Arquivo de História - Estação de Radio Yorùbá https://radioyoruba.com.br/category/historia/ Emissora de Radio Yorùbá especializada em candomblé, umbanda e tudo relacionado a cultura afro brasileira Sun, 24 Mar 2024 10:36:37 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.3 https://radioyoruba.com.br/wp-content/uploads/2022/07/LOGO_RADIO_YORUBA_512-75x75.png Arquivo de História - Estação de Radio Yorùbá https://radioyoruba.com.br/category/historia/ 32 32 CNIC aprova início da execução de R$ 1,2 bilhão para 516 projetos culturais https://radioyoruba.com.br/2024/03/24/cnic-aprova-inicio-da-execucao-de-r-12-bilhao-para-516-projetos-culturais/ https://radioyoruba.com.br/2024/03/24/cnic-aprova-inicio-da-execucao-de-r-12-bilhao-para-516-projetos-culturais/#respond Sun, 24 Mar 2024 09:14:36 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=13196 Em reunião virtual na última quarta-feira (20), comissários analisaram iniciativas de áreas como artes cênicas, música e patrimônio A341ª Reunião Ordinária da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), realizada na quarta-feira (20), analisou 516 projetos culturais apresentados ao mecanismo de incentivo fiscal da Lei Rouanet. O colegiado autorizou o início da execução dos projetos […]

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Em reunião virtual na última quarta-feira (20), comissários analisaram iniciativas de áreas como artes cênicas, música e patrimônio

Foto Arquivo – Radio Yorubá – Por: Victor Vec/MinC

A341ª Reunião Ordinária da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), realizada na quarta-feira (20), analisou 516 projetos culturais apresentados ao mecanismo de incentivo fiscal da Lei Rouanet. O colegiado autorizou o início da execução dos projetos e a continuidade do processo de captação do valor total de R$ 1.295.809.393,74, proveniente da renúncia fiscal oferecida a empresas e pessoas físicas que destinarem até 4% de seus impostos a ações de cultura.

Na abertura, foi empossado o segundo suplente do audiovisual, Tiago Santos, que está há 16 anos à frente do planejamento e da produção do Festival Florianópolis Audiovisual Mercosul (FAM). “Eu sou um fazedor de cultura e acho muito importante essa ferramenta de fomento para os produtores culturais, principalmente a questão dessa pesquisa de várias fontes de recurso, que é a sustentabilidade econômica”, destacou Tiago, que passa a ser também o representante de Santa Catarina no colegiado.

Durante o encontro, promovido no formato virtual, foram pautados 634 projetos, das cinco regiões do país, dos quais 516 foram apreciados e 10 diligenciados (aguardando resposta dos proponentes a pontos questionados). As iniciativas culturais contempladas integram as seguintes áreas: artes cênicas, artes visuais, audiovisual, humanidades, música e patrimônio cultural.

O secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural (Sefic) do Ministério da Cultura (MinC), Henilton Menezes, celebrou o resultado do encontro. “A CNIC é a representação da sociedade nas decisões sobre o fomento aos projetos, utilizando os incentivos fiscais permitidos pela Lei Rouanet. “, comentou. “Os projetos aprovados hoje totalizam um investimento potencial de R$ 1,2 bilhão, o que impacta diretamente a produção cultural brasileira e a economia”.

Com essa etapa, os agentes culturais ficam autorizados a finalizar a captação dos recursos aprovados e começar a execução das ações propostas. Os projetos aprovados contemplam todas as regiões do país com ações de relevância para o cenário cultural nacional e local, conforme o Decreto nº 11.453/2023, que regulamentou os mecanismos de fomento do sistema de financiamento à cultura e reforçou a necessidade de nacionalizar os recursos para o desenvolvimento do setor.

Todos os próximos passos do processo serão rigorosamente monitorados pelos técnicos do MinC.

Foto divulgação arquivo

Cultura em todas as regiões

Entre os projetos analisados durante esta edição da CNIC está o de manutenção bianual do Museu da Cultura Hip Hop do Rio Grande do Sul, o primeiro do país, que pode captar até R$ 3,1 milhões (R$ 3.191.700) via Lei Rouanet. Inaugurado em dezembro de 2023, o espaço abriga mais de 6 mil itens nos acervos físico e digital, biblioteca, quadra poliesportiva, estúdio e sala de exposições, além de oferecer oficinais de grafite e break. Na última terça-feira (19), o secretário Henilton Menezes visitou o museu durante viagem a Porto Alegre e constatou a importância do projeto. “É muito bom ver de perto para onde os recursos do fomento cultural vão e o impacto que têm”, comentou.

Também foi analisado o projeto para as tradicionais apresentações dos Bois Caprichoso e Garantido durante o Festival de Parintins (AM) de 2024, previsto para começar em junho. O total previsto para o projeto é de R$ 8,1 milhões (R$ 8.101.716,00), dos quais R$ 1,5 milhão já foi captado. Os recursos serão utilizados para pagar os cerca de 2.350 participantes das duas companhias e a elaboração de 9.636 fantasias, cenários e alegorias. O festival é a principal atividade econômica do município, atrai público de mais de 30 mil pessoas anualmente e é reconhecido como patrimônio cultural brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Outro projeto avaliado na 341ª reunião foi a produção do livro “Relíquias – Patrimônio Arquitetônico do Centro-Oeste do Brasil”, com registros do fotógrafo Fernando Chiriboga sobre o legado arquitetônico de cidades do Centro-Oeste brasileiro, algumas tombadas pelo Iphan e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). O valor a ser captado é de R$ 319,8 mil (R$ 319.816,53). Também passou pelos integrantes da CNIC o projeto do Festival de Teatro do Agreste, em Caruaru (PE), que deve captar R$ 395 mil (R$ 395.395) para mostra de espetáculos profissionais e estudantis, além de oficina para estudantes e profissionais de artes cênicas.

Programado para realização no Rio de Janeiro e em São Paulo, o projeto Meu Primeiro Festival poderá captar até R$ 2,5 milhões (R$ 2.577.040,41) para sua terceira edição, destinada a apresentações de música, ópera, circo, oficinas, atividades culturais e de educação ambiental para crianças.

Colegiado

Órgão colegiado que subsidia o MinC nas decisões no âmbito da Lei Rouanet, a CNIC é composta por 30 pessoas. Da sociedade civil, participam 21 pessoas, representando entidades atuantes em todo o país nas áreas culturais e em setores da iniciativa privada.

Também são integrantes os sete presidentes das entidades vinculadas ao MinC – Agência Nacional do Cinema (Ancine); Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan); Instituto Brasileiro de Museus (Ibram); Fundação Biblioteca Nacional (FBN); Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB); Fundação Cultural Palmares (FCP); e Fundação Nacional de Artes (Funarte). É constituída ainda pelo presidente do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Cultura dos estados. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, preside a CNIC e tem como suplente o secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural, Henilton Menezes.

