresentarem transtornos psiquiátricos, à morte.

No dia 6 de junho de 1941, o hospital de Schladming foi invadido por soldados alemães. Os pacientes — entre eles, Maria Carolina — foram transportados, em veículos apelidados de “ônibus da morte”, para o Castelo de Hartheim.

O Castelo de Hartheim, onde Maria Carolina foi morta
© United States Holocaust Memorial Museum

Assim que chegaram ao centro de extermínio, os pacientes que tinham dentes ou obturações de ouro eram marcados pelos guardas. Depois de sua morte, tais objetos de valor seriam extraídos.

Hartheim era um dos seis centros de extermínio existentes na época. Os outros cinco eram Bernburg, Brandenburg, Grafeneck, Hadamar e Sonnenstein. Neles, os pacientes eram mortos por envenenamento a gás — monóxido de carbono ou cianeto de hidrogênio — ou com injeção letal.

“Na hierarquia da memória, os deficientes físicos e mentais ocupam o último lugar”, afirma a pesquisadora Esther Mucznik, presidente da Associação Memória e Ensino do Holocausto (Memoshoá), em Lisboa. “E ocupam o último lugar, não só pelo apagamento de vestígios, mas, porque, ao contrário de outras vítimas do Shoah, como judeus, ciganos e homossexuais, não tinham representantes ou porta-vozes”.

No mesmo dia em que chegou a Hartheim, 6 de junho de 1941, a princesa Maria Carolina de Saxe-Coburgo e Bragança foi executada, completamente nua, numa câmara de gás disfarçada de banheiro. Dos chuveiros, não saía água, mas gás letal. Da inalação ao óbito, a vítima, calculam os historiadores, não durava mais do que 20 minutos…

Horário de sua morte: 3h40.

Estima-se que, entre maio de 1940 e agosto de 1941, 18,2 mil pacientes tenham sido executados em Hartheim — média de 40 por dia. Não por acaso, o centro de extermínio ganhou o macabro apelido de “Castelo da Morte”.

O corpo de Maria Carolina foi incinerado em um crematório dentro do próprio castelo e suas cinzas supostamente guardadas na cripta da família na paróquia de Santo Agostinho, em Coburgo.

No mesmo dia de sua execução, o príncipe Ernesto recebeu uma carta de condolências. O documento informava o óbito de Maria Carolina, mas não trazia a causa de sua morte. Em geral, os médicos alegavam que os pacientes morreram de pneumonia ou tuberculose.

Carta endereçada ao príncipe Ernesto comunicando a morte da princesa Maria Carolina
© Acervo Pessoal

‘Eutanásia nazista’

‘Pedra de tropeço’ em homenagem a Maria Carolina instalada em Schladming, na Áustria
© Divulgação

No dia 12 de novembro de 2021, uma “pedra de tropeço” (“stolpersteine”, no original em alemão) em homenagem à princesa Maria Carolina de Saxe-Coburgo e Bragança foi instalada em frente à antiga residência de sua família em Schladming, na Áustria. Atualmente, o castelo abriga a sede da prefeitura.

O projeto, lançado em 1992, é uma iniciativa do escultor alemão Gunter Demnig, de 71 anos. O objetivo dele é lembrar algumas das incontáveis vítimas do Holocausto.

“Uma pessoa só é esquecida quando seu nome é esquecido”, explica o criador do projeto.

Até maio de 2023, já foram instaladas mais de 100 mil “pedras de tropeço” em 26 países, como Áustria, Polônia e Argentina. Só na Alemanha, são mais de sete mil. Cada placa custa, entre produção e instalação, 132 euros.

As “pedras de tropeço” são placas de bronze, esculpidas à mão, sobre cubos de concreto. Em geral, as pedras, de 10 centímetros, são instaladas na calçada diante do último endereço conhecido da vítima.

Na “pedra de tropeço” de Maria Carolina está gravada a inscrição “Aktion T4”.

O T4 faz referência ao endereço da sede da suposta Fundação de Caridade para Cuidados Institucionais: o nº 4 da rua Tiergartenstrasse, em Berlim, na Alemanha. Quem trabalhava lá, entre outros, era Karl Brandt (1904-1948), o médico particular de Adolf Hitler.

“A Ação T4 é conhecida, eufemisticamente, como eutanásia nazista”, revela o historiador Pedro Muñoz, doutor em História das Ciências pela Fiocruz e professor de História da PUC-Rio. “Tratava-se, na realidade, de uma política de extermínio em massa de doentes mentais que antecedeu a chamada solução final”.