O próximo encontro da CNIC será presencial, no modelo itinerante, nos dias 10, 11 e 12 de abril, em Vitória (ES). Em junho é a vez do Centro-Oeste; em agosto, do Norte; em setembro, do Sul; e em novembro, Nordeste. As demais reuniões do ano serão virtuais.

Para assistir à 341ª reunião da CNIC, acesse o canal do MinC no YouTube.

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O PRIMEIRO E ÚNICO SAMURAI AFRICANO ERA DO POVO BANTU https://radioyoruba.com.br/2024/03/04/o-primeiro-e-unico-samurai-africano-era-do-povo-bantu/ https://radioyoruba.com.br/2024/03/04/o-primeiro-e-unico-samurai-africano-era-do-povo-bantu/#respond Tue, 05 Mar 2024 00:44:42 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=13135 Primeiro samurai estrangeiro de todos, Yasuke foi trazido da África pelos jesuítas e tornou-se guarda-costas do grande daimiô Oda Nobunaga Quando se fala no povo japonês ou no próprio japão vem logo a mente, os grandes samurais. E até se imagina que no meio de tantas tradições secretas desse povo enigmático, houvesse algum impedimento para […]

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Primeiro samurai estrangeiro de todos, Yasuke foi trazido da África pelos jesuítas e tornou-se guarda-costas do grande daimiô Oda Nobunaga

Foto Reprodução Buzzfeed

Quando se fala no povo japonês ou no próprio japão vem logo a mente, os grandes samurais. E até se imagina que no meio de tantas tradições secretas desse povo enigmático, houvesse algum impedimento para um homem negro vindo da áfrica se tornar um samurai.

Yasuke o primeiro e único samurai negro da história, nasceu pelos meados de 1555 a 1566, e segundo alguns historiadores, acredita-se que ele era da Angola ou da Etiópia, e também muito provavél que tenha sido um macua, um povo originário de Moçambique.

Seu nome também é um mistério para alguns pesquisadores, e existem algumas teorias que são: a Palavra Yaos que vem do povo Bantu, mais o termo japonês masculino chamado de suke. Então ficaria Yasuke. Ou mesmo Isaque, um nome cristão dados pelos seus senhores cristãos, como se ele fosse um etíope.

Ilustração de Yasuke – foto reprodução domínio público

Yasuke chegou ao Japão em 1579. Começou atuando como assistente do jesuíta italiano Alessandro Valignano. A sua pele negra chamou logo a atenção dos japoneses e logo não passaria despercebido pelo grande Oda Nobunaga.

Oda Nobunaga foi um daimiô, dono de terras com grande poder político, filho de um guerreiro importante do Japão. Guerreiro esse conhecido pela frase “se o pássaro não canta, eu mato”.

E quando o daimiô viu aquele homem negro, alto, com forte estatura física, um gigante para os padrões japoneses da época, logo Yasuke foi recrutado como seu guarda-costas.

Foto reprodução Internet

Quando se tornou samurai, após longo período de treinamento em 1581, trabalhou como guarda do castelo de Nobunaga. E logo a fama de Yasuke se espalhou como de um guerreiro gigante e indestrutível, com a força de dez homens. Aprendeu a falar fluentemente japonês e lhe foi concedido a honra de ser o portador da espada de Nobunaga.

Nobunaga havia recentemente unificado a metade do japão e conquistado estabilidade com seus opositores. Eram três grandes clãs – Hojo, Chosokabe e Shimazu – que assumidamente eram contra ao seu domínio.

O grande golpe e a queda de Nobunaga.
Em 21 de junho de 1582, o general Akechi Mitsuhide contra seu mestre Nobunaga, enviando um exército contra o templo Honno-ji. E como a vitória era impossível, Nobunaga cometeu seppuku – suicídio ritual.

Yasuke não pensou duas vezes e se juntou com o filho de seu mestre. Ele lutou ao lado do herdeiro por um longo tempo, mas não foi o suficiente para salvar seu mestre. Yasuke, sem ter para onde ir, se juntou ao lado do inimigo ao invés de cometer o suicídio de honra, pois ele seguiu o costume ocidental e ofereceu seus serviços a Mitsuhide. O general esnobou, o chamando de fera que “não sabia de nada”.

Mitsuhide o general traidor, manteve o xugunato por apenas 13 dias. Ele morreria misteriosamente em junho, assassinado na estrada. Se especula que o próprio Yasuke o matou. O poder passaria para outro general de Nobunaga, Toyotomi Hideyoshi. Enquanto o Yasuke, voltou a servir os jesuitas. Apartir daí nunca mais se ouviu falar dele.

Representação na cultura pop
Em 2021, a história de Yasuke foi adaptada para uma série da Netflix. Levando o nome do samurai negro, a produção de LeSeanThomas é adaptada para uma realidade alternativa fantástica no Japão feudal.

A série conta a trajetória de um ex-samurai de origem africana que precisa empunhar novamente sua espada para proteger uma garota misteriosa contra as forças do mal.

Referências: Pesquisador Thomas Lockey. Alessandro Valignano — Visitador das Missões nas Índias, segundo Michael Cooper em ‘They Came to Japan: An Anthology of European Reports on Japan, 1543–1640’.
Fonte inicial: pt.wikipedia.org

Autor: Eduardo F. Coelho

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Você sabe por que colocamos ovos para Santa Clara quando pedimos tempo bom? https://radioyoruba.com.br/2024/01/14/voce-sabe-por-que-colocamos-ovos-para-santa-clara-quando-pedimos-tempo-bom/ https://radioyoruba.com.br/2024/01/14/voce-sabe-por-que-colocamos-ovos-para-santa-clara-quando-pedimos-tempo-bom/#respond Sun, 14 Jan 2024 11:58:50 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=12964 Evocada popularmente para acalmar a chuva e o tempo ruim em troca da oferenda de alguns ovos, e lembrada como a padroeira da televisão, poucos sabem que Santa Clara teve um importante papel na história das mulheres dentro da Igreja Católica. Foi ela quem criou a primeira ordem de mulheres religiosas fora da clausura, a […]

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Imagem – franciscanos.org

Evocada popularmente para acalmar a chuva e o tempo ruim em troca da oferenda de alguns ovos, e lembrada como a padroeira da televisão, poucos sabem que Santa Clara teve um importante papel na história das mulheres dentro da Igreja Católica.

Foi ela quem criou a primeira ordem de mulheres religiosas fora da clausura, a Ordem das Clarissas. A seguidora de Francisco de Assis viveu de 1194 e 1253 e seu dia é celebrado em 11 de agosto, data de seu falecimento.

Além de fundar o ramo feminino da ordem franciscana, ela ainda escreveu a “forma de vida” que nortearia o cotidiano dessas mulheres. A iniciativa foi inédita, sendo a primeira regra escrita por uma mulher aceita e aprovada pela Igreja em 1253, dois dias antes de sua morte.