“Os historiadores alemães que estudam a história da eutanásia nazista estimam um total de 200 mil vítimas da Aktion T4 em diferentes territórios sobre o domínio do Terceiro Reich”, acrescenta Muñoz.

Príncipe Augusto Leopoldo e sua mulher, a arquiduquesa Carolina, com sete de seus oito filhos
© Prefeitura de Schladming

Lembrar para não esquecer

No dia 19 de janeiro de 2023, a princesa Maria Carolina ganhou mais uma homenagem: a inauguração do Memorial às Vítimas do Holocausto, no Rio de Janeiro.

Lá, o público pode conhecer as histórias de dezenas de vítimas do Holocausto, como a escritora alemã Anne Frank (1929-1945), ou sobreviventes, como o psiquiatra austríaco Viktor Frankl (1905-1997).

“Os terríveis números de milhões de homens, mulheres e crianças perseguidas e mortas pelo regime nazista escondem a tragédia vivida por cada indivíduo”, observa Alfredo Tolmasquim, curador da exposição do Memorial às Vítimas do Holocausto, no Rio de Janeiro.

“Cada pessoa vítima do nazismo tinha um nome, um rosto e uma história, e nós queremos dar voz e contar a história de cada um deles”.

Logo na entrada do museu, um monumento de 20 metros de altura, que simboliza os Dez Mandamentos, destaca o quinto deles: “Não Matarás”.

A exposição é dividida em três salas. Na primeira delas, iluminada e colorida, o visitante recorda o dia a dia dos judeus antes da ascensão de Hitler ao poder. Há vídeos e fotos de escolas, casamentos e aniversários.

O segundo módulo, sombria e silenciosa, retrata a vida durante o Holocausto. Nas paredes, em vez de fotografias colorizadas, retratos em preto & branco. O silêncio é quebrado quando o visitante toca um totem e ouve as histórias de vítimas e sobreviventes. A da princesa Maria Carolina é apenas uma entre tantas.

A última sala ilustra a vida depois da Segunda Guerra Mundial. No centro do módulo, uma mesa interativa dos sobreviventes que foram acolhidos no Brasil. Destaque para Nanette Blitz Konig, de 94 anos.

De origem holandesa, ela foi colega de Anne Frank tanto no Liceu Judaico, na Holanda, onde estudaram, quanto no campo de concentração de Bergen-Belsen, na Alemanha, onde estiveram presas. Hoje, mora em São Paulo.

O regime nazista perseguiu, torturou e assassinou, além de judeus, negros, ciganos, homossexuais, testemunhas de Jeová e deficientes físicos e mentais, entre outros.

“Os deficientes físicos e mentais eram considerados um peso para a sociedade”, descreve Alfredo Tolmasquim.

“Os nazistas identificavam os alemães como membros da raça ariana, uma raça superior, idealizada como pessoas altas, inteligentes, atléticas, louras e de olhos azuis. Os deficientes ‘sujavam’ a pureza da raça. Milhares de deficientes foram assassinados e outros tantos foram esterilizados em nome de uma pretensa ‘pureza’ da raça”.

História por André Bernardo – Fonte BBC News Brasil.

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‘O mundo está desmoronando’, alerta papa em novo texto sobre mudança climática https://radioyoruba.com.br/2023/10/04/o-mundo-esta-desmoronando-alerta-papa-em-novo-texto-sobre-mudanca-climatica/ https://radioyoruba.com.br/2023/10/04/o-mundo-esta-desmoronando-alerta-papa-em-novo-texto-sobre-mudanca-climatica/#respond Wed, 04 Oct 2023 15:11:17 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=12541 As reações contra o aquecimento global são insuficientes “enquanto o mundo que nos acolhe está desmoronando e talvez se aproximando de um ponto de ruptura”, alertou o papa Francisco em um novo texto publicado nesta quarta-feira (4) e com o título “Laudate Deum”. Oito anos depois de sua encíclica sobre ecologia “Laudato Si”, e poucas […]

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As reações contra o aquecimento global são insuficientes “enquanto o mundo que nos acolhe está desmoronando e talvez se aproximando de um ponto de ruptura”, alertou o papa Francisco em um novo texto publicado nesta quarta-feira (4) e com o título “Laudate Deum”.