“Ela inaugurou um novo tempo na Igreja Católica. Antes, havia mulheres que eram monjas de clausura. Mas a ordem de Santa Clara é a primeira que vai ter freiras”, observa a teóloga e especialista em cultura religiosa Ana Beatriz Dias Pinto.

Mais de 1500 mosteiros

De acordo com a professora do curso de Teologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Santa Clara, nascida Chiara d’Offreducci, em Assis, na Itália, buscou uma ruptura com o pensamento medieval da época.

“Ela queria viver em sintonia com as pessoas, mostrou o papel da mulher como alguém que também pode ser protagonista na religião, não só espectadora, e fundamentalmente a universalidade da Igreja Católica”, diz a professora.

Hoje, conforme a especialista, existem mais de 1.500 mosteiros da ordem de Santa Clara nos cinco continentes, com religiosas vivendo tanto nessas casas, quanto trabalhando em espaços como escolas e hospitais.

Imagem: Wikimedia Commons

Vida franciscana

Santa Clara teve uma trajetória parecida com a de Francisco de Assis. Ela também deixou uma vida de riquezas materiais para trás e enfrentou a resistência da família para seguir o ideal religioso por meio de uma vida de cuidado aos pobres.

“Naquele tempo, geralmente as famílias eram muito numerosas. Nesse aspecto, ter um filho homem que fosse padre era uma posição de prestígio, era uma possibilidade de ascensão entrar no Clero. Já uma mulher se tornar uma mulher de clausura era raro na nobreza”.

Apesar de a jovem já demonstrar um comportamento recolhido e religioso desde cedo, a decisão de seguir esse caminho surgiu após Clara assistir, aos 18 anos, a uma pregação de Francisco. Pouco tempo depois, ela já havia distribuído aos pobres o dote e o enxoval que tinha. Também cortou os cabelos, como símbolo de consagração àquela nova vida.

Tendo Francisco como mestre espiritual, ela se estabeleceu, em definitivo, no Santuário de São Damião. “Santa Clara passou, então, a cativar outras jovens, a ponto da irmã mais jovem também se juntar a ela”, acrescenta a teóloga.

Seus milagres

Santa Clara foi canonizada pelo Papa Alexandre IV em 1255, dois anos após a sua morte. Entre os milagres atribuídos a ela estão a proteção da cidade de Assis durante uma invasão por sarracenos (forma como os cristãos denominavam árabes ou muçulmanos), em 1240. Segurando um ostensório na porta do mosteiro, ela teria impedido que o local fosse saqueado.

A religiosa também é conhecida como padroeira da televisão, mesmo o eletrodoméstico só tendo sido criado séculos depois. “Uma das situações mais curiosas foi que ela queria ir a uma missa na noite de Natal, mas estava doente. Ficou na cama, e quando as pessoas voltaram, ela disse ter assistido a uma projeção na parede do quarto. Descreveu para as freiras tudo o que aconteceu, como se tivesse visto em uma tela de pintura, com imagens em movimento”, relata a professora.

Ovos para bom tempo

A história mais famosa envolvendo Santa Clara, no entanto, tem a ver com a meteorologia e se tornou uma tradição muito adotada por noivas que querem se casar em um dia ensolarado e oferecem ovos para a santa, em troco de bom tempo.

Conta-se que moradores de uma cidade vizinha a Assis se refugiaram no convento de Santa Clara durante uma enchente. Quando saíram de casa, só conseguiram carregar pequenos animais, como galinhas. Santa Clara, diante da situação, rezou para que a tempestade cessasse e as pessoas pudessem voltar para suas casas. Na hora de ir embora, o grupo não tinha como pagar pela hospitalidade, então deixou, como agradecimento, uma cesta com ovos para as freiras.

“Criou-se, então, uma tradição de que, quando não se quer chuva, se oferece ovos para Santa Clara. Até o Papa Francisco, quando veio ao Brasil durante a Jornada Mundial da Juventude, pediu que uma cesta de ovos fosse oferecida a ela. Mesmo com previsão de chuva, o tempo ficou bom. Até hoje ninguém consegue explicar o que aconteceu”.

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Maria Carolina, a princesa brasileira morta pelos nazistas em câmara de gás https://radioyoruba.com.br/2023/10/20/maria-carolina-a-princesa-brasileira-morta-pelos-nazistas-em-camara-de-gas/ https://radioyoruba.com.br/2023/10/20/maria-carolina-a-princesa-brasileira-morta-pelos-nazistas-em-camara-de-gas/#respond Fri, 20 Oct 2023 13:55:00 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=12844 O historiador Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança tinha sete anos quando as tropas de Hitler invadiram a Áustria, em 12 de março de 1938. Aos 91, ele não se esquece do semblante de preocupação de sua tia, a princesa Maria Carolina de Saxe-Coburgo e Bragança (1899-1941). Ela e a mãe de Carlos, Teresa Cristina […]

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Maria Carolina, a princesa brasileira morta pelos nazistas em câmara de gás
© Domínio público

O historiador Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança tinha sete anos quando as tropas de Hitler invadiram a Áustria, em 12 de março de 1938. Aos 91, ele não se esquece do semblante de preocupação de sua tia, a princesa Maria Carolina de Saxe-Coburgo e Bragança (1899-1941).

Ela e a mãe de Carlos, Teresa Cristina (1902-1990), são bisnetas do imperador Pedro 2º (1825-1891).

Elas são filhas do príncipe Augusto Leopoldo (1867-1922), filho da princesa Leopoldina (1847-1871). Leopoldina é, por sua vez, a segunda filha de Pedro 2º e Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias (1822-1889).

Ao todo, o príncipe Augusto e a mulher, a arquiduquesa Carolina da Áustria-Toscana (1869-1945), tiveram oito filhos: Augusto (1895-1909), Clementina (1897-1975), Maria Carolina, Rainer (1900-1945), Filipe (1901-1985), Teresa Cristina, Leopoldina (1905-1978) e Ernesto (1907-1978).

A história da princesa Maria Carolina é contada num dos totens do Memorial às Vítimas do Holocausto, no Rio de Janeiro
© Divulgação

Desses, pelo menos três nasceram com problemas mentais, provavelmente de origem genética: Augusto, Maria Carolina e Leopoldina.

No caso da terceira filha do casal, acredita-se que, além da deficiência mental, ela teria contraído poliomielite. Quem afirma isso é sua sobrinha, Maria Amélia, filha da princesa Clementina, em seu livro de memórias.
Naquele 12 de março de 1938, Maria Carolina não poderia imaginar que apenas três anos depois, no dia 6 de junho de 1941, ela seria morta pelas mãos dos nazistas numa câmara de gás do Castelo de Hartheim, na Áustria.

Tinha 42 anos.

“Minha tia foi barbaramente eliminada por duas razões: era declaradamente antinazista e tinha uma doença incurável”, recorda o sobrinho da princesa, autor de livros como Dom Pedro 2º na Alemanha (Editora Senac, 2014). “O regime eliminou uma inimiga com a desculpa de que ela era inútil e demente”.

Os irmãos Maria Carolina, Augusto Leopoldo, Clementina, Augusto, Rainer e Carolina
© Museu Imperial Ibram MinC

Condenados ao esquecimento

A princesa Maria Carolina nasceu no dia 10 de janeiro de 1899, na cidade de Pula, antigo Império Austro-Húngaro, atual Croácia. Seu nome completo é Maria Carolina Filomena Ignácia Paulina Josefa Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Saxe-Coburgo e Bragança.

Por parte de pai, Maria Carolina era bisneta de Dom Pedro 2º, o último imperador do Brasil, e trineta de Dom Pedro 1º, o primeiro imperador brasileiro.

Maria Carolina no colo da mãe, entre Clementina e Augusto
© Museu Imperial Ibram MinC

Seu pai, Augusto, nasceu em Petrópolis (RJ), no dia 6 de dezembro de 1867, mas, com a morte do avô, Dom Pedro 2º, no dia 5 de dezembro de 1891, passou a morar em Viena.

Foi lá que se casou, no dia 30 de maio de 1894, com a arquiduquesa Carolina, no Palácio Imperial de Hofburg. O casal teve oito filhos.

A família de Augusto e Carolina morou, entre outros endereços, nos castelos Gerasdorf e Schladming, distantes 16 e 345 quilômetros de Viena, a capital da Áustria.

Dom Augusto morreu em 11 de outubro de 1922, aos 54 anos, sem realizar o sonho de, um dia, regressar ao Brasil.

A Lei do Banimento, que impedia a família imperial de colocar os pés no país, vigorou de 21 de dezembro de 1889, por ocasião da Proclamação da República, a 3 de setembro de 1920, já no governo do presidente Epitácio Pessoa.

“Os brasileiros conhecem muito pouco a história da princesa Maria Carolina porque ela nasceu no exílio”, explica a historiadora Astrid Beatriz Bodstein, idealizadora do perfil Royalty and Protocol no Instagram. “Não bastasse, a grande imprensa boicotava toda e qualquer notícia sobre a família imperial. Ela praticamente viveu nas sombras”.

Segundo Bodstein, o príncipe Augusto Leopoldo até pensou em visitar o Brasil por ocasião das comemorações do centenário da Independência, em 1922, mas, adoeceu e morreu logo depois. A primeira integrante do ramo da família Saxe-Coburgo e Bragança a conhecer o país foi a princesa Teresa Cristina já na década de 1930.

O Castelo da Morte

Em 1938, por recomendação de Filipe, o quinto filho da família Saxe-Coburgo e Bragança, sua mãe, Carolina, mudou-se para Budapeste, na Hungria, com a filha, Leopoldina.

Em setembro daquele mesmo ano, seis meses depois da anexação da Áustria pela Alemanha, Maria Carolina foi transferida para um hospital psiquiátrico em Schladming, onde a família residia desde 1918.

A princesa já tinha sido internada, entre outras instituições, em uma casa de repouso em Salzburgo e em um sanatório público em Niedernhart.

“Muitos pais, sob a ameaça de perder a custódia de seus filhos, foram pressionados a mandá-los para supostos asilos e hospitais psiquiátricos”, afirma a historiadora Sabrina Ribeiro, criadora do canal Apaixonados por História no YouTube. “Segundo as leis do regime nazista, pessoas ‘suspeitas’ de doenças hereditárias, ou ‘vidas indignas de serem vividas’, como diziam na época, deveriam ser exterminadas”.

Médicos nazistas, em vez de tratar os pacientes, entregavam os considerados incuráveis, seja por terem deficiências físicas, seja por apresentarem transtornos psiquiátricos, à morte.

No dia 6 de junho de 1941, o hospital de Schladming foi invadido por soldados alemães. Os pacientes — entre eles, Maria Carolina — foram transportados, em veículos apelidados de “ônibus da morte”, para o Castelo de Hartheim.

O Castelo de Hartheim, onde Maria Carolina foi morta
© United States Holocaust Memorial Museum

Assim que chegaram ao centro de extermínio, os pacientes que tinham dentes ou obturações de ouro eram marcados pelos guardas. Depois de sua morte, tais objetos de valor seriam extraídos.

Hartheim era um dos seis centros de extermínio existentes na época. Os outros cinco eram Bernburg, Brandenburg, Grafeneck, Hadamar e Sonnenstein. Neles, os pacientes eram mortos por envenenamento a gás — monóxido de carbono ou cianeto de hidrogênio — ou com injeção letal.

“Na hierarquia da memória, os deficientes físicos e mentais ocupam o último lugar”, afirma a pesquisadora Esther Mucznik, presidente da Associação Memória e Ensino do Holocausto (Memoshoá), em Lisboa. “E ocupam o último lugar, não só pelo apagamento de vestígios, mas, porque, ao contrário de outras vítimas do Shoah, como judeus, ciganos e homossexuais, não tinham representantes ou porta-vozes”.

No mesmo dia em que chegou a Hartheim, 6 de junho de 1941, a princesa Maria Carolina de Saxe-Coburgo e Bragança foi executada, completamente nua, numa câmara de gás disfarçada de banheiro. Dos chuveiros, não saía água, mas gás letal. Da inalação ao óbito, a vítima, calculam os historiadores, não durava mais do que 20 minutos…

Horário de sua morte: 3h40.

Estima-se que, entre maio de 1940 e agosto de 1941, 18,2 mil pacientes tenham sido executados em Hartheim — média de 40 por dia. Não por acaso, o centro de extermínio ganhou o macabro apelido de “Castelo da Morte”.

O corpo de Maria Carolina foi incinerado em um crematório dentro do próprio castelo e suas cinzas supostamente guardadas na cripta da família na paróquia de Santo Agostinho, em Coburgo.

No mesmo dia de sua execução, o príncipe Ernesto recebeu uma carta de condolências. O documento informava o óbito de Maria Carolina, mas não trazia a causa de sua morte. Em geral, os médicos alegavam que os pacientes morreram de pneumonia ou tuberculose.

Carta endereçada ao príncipe Ernesto comunicando a morte da princesa Maria Carolina
© Acervo Pessoal

‘Eutanásia nazista’

‘Pedra de tropeço’ em homenagem a Maria Carolina instalada em Schladming, na Áustria
© Divulgação

No dia 12 de novembro de 2021, uma “pedra de tropeço” (“stolpersteine”, no original em alemão) em homenagem à princesa Maria Carolina de Saxe-Coburgo e Bragança foi instalada em frente à antiga residência de sua família em Schladming, na Áustria. Atualmente, o castelo abriga a sede da prefeitura.

O projeto, lançado em 1992, é uma iniciativa do escultor alemão Gunter Demnig, de 71 anos. O objetivo dele é lembrar algumas das incontáveis vítimas do Holocausto.

“Uma pessoa só é esquecida quando seu nome é esquecido”, explica o criador do projeto.