Oito anos depois de sua encíclica sobre ecologia “Laudato Si”, e poucas semanas antes do início de uma nova rodada de negociações climáticas da ONU (COP28), em Dubai, o papa argentino alertou sobre as “pessoas que tentaram zombar dessa constatação” e pediu uma transição energética “vinculante” que possa ser “monitorada”.

Papa Francisco no Vaticano
© Filippo MONTEFORTE

O grande evento anual sobre o clima acontecerá de 30 de novembro a 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, um grande produtor de hidrocarbonetos, cuja escolha foi criticada por ambientalistas.

O jesuíta argentino, de 86 anos, fez um firme apelo para que se aproveite esse encontro, de modo a obter “compromissos efetivos”. Francisco também criticou as pessoas que, nos últimos anos, “tentaram zombar” da constatação dos estragos causados pelo aquecimento, que incluem secas, inundações e tufões, e que atingem de forma especialmente dura os países mais vulneráveis.

“Se houver um interesse sincero em tornar a COP28 histórica (…) cabe esperar apenas formas vinculantes de transição energética que tenham três características: que sejam eficientes, que sejam obrigatórias e que possam ser facilmente monitoradas”, destaca Francisco em sua exortação apostólica “Laudate Deum” (“Louvado seja Deus”, na tradução do latim).

Francisco entra a fundo no debate sobre a mitigação das atividades causadoras da mudança climática – caminho defendido pelos ambientalistas – e a adaptação aos efeitos do aquecimento, uma estratégia “a posteriori” que muitos interesses industriais defendem para que não sejam prejudicados.

O bispo de Roma é partidário da mitigação, ao considerar que “a transição de que se necessita, para energias limpas como a eólica e a solar, abandonando os combustíveis fósseis, não tem a velocidade necessária”.

E adverte sobre o risco de se concentrar na adaptação aos efeitos já consumados da mudança climática.

“Corremos o risco de ficarmos presos na lógica de corrigir, colocar remendos, amarrar com arame, enquanto sob a superfície avança um processo de deterioração que continuamos alimentando. Supor que qualquer problema futuro poderá ser resolvido com novas intervenções técnicas é pragmatismo homicida, como chutar uma bola de neve para frente”, argumenta.

“Com o passar do tempo, alerto que não temos reações suficientes enquanto o mundo que nos acolhe está desmoronando e talvez se aproximando de um ponto de ruptura”, insiste Francisco, ao mesmo tempo em que encoraja o multilateralismo “a partir de baixo”, no qual “os lutadores dos mais diversos países” pressionem “os fatores de poder”.

O papa escolheu uma data simbólica para publicar sua exortação apostólica, coincidindo com a dia de São Francisco de Assis, o santo que, segundo a tradição, falava com os animais, e a quem se refere no início do texto.

cmk-mar/avl/jvb/tt/fp/tt

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A porta-voz trans da Ucrânia que provoca fúria na Rússia https://radioyoruba.com.br/2023/09/26/a-porta-voz-trans-da-ucrania-que-provoca-furia-na-russia/ https://radioyoruba.com.br/2023/09/26/a-porta-voz-trans-da-ucrania-que-provoca-furia-na-russia/#respond Tue, 26 Sep 2023 11:15:01 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=12038 “Eu não sou definida por ser LGBTQ. Desde o primeiro dia aqui na Ucrânia, nunca tive uma interação negativa com ninguém do Exército”, disse Americana Sarah Ashton-Cirillo diz que se juntou às forças ucranianas após testemunhar crimes de guerra russos. Nomeada porta-voz, virou alvo de trolls pró-Kremlin. Mas suas falas também lhe valeram uma suspensão. […]

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“Eu não sou definida por ser LGBTQ. Desde o primeiro dia aqui na Ucrânia, nunca tive uma interação negativa com ninguém do Exército”, disse

Sarah Ashton-Cirillo chegou à Ucrânia logo após o início da guerra de agressão da Rússia, em fevereiro de 2022.
Foto: Reprodução/Wikipédia

Americana Sarah Ashton-Cirillo diz que se juntou às forças ucranianas após testemunhar crimes de guerra russos. Nomeada porta-voz, virou alvo de trolls pró-Kremlin. Mas suas falas também lhe valeram uma suspensão.