Até maio de 2023, já foram instaladas mais de 100 mil “pedras de tropeço” em 26 países, como Áustria, Polônia e Argentina. Só na Alemanha, são mais de sete mil. Cada placa custa, entre produção e instalação, 132 euros.

As “pedras de tropeço” são placas de bronze, esculpidas à mão, sobre cubos de concreto. Em geral, as pedras, de 10 centímetros, são instaladas na calçada diante do último endereço conhecido da vítima.

Na “pedra de tropeço” de Maria Carolina está gravada a inscrição “Aktion T4”.

O T4 faz referência ao endereço da sede da suposta Fundação de Caridade para Cuidados Institucionais: o nº 4 da rua Tiergartenstrasse, em Berlim, na Alemanha. Quem trabalhava lá, entre outros, era Karl Brandt (1904-1948), o médico particular de Adolf Hitler.

“A Ação T4 é conhecida, eufemisticamente, como eutanásia nazista”, revela o historiador Pedro Muñoz, doutor em História das Ciências pela Fiocruz e professor de História da PUC-Rio. “Tratava-se, na realidade, de uma política de extermínio em massa de doentes mentais que antecedeu a chamada solução final”.

“Os historiadores alemães que estudam a história da eutanásia nazista estimam um total de 200 mil vítimas da Aktion T4 em diferentes territórios sobre o domínio do Terceiro Reich”, acrescenta Muñoz.

Príncipe Augusto Leopoldo e sua mulher, a arquiduquesa Carolina, com sete de seus oito filhos
© Prefeitura de Schladming

Lembrar para não esquecer

No dia 19 de janeiro de 2023, a princesa Maria Carolina ganhou mais uma homenagem: a inauguração do Memorial às Vítimas do Holocausto, no Rio de Janeiro.

Lá, o público pode conhecer as histórias de dezenas de vítimas do Holocausto, como a escritora alemã Anne Frank (1929-1945), ou sobreviventes, como o psiquiatra austríaco Viktor Frankl (1905-1997).

“Os terríveis números de milhões de homens, mulheres e crianças perseguidas e mortas pelo regime nazista escondem a tragédia vivida por cada indivíduo”, observa Alfredo Tolmasquim, curador da exposição do Memorial às Vítimas do Holocausto, no Rio de Janeiro.

“Cada pessoa vítima do nazismo tinha um nome, um rosto e uma história, e nós queremos dar voz e contar a história de cada um deles”.

Logo na entrada do museu, um monumento de 20 metros de altura, que simboliza os Dez Mandamentos, destaca o quinto deles: “Não Matarás”.

A exposição é dividida em três salas. Na primeira delas, iluminada e colorida, o visitante recorda o dia a dia dos judeus antes da ascensão de Hitler ao poder. Há vídeos e fotos de escolas, casamentos e aniversários.

O segundo módulo, sombria e silenciosa, retrata a vida durante o Holocausto. Nas paredes, em vez de fotografias colorizadas, retratos em preto & branco. O silêncio é quebrado quando o visitante toca um totem e ouve as histórias de vítimas e sobreviventes. A da princesa Maria Carolina é apenas uma entre tantas.

A última sala ilustra a vida depois da Segunda Guerra Mundial. No centro do módulo, uma mesa interativa dos sobreviventes que foram acolhidos no Brasil. Destaque para Nanette Blitz Konig, de 94 anos.

De origem holandesa, ela foi colega de Anne Frank tanto no Liceu Judaico, na Holanda, onde estudaram, quanto no campo de concentração de Bergen-Belsen, na Alemanha, onde estiveram presas. Hoje, mora em São Paulo.

O regime nazista perseguiu, torturou e assassinou, além de judeus, negros, ciganos, homossexuais, testemunhas de Jeová e deficientes físicos e mentais, entre outros.

“Os deficientes físicos e mentais eram considerados um peso para a sociedade”, descreve Alfredo Tolmasquim.

“Os nazistas identificavam os alemães como membros da raça ariana, uma raça superior, idealizada como pessoas altas, inteligentes, atléticas, louras e de olhos azuis. Os deficientes ‘sujavam’ a pureza da raça. Milhares de deficientes foram assassinados e outros tantos foram esterilizados em nome de uma pretensa ‘pureza’ da raça”.

História por André Bernardo – Fonte BBC News Brasil.

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Descobertas bizarras e valiosas encontradas em lugares que você nunca imaginaria https://radioyoruba.com.br/2023/08/27/descobertas-bizarras-e-valiosas-encontradas-em-lugares-que-voce-nunca-imaginaria/ https://radioyoruba.com.br/2023/08/27/descobertas-bizarras-e-valiosas-encontradas-em-lugares-que-voce-nunca-imaginaria/#respond Mon, 28 Aug 2023 01:23:55 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=11784 Por Eduardo de Oxalá| Redação Todos nós já fizemos algumas descobertas inesperadas na vida. Talvez você tenha encontrado 10 Reais em um bolso de casaco que você não usou, ou você se deparou com uma relíquia de família em seu porão durante a limpeza. Assim como suas descobertas, essas descobertas acontecerem de repente. Elas variam […]

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Por Eduardo de Oxalá| Redação

Todos nós já fizemos algumas descobertas inesperadas na vida. Talvez você tenha encontrado 10 Reais em um bolso de casaco que você não usou, ou você se deparou com uma relíquia de família em seu porão durante a limpeza. Assim como suas descobertas, essas descobertas acontecerem de repente. Elas variam de estranho a inestimável.

Foto reprodução Internet – Garrafa de Bruxa.

1. ‘Garrafa de Bruxa’ descoberta em chaminé inglesa
Local: Watford, Inglaterra
Ano da Descoberta: 2019
Valor Estimado: $40*

Empreiteiros que estavam demolindo um antigo pub em Watford, Inglaterra, se depararam com uma descoberta incomum na seção da chaminé do prédio. Essa surpresa assustadora e folclórica era uma garrafa de bruxa, cheia com um líquido não identificado, dentes e cacos de vidro. Especialistas acreditam que a garrafa remonta a década de 1800.

Provavelmente foi colocada no pub para afastar as bruxas. Considerando que esta propriedade de Watford foi o local de nascimento da Bruxa de Saratoga, isso faz sentido. Angeline Tubbs era o nome verdadeiro da bruxa, e ela se mudou para Saratoga, Nova Iorque em 1761, onde ganhou a vida praticando adivinhação e fazendo garrafas de bruxa para assustar a concorrência.

 

2. Navio perdido encontrado no Deserto da Namíbia — com ouro a bordo

2. Navio perdido encontrado no Deserto da Namíbia — com ouro a bordo
Local: Oranjemund, Namíbia
Ano da Descoberta: 2008
Valor Estimado: $13 milhões*

Quando você pensa em lugares onde encontraria um navio, o deserto da Namíbia provavelmente é o último da sua lista. Mas, acredite ou não, foi lá que foram encontrados os restos mortais do Bom Jesus. Este navio português desapareceu há quinhentos anos quando afundou na costa da Namíbia. Com o recuo das águas costeiras, o Bom Jesus ressurgiu.