Ashton-Cirillo interpreta o ódio nas redes sociais como um sinal de que seu trabalho é eficaz

Quem acompanha notícias sobre a guerra na Ucrânia em canais em língua inglesa possivelmente já ouviu falar de Sarah Ashton-Cirillo. A cidadã americana de 45 anos chegou à Ucrânia logo após o início da guerra de agressão da Rússia, em fevereiro de 2022. Jornalista freelancer residente em Las Vegas, ela queria originalmente fazer reportagens na linha de frente do conflito. Porém pouco tempo depois de chegar ao país sob invasão, acabou decidindo se juntar às Forças de Defesa Territorial (FDT) da Ucrânia.

Hoje ostentando uma patente de sargento do Exército ucraniano, Ashton-Cirillo chegou a ser ferida em campo de batalha em fevereiro de 2023. Após sua recuperação, foi designada para trabalhar no aparato de mídia em língua inglesa das FDT e, mais tarde, nomeada como uma de suas porta-vozes. Suas declarações extremamente duras em relação à Rússia, combinadas com sua identidade transgênero, fizeram dela um alvo favorito dos propagandistas russos e de trolls pró-Kremlin nas redes sociais.

Recentemente ela também entrou na mira de políticos republicanos americanos críticos ao apoio do governo democrata de Joe Biden à Ucrânia. E em 20 de setembro a FDT anunciou que fora suspensa de sua função na Ucrânia por recentes “declarações não aprovadas pelo comando”. A unidade não especificou quais declarações provocaram a suspensão, limitando-se a afirmar que uma investigação está em curso e que a suspensão prosseguirá até a conclusão. Mas pouco antes da sua suspensão, Ashton-Cirillo trocou farpas nas redes com o senador republicano J.D.Vance, que zombou publicamente da sua identidade de gênero e a acusou de pedir o assassinato de opositores do apoio americano à Ucrânia.

A suspensão também foi encarada com sarcasmo pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova: “É emocionante, qual será o próximo cargo? Ministra da Educação Pré-Escolar ou Ginecologista-chefe das Mulheres da Ucrânia?”

Ashton-Cirillo afirmou à DW que o ódio dirigido a ela nas redes sociais é um sinal de que seu trabalho é eficaz: “As palavras dos haters russos não me afetam. Eu estive na linha de frente, todos os meus colegas estiveram na linha de frente, e não me refiro apenas a jornalistas. Nós lutamos na linha de frente. E vimos a vida e vimos a morte. As palavras não importam quando você entende que suas ações vão contribuir não apenas para a libertação da Ucrânia, mas também para salvar vidas ucranianas e russas.”

Não há dúvida que as palavras de Ashton-Cirillo causam impacto. Prova disso foi justamente a controvérsia que provocou sua suspensão, inicialmente desencadeada por um vídeo publicado por ela na rede X (antigo Twitter). Na gravação, ela afirma que “os propagandistas criminosos de guerra da Rússia serão todos caçados”.

Pouco depois, voltou à carga, afirmando que pretendia caçar especificamente um “propagandista do Kremlin”: “Na semana, os dentes dos demônios russos rangerão ainda mais, suas bocas raivosas espumarão num frenesi incontrolável, enquanto o mundo vai ver um propagandista favorito do Kremlin pagar pelos seus crimes”, disse Ashton-Cirillo a partir de um estúdio das FDT, sem nomear quem seria o indivíduo em questão. “E este fantoche de Putin há de ser só o primeiro.”

Reação de senador de ultradireita
As falas de Ashton-Cirillo acabaram chegando a Washington. O senador republicano J. D. Vance, um dos mais eloquentes opositores da ajuda militar dos EUA à Ucrânia, acusou a porta-voz de “ameaçar com violência física” opositores da ajuda americana à Ucrânia.

“Preocupo-me que os recursos americanos possam estar apoiando a violência ou a ameaça de violência contra quem expressa o que pensa. É de se notar que qualquer crítico da política incoerente dos EUA na Ucrânia já foi caluniado como propagandista, inclusive vários candidatos presidenciais e jornalistas americanos.”

Em mensagens no X, Vance chamou ainda Ashton-Cirillo de “louca” e “esquisitona” comentando que seus vídeos pareciam um “esquete do [programa de comédia] Saturday Night Live”. “Fiquei chocado quando descobri que se tratava de uma pessoa de verdade”, disse, em entrevista ao canal ultraconservador Fox News.

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Ancestrais dos humanos coexistiram com dinossauros, diz estudo. https://radioyoruba.com.br/2023/06/30/ancestrais-dos-humanos-coexistiram-com-dinossauros-diz-estudo/ https://radioyoruba.com.br/2023/06/30/ancestrais-dos-humanos-coexistiram-com-dinossauros-diz-estudo/#respond Fri, 30 Jun 2023 23:45:27 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=11722 De acordo com um novo estudo publicado na revista científica Current Biology, nesta última terça-feira (27), ancestrais de humanos e dinossauros coexistiram durante um curto período de tempo. Os cientistas não estão falando da linhagem humana como é conhecida hoje, mas de um grupo ancestral incomum que viveu na mesma época dos dinossauros. Uma equipe […]

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De acordo com um novo estudo publicado na revista científica Current Biology, nesta última terça-feira (27), ancestrais de humanos e dinossauros coexistiram durante um curto período de tempo. Os cientistas não estão falando da linhagem humana como é conhecida hoje, mas de um grupo ancestral incomum que viveu na mesma época dos dinossauros.

Uma equipe de pesquisadores das Universidades de Bristol e de Friburgo, na Alemanha, chegou ao resultado após estudar milhares de fósseis de mamíferos placentários, uma classe que incluí animais como cães, morcegos e até humanos. Os dados sugerem que eles viveram há cerca de 66 milhões, antes do asteroide chegar e causar o evento catastrófico.

Os dados moleculares dos fósseis sugerem que esses animais estavam vivos antes do evento de extinção em massa que ocorreu no período Cretáceo-Paleógeno (K-Pg). A análise confirma a existência de grupos de mamíferos placentários antes do asteroide, sugerindo que eles coexistiram com os dinossauros durante um breve período de tempo.

Apesar de acreditarem na existência de um ancestral dos humanos, os paleontólogos afirmam que o desparecimento dos dinossauros permitiu a evolução e diversificação da espécie.

“O modelo que usamos estima as idades de origem com base no momento em que as linhagens aparecem pela primeira vez no registro fóssil e no padrão de diversidade de espécies ao longo do tempo para a linhagem. Ele também pode estimar as idades de extinção com base nas últimas aparições quando o grupo está extinto”, explicou a coautora e representante da Universidade de Friburgo, Daniele Silvestro.

Humanos e dinossauros juntos?
De acordo com a principal autora do estudo e representante da Universidade de Bristol, Emily Carlisle, foram utilizados milhares de fósseis de mamíferos placentários. Desta forma, os cientistas conseguiram analisar os padrões de origem e extinção dos diferentes animais da época: assim, eles descobriram que um grupo de primatas ancestrais dos humanos evoluiu durante o período dos dinossauros.

Os cientistas afirmam que não sabem como seria a aparência dos nossos ancestrais placentários, contudo, provavelmente eles pareceriam pequenos esquilos. De qualquer forma, é importante destacar que as linhagens modernas de mamíferos placentários só começaram a surgir por conta do evento, pois estes grupos conseguiram se diversificar mais após a extinção em massa dos dinossauros.

“Infelizmente, não sabemos como seriam nossos ancestrais mamíferos placentários naquela época. Muitos dos primeiros fósseis de mamíferos placentários são criaturas bastante pequenas, como o Purgatorius — um dos primeiros ancestrais dos primatas — que era uma pequena criatura escavadora, um pouco como um musaranho. Portanto, é provável que muitos de nossos ancestrais fossem pequenos e se pareciam com esquilos”, disse Carlisle.

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Submarino Titan: saiba o que acontece com o corpo humano durante a implosão https://radioyoruba.com.br/2023/06/24/submarino-titan-saiba-o-que-acontece-com-o-corpo-humano-durante-a-implosao/ https://radioyoruba.com.br/2023/06/24/submarino-titan-saiba-o-que-acontece-com-o-corpo-humano-durante-a-implosao/#respond Sat, 24 Jun 2023 21:25:29 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=11698 Implosão subaquática refere-se ao súbito colapso interno da embarcação, que estaria sob imensa pressão nas profundezas para as quais estava mergulhando O que deveria ser uma jornada de 10 horas até o naufrágio do Titanic terminou em tragédia, com todos os cinco passageiros do submersível Titan mortos em uma implosão catastrófica. Suas mortes foram confirmadas […]

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Implosão subaquática refere-se ao súbito colapso interno da embarcação, que estaria sob imensa pressão nas profundezas para as quais estava mergulhando

Submersível Titan operado pela OceanGate Expeditions OceanGate Expeditions/Handout via REUTERS

O que deveria ser uma jornada de 10 horas até o naufrágio do Titanic terminou em tragédia, com todos os cinco passageiros do submersível Titan mortos em uma implosão catastrófica.