Quando afundou em uma tempestade feroz, estava a caminho da Índia carregado de tesouros como lingotes de ouro e cobre. Os mineradores de diamantes descobriram o navio e alertaram o governo da Namíbia, que enviou uma equipe para desenterrar os destroços. Duas mil moedas de ouro puro e dezenas de milhares de quilos de lingotes de cobre foram descobertos no Bom Jesus, quase todos intactos.

 

Antiga capela escondida – Foto reprodução Internet

3. Família descobre antiga capela escondida sob sua casa
Local: Shropshire, Inglaterra
Ano da Descoberta: 2010
Valor Estimado: $10,000-$50,000* (custo para construir, aj. para inflação)

Essa descoberta incomum parece ser o início de um filme de terror. Em Shropshire, Inglaterra, Pat e Diane Farla estavam dando uma festa de Sexta-feira Santa quando um deles decidiu finalmente olhar atrás de uma placa retangular de 1,80 m de comprimento na parede. Acredite ou não, eles não verificaram essa placa nos três anos em que possuíam a casa.

Após retirar a placa, eles descobriram um buraco que os levou a uma pequena capela subterrânea. Parecendo uma entrada de adega, tinha bancos de igreja e uma cruz, confirmando ser de natureza religiosa. As autoridades acreditam que esta igreja subterrânea poderia ter sido usada séculos atrás por congregações que fugiam da perseguição religiosa durante uma das muitas guerras religiosas da Inglaterra.

 

One-of-a-kind Qing Dynasty Vase Discovered in Attic @TheSunOnline/Pinterest.com

4. Vaso único da dinastia Qing achado num sótão
Local: Paris, França
Ano da Descoberta: 2018
Valor Estimado: $19 milhões*

Ao vasculhar o sótão, os proprietários de uma casa na França acharam um vaso de porcelana ornamentado. O vaso ficara ali por anos, mas, quando o casal o viu, levou o objeto para Paris, para que a casa de leilões Sotheby o avaliasse.

A Sotheby’s descobriu que o vaso era uma obra de arte original da dinastia Qing e acabou estimando o valor do objeto em $590.000 e $825.000. Esse tesouro secreto, no entanto, seria vendido por muito mais: um comprador o adquiriu num leilão com o lance de $19 milhões. Essa peça deve ser mesmo única, para ter esse preço.

 

Two Brothers Find $15m Painting in Wall ©Handout/Getty Images

5. Pintura de $15 milhões, encontrada por dois irmãos
Local: Arlington, Vermont
Ano da Descoberta: 2006
Valor Estimado: $15,4 milhões*

Dois irmãos faziam uma busca na casa do pai após sua morte quando descobriram algo bastante surpreendente dentro das paredes. Era um quadro original de Norman Rockwell. A obra combinava com um quadro na parede, a poucos centímetros de distância.

Ao que parece, o pai dos irmãos escondeu o original valioso de sua ex-mulher enquanto os dois se divorciavam. Ele escondeu o Rockwell original atrás da porta e pendurou uma cópia na parede. A cópia ficou lá por anos, até a morte do dono da casa. Num leilão da Sotheby’s, o quadro, cujo nome é “Breaking Home Ties”, foi vendido por $15,4 milhões.

 

Terracotta Warriors’ Discovered in Pit Around Secret Tomb ©meanmachine77/Shutterstock.com

6. Guerreiros de terracota descobertos em uma fenda ao redor de tumba secreta
Local: Xi’an, Shaanxi, China
Ano da Descoberta: 1974
Valor Estimado: $4.5 milhões por guerreiro*

Em 1974, trabalhadores chineses que construíram uma fenda descobriram milhares de figuras de barro de terracota vestidas para a batalha. O Exército de Terracota, como agora é conhecido, é Patrimônio Mundial da UNESCO, designação que recebeu em 1987. O Exército foi encontrado próximo ao mausoléu construído para Qin Shi Huang, o primeiro imperador chinês.

As figuras são extremamente detalhadas e são uma réplica inteira de todos os guerreiros do rei. Há 8.000 soldados de terracota no total, e apenas 2.000 deles foram escavados. Os guerreiros foram designados para proteger o imperador quando ele fez sua jornada para a vida após a morte em 210 a.C.

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Angeline Tubbs , também conhecida como A Bruxa de Saratoga , foi uma figura semi-lendária que viveu na área de Saratoga Springs, Nova York, nos anos 1700 e 1800. https://radioyoruba.com.br/2023/08/27/angeline-tubbs-tambem-conhecida-como-a-bruxa-de-saratoga-foi-uma-figura-semi-lendaria-que-viveu-na-area-de-saratoga-springs-nova-york-nos-anos-1700-e-1800/ https://radioyoruba.com.br/2023/08/27/angeline-tubbs-tambem-conhecida-como-a-bruxa-de-saratoga-foi-uma-figura-semi-lendaria-que-viveu-na-area-de-saratoga-springs-nova-york-nos-anos-1700-e-1800/#respond Sun, 27 Aug 2023 23:28:52 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=11786 Ela veio da Inglaterra quando tinha quinze anos. Ela estava noiva e prestes a se casar com um oficial britânico. Ele veio lutar contra os rebeldes na América, e ela esteve ao lado dele na longa viagem e durante as dificuldades dos tempos de guerra. Ela era linda naquela época, com olhos negros penetrantes e […]

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Ela veio da Inglaterra quando tinha quinze anos. Ela estava noiva e prestes a se casar com um oficial britânico. Ele veio lutar contra os rebeldes na América, e ela esteve ao lado dele na longa viagem e durante as dificuldades dos tempos de guerra.

Ela era linda naquela época, com olhos negros penetrantes e cabelos longos e esvoaçantes. E no verão ou no inverno ela enrolava seu xale vermelho. Talvez tenha sido o seu oficial britânico quem o deu a ela.

Foto Reprodução Internet – Angeline Tubbs, a Bruxa de Saratoga

Após a Batalha de Saratoga, ele a abandonou. Quando as tropas britânicas marcharam para o sul em direção a Albany, ela foi deixada para trás em um país estrangeiro. Ela caminhou sozinha de Stillwater, onde a batalha ocorreu, através da floresta até Saratoga Springs. Naquela época não era uma cidade, apenas lugares pantanosos e rochosos, com lobos e ursos por toda parte e nunca um homem para protegê-la ou alguém para lhe fazer companhia.

Ela morava perto do que hoje é a rota 9, ao norte de Saratoga, no sopé de uma colina que eles chamam de Monte Vista – ou Colina de Angeline. Ela construiu para si uma cabana humilde. E ela caçava animais da região para se alimentar. Verão ou inverno, sol ou chuva, ela subia as colinas rochosas e andava com vários gatos que a acompanhava. E por muitos anos viveu ali, ao norte da vila de Saratoga Springs ergue-se um promontório rochoso – chamado “Monte Vista” – cujas massas cinzentas pairam carrancudas sobre um vale abaixo.