Suas mortes foram confirmadas na quinta-feira (22), pela Guarda Costeira dos Estados Unidos, concluindo uma busca de quase uma semana por sobreviventes que foi observada de perto em todo o mundo.

Uma implosão subaquática refere-se ao súbito colapso interno da embarcação, que estaria sob imensa pressão nas profundezas para as quais estava mergulhando.

Não está claro onde ou quão profundo estava o Titan quando ocorreu a implosão, mas os destroços do Titanic estão a quase 4.000 metros abaixo do nível do mar. O submersível estava em cerca de 1 hora e 45 minutos na descida de aproximadamente duas horas quando perdeu o contato.

Na profundidade em que o Titanic repousa, há cerca de várias centenas de vezes a pressão que experimentamos na superfície, de acordo com Rick Murcar, diretor de treinamento internacional da Associação Nacional de Mergulho em Caverna.

Uma implosão catastrófica é “incrivelmente rápida”, ocorrendo em apenas uma fração de milissegundo, disse Aileen Maria Marty, ex-oficial da Marinha e professora da Florida International University.

 

“A coisa toda teria desmoronado antes que as pessoas lá dentro percebessem que havia um problema”, disse ela à CNN. “Em última análise, entre as muitas maneiras pelas quais podemos passar, isso é indolor.”

Especialistas dizem que é improvável que os corpos sejam recuperados.

Fonte: CNN – Brasil

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SpaceX pretende lançar foguete mais poderoso da história nesta segunda-feira (17) https://radioyoruba.com.br/2023/04/17/spacex-pretende-lancar-foguete-mais-poderoso-da-historia-nesta-segunda-feira-17/ https://radioyoruba.com.br/2023/04/17/spacex-pretende-lancar-foguete-mais-poderoso-da-historia-nesta-segunda-feira-17/#respond Mon, 17 Apr 2023 11:55:52 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=11321 Empresa de Elon Musk criou o veículo para transportar pessoas e carga em futuras missões à lua e a Marte A SpaceX pretende realizar nesta segunda-feira (17) o primeiro voo orbital da Starship, a nave espacial mais poderosa da história. A empresa de Elon Musk criou o veículo para transportar pessoas e carga em futuras […]

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Empresa de Elon Musk criou o veículo para transportar pessoas e carga em futuras missões à lua e a Marte

Reprodução / Twitter @elonmusk

A SpaceX pretende realizar nesta segunda-feira (17) o primeiro voo orbital da Starship, a nave espacial mais poderosa da história. A empresa de Elon Musk criou o veículo para transportar pessoas e carga em futuras missões à lua e a Marte.

A missão de teste está marcada para às 9h, horário de Brasília. Entretanto, a companhia já anunciou que o lançamento pode atrasar em até 2h30. Caso seja adiado, o lançamento deve ser marcado ainda para esta semana.

A expectativa é de que o voo não tripulado dure cerca de 1h30. Ele começa na Starbase, base da SpaceX em Boca Chica, no sul do Texas, e termina no Oceano Pacífico, em algum ponto próximo à costa do Havaí.

Em seu perfil no Twitter, Elon Musk demonstrou empolgação com o teste mais avançado da Starship até aqui. “Sucesso talvez, emoção com certeza”, publicou.

A Nasa já comunicou que usará a Starship para levar astronautas de volta à superfície da Lua na missão Artemis 3, que está prevista para o final de 2025.

Esta será a primeira vez que a nave faz um voo com sua configuração completa, incluindo o primeiro estágio, como é chamado o propulsor Super Heavy.

A Starship é uma nave reutilizável projetada pela SpaceX com cerca de 50 metros de altura e alcança 120 metros quando está integrada com o propulsor Super Heavy.

A SpaceX já detalhou todas as etapas previstas para a missão. Elas poderão ser alteradas, mas, a princípio, estes serão os principais momentos:

0min55s: foguete atinge o “Max Q”, como é conhecido o pico de estresse mecânico;

2min52: os dois estágios (foguete e nave) se separam e, então, o foguete começa o procedimento para pousar na água, na região do Golfo do México;

2min57: motor da Starship é acionado;

9min20: motor da Starship é desligado e nave segue na órbita terrestre;

1h17min: depois de dar uma volta no planeta, a nave deixa a órbita terrestre e começa a voltar para a atmosfera;

1h30: Starship pousa no Oceano Pacífico, próximo à costa do Havaí.

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