Por muitos anos, Tubbs viveu lá em uma cabana cercada por uma ninhada de gatos. Ela desenvolveu uma reputação de bruxa e ganhava a vida lendo fortunas e armadilhas. Stone fornece a seguinte descrição: Se ela fosse dona dos redemoinhos, não poderia ter ficado mais encantada com as tempestades. Ela tinha sido vista, sua forma ereta e com os braços estendidos, à beira de terríveis precipícios, no meio das mais terríveis tempestades, conversando, por assim dizer, com espíritos invisíveis, seus longos e emaranhados cabelos balançando ao vento, enquanto o trovão agitava as rochas sob seus pés, e o relâmpago vermelho a cercava como se fosse um lençol de chamas.

Alguns dizem que ela nunca mais foi a mesma após ser abandonada. Ela certamente não era uma mulher bonita quando os habitantes da cidade de Saratoga a conheceram. Ela se tornara uma velha enrugada com nariz adunco.

Foto reprodução Internet – Garrafa de Bruxa usada para afastar Bruxas da localidade.

Alguns disseram que ela havia sido presa logo no início e condenada à forca. Diziam que o enforcamento falhou e que o laço deixou nela para sempre a sua terrível marca, roubando-lhe a beleza. Mas nenhum jornal que encontrei disse que isso aconteceu.

Ela estava em Saratoga quando George Washington visitou High Rock Springs, embora nunca tenha vindo visitá-la. E ela estava em Saratoga quando Gideon Putnam, o fundador da cidade, construiu sua taverna.

Sra. Putnam, nora de Gideon Putnam, fez amizade com ela. Mas a maioria das pessoas respeitáveis ​​a evitava, ria dela e afastava os filhos pequenos da velha resmungona de xale vermelho. Certa vez, as pessoas da cidade zombaram dela e riram dela quando ela compareceu a uma reunião de oração, e ela fugiu, envergonhada.

Quando ela ficou velha demais para capturar e caçar, ela começou a vir à cidade para mendigar ou ler a sorte por alguns centavos. Muitas fortunas se tornaram realidade, disseram alguns. E essas mesmas pessoas acreditavam que ela era realmente uma bruxa.

Certa vez, William Stone e o reverendo Francis Wayland pararam na Crabb’s House em Bear Swamp, a leste da cidade. Crabb desenhou os signos do zodíaco no chão com um pedaço de carvão. Ele estava parado no meio segurando uma caveira em uma mão e uma haste de hamamélis na outra. Ele tinha pequenas fogueiras acesas ao seu redor. Perto dali, Angeline Tubbs estava de joelhos abrindo um sapo.

Angeline Tubbs, a Bruxa de Saratoga – Foto Reprodução Internet

O velho Crabb estava dizendo: “Você vê? Você vê? É claro como o dia se você souber o que procurar. Aquele tremor na pata traseira do sapo? Bem, esse é o sinal que estávamos esperando. Você viverá tanto quanto cada um de seus gatos. E se eu fosse você cuidaria bem deles, porque quando o último morrer, você também morre. Não tenho mais nada a dizer, exceto que você me deve o que prometeu.”

William Stone escreveu sobre isso em seu diário em 1826, então imagino que seja verdade.

E Angeline Tubbs envelheceu cada vez mais.

Ela viu a cidade enriquecer e viu os turistas ricos em suas carruagens elegantes.

Parece que ela não se importava com o desprezo das pessoas da cidade. Certa vez, um fotógrafo viajante tirou uma foto dela e chamou-a de “A Bruxa de Saratoga”. Ela vendeu cópias aos turistas e ganhou algum dinheiro. Mas se ela estava envergonhada ou orgulhosa, ninguém sabia. Ninguém perguntou.

As pessoas muitas vezes afirmavam ter visto uma mulher em Mount Vista, Angeline’s Hill, parada na beira de um penhasco, com os braços estendidos, os cabelos esvoaçando ao vento, um manto vermelho voando no meio de tempestades terríveis, relâmpagos ao seu redor. . Ela parecia estar conversando com os espíritos da tempestade. E a mulher certamente era a própria Angeline Tubbs.

Um por um, seus gatos morreram, todos vinte ou mais. E quando o último gato morreu, ela morreu também. Não em sua própria casa, mas em um asilo para pobres, em 1865. Segundo suas próprias contas, ela tinha 104 anos.

Foi anos mais tarde, em 1932, quando a era dourada era uma memória e apenas os historiadores locais se lembravam de Angeline, que um homem chamado Ben Carradine passou uma temporada em Yaddo, aquele retiro especial para escritores e outros artistas nos arredores da cidade. Perto do pequeno lago por ali, no início da noite, ele ficou aterrorizado ao ver dois espíritos fantasmagóricos, um de uma jovem e o outro de um homem caminhando ao lado dela com uma jaqueta militar vermelha brilhante. A jovem parecia terrivelmente infeliz. Outros apenas riram de Ben Carradine por ser um idiota, pensando que via fantasmas.

Anos mais tarde, na primavera de 1955, ele estava visitando Saratoga mais uma vez, vindo de sua casa em Ohio. Ele estava dirigindo para o norte da cidade e parou para admirar o pôr do sol. Ele até saiu do carro e começou a subir um morro, o morro de Angeline. No meio do caminho, uma tempestade rápida se abateu sobre ele. Ele procurou abrigo sob uma rocha saliente.

Ele estava na escuridão, sob a chuva, quando um relâmpago iluminou o topo da colina onde ele havia buscado refúgio no meio da descida. Uma figura solitária estava parada na saliência de pedra no topo, recortada contra o céu. Ela ficou ereta, os braços estendidos para o céu furioso. Seus longos cabelos e sua capa molhada esvoaçavam atrás dela. E ele ouviu seu grito agudo acima dele. Outro raio iluminou a mulher. Ela gritou repetidas vezes enquanto os relâmpagos brilhavam, os trovões estalavam, a chuva caía e o vento uivava. Finalmente as nuvens se afastaram, os gritos cessaram e a mulher desapareceu.

Você pode acreditar que Ben Carradine era apenas um aspirante a escritor maluco, que provavelmente inventou tudo. Talvez sim. Mas muitos de nós em Saratoga suspeitamos que Ben Carradine tinha visto o fantasma de Angeline Tubbs, uma mulher mais à vontade com os elementos furiosos do que na cidade que não conseguiu confortar ou proteger a sua própria alma perdida.

Por Redação.

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Sábado de Aleluia também é dia de Maria Mulambo https://radioyoruba.com.br/2023/04/11/sabado-de-aleluia-tambem-e-dia-de-maria-mulambo/ https://radioyoruba.com.br/2023/04/11/sabado-de-aleluia-tambem-e-dia-de-maria-mulambo/#respond Tue, 11 Apr 2023 19:05:39 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=11289 Por redação! No último dia 08 de abril, sábado de aleuia foi realizado uma homenagem à Maria Mulambo e Tranca Rua e é claro aos convidados que participaram. Babalorixá Alexandre conhecido como Gamo de Oxaguian recebeu seus convidados ao meio-dia com um bem servido churrasco juntamente com a presença de sua pombagira. Em nota ele […]

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Por redação!

No último dia 08 de abril, sábado de aleuia foi realizado uma homenagem à Maria Mulambo e Tranca Rua e é claro aos convidados que participaram.

Babalorixá Alexandre conhecido como Gamo de Oxaguian.

Babalorixá Alexandre conhecido como Gamo de Oxaguian recebeu seus convidados ao meio-dia com um bem servido churrasco juntamente com a presença de sua pombagira.

Em nota ele fala com a nossa equipe sobre essa homenagem!
— Motumbá a todos! Hoje não é uma festa de Maria Mulambo, independente de qualquer religião, para nós do candomblé, umbanda que louvamos a Exu, hoje é um dia de comemorar pedindo prosperidade dando ao povo da rua os que eles pedem.

Barracão do Gamo de Oxaguian

Ouça com mais detalhes essa entrevista na voz do próprio Gamo de Oxaguain

Babalorixá Gamo de Oxaguian fala sobre o sábado de aleluia

 

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Terreiros tombados em SP preservam memória e ancestralidade africana. Saiba como conhecer https://radioyoruba.com.br/2023/04/01/terreiros-tombados-em-sp-preservam-memoria-e-ancestralidade-africana-saiba-como-conhecer/ https://radioyoruba.com.br/2023/04/01/terreiros-tombados-em-sp-preservam-memoria-e-ancestralidade-africana-saiba-como-conhecer/#respond Sun, 02 Apr 2023 01:39:29 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=11157 O estado de São Paulo reconheceu um terreiro como patrimônio histórico pela primeira vez em 1990 —depois, levou quase três décadas para que outros desses espaços também fossem tombados pelo governo. O reconhecimento foi tardio, já que há pelo menos um século há sinais da presença de religiões afro-brasileiras na região. A demora não é […]

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O estado de São Paulo reconheceu um terreiro como patrimônio histórico pela primeira vez em 1990 —depois, levou quase três décadas para que outros desses espaços também fossem tombados pelo governo. O reconhecimento foi tardio, já que há pelo menos um século há sinais da presença de religiões afro-brasileiras na região.

Ambiente do terreiro Ilê Olá Omi Asé Opô Àrálá, em São Bernardo do Campo – Karime Xavier/Folhapress

A demora não é mero acaso e vem acompanhada de um longo histórico de repressão e violência. Manifestações religiosas como o candomblé e a umbanda já foram tidas como ilegais no Brasil e o próprio Estado era responsável por revistar e apreender objetos de locais considerados sagrados pelos praticantes dessas religiões. Por isso, os terreiros tiveram que abrandar seus ritos e afastá-los de suas origens por muito tempo.

Detalhe do barracão do terreiro Ilê Obá Omi Axé Opô Aracá, em São Bernardo do Campo – Karime Xavier/Folhapress

O reconhecimento dos espaços como bens culturais —além da religião, eles abarcam festas, danças, musicalidades, jogos e culinária— só foi alcançado a partir de reivindicações do movimento negro. No estado de São Paulo, a preocupação com a conservação e proteção dos espaços religiosos de matriz africana virou assunto na década de 1990, com o tombamento do terreiro de candomblé Axé Ilê Obá, fundado em 1950 na zona sul da capital paulista.

Foi um longo processo capitaneado por Mãe Sylvia de Oxalá com a ajuda de outras lideranças do candomblé, políticos e estudiosos que se debruçaram na história do terreiro para provar a importância das religiões de origem negra na construção da identidade brasileira para o Condephaat —órgão da secretaria de Cultura que regula o patrimônio.

Uma das pessoas à frente do processo à época, o antropólogo Vagner Gonçalves da Silva foi procurado anos depois pelo Terreiro Santa Bárbara, que estava prestes a ter parte de seu espaço demolido para a construção de uma rodovia. Logo, outros quatro pedidos se juntaram à lista e foram reunidos pelo grupo de trabalho Territórios Tradicionais de Matriz Africana Tombados de SP. A missão era juntar as solicitações para que elas ganhassem força. Vinte e nove anos depois, mais terreiros foram reconhecidos.

“Muitos terreiros demandam esse tombamento como uma forma de garantir sua sobrevivência —seja por uma disputa familiar, uma ameaça do Estado, ou até uma que venha dos processos de intolerância religiosa”, diz o antropólogo. “Tombar um terreiro é uma forma de forçar o Estado a reconhecer as heranças culturais africanas como parte legítima do processo de formação da sociedade brasileira. Faz com que essas comunidades sejam vistas como produtoras de um saber que não se limita à esfera religiosa”, explica. Para Silva, é o reconhecimento de que um terreiro não é apenas um lugar, mas um território.

Do lado das lideranças, adicionar a camada do patrimônio à legitimação garante mais segurança às religiões, ameaçadas desde suas origens —ainda que a intolerância não reconheça marcos como este. “É extremamente importante para a preservação da nossa cultura, da nossa religião, do nosso axé, daquilo que nós temos como religião”, diz Mãe Carmen de Oxum, ialorixá do Ilê Obá Omi Axé Opô Aracá, casa de São Bernardo do Campo tombada na leva de 2019.

Foto reprodução

Para Sidnei Nogueira, babalorixá e autor do livro “Intolerância Religiosa”, publicado pela editora Jandaíra em 2020, os tombamentos vêm para validar o que desde sempre foi cristalino para a comunidade que o frequenta. “É um espaço revolucionário de resistência negra e um espaço de memória. Fala sobre a capacidade de manutenção de um código sofisticado, reelaborado no Brasil por pretos e pretas escravizados. É a ressignificação de uma África ancestral”, diz.

A inclusão de terreiros na lista de espaços tombados culturalmente, segundo seus líderes, ainda amplia na sociedade a ideia de que esses territórios extrapolam crenças religiosas —o que impacta diretamente na luta antirracista.

Da mesma forma que uma pessoa não católica visita uma igreja para observar sua arquitetura e o retrato que ela faz de um tempo, os terreiros também são valiosos contadores de histórias. “Não precisa se converter, porque nossa cultura não é de proselitismo”, diz Pai Sidnei. “Se você quer lutar por nós, o primeiro passo é nos conhecer. Lutar por nós só no discurso não resolve nada.”

Axé Ilê Obá
O primeiro terreiro tombado de São Paulo fica no bairro do Jabaquara, na zona sul da capital paulista. Sob o comando de Mãe Paula de Yansã, faz giras às quartas-feiras, atendimentos particulares com jogos de búzios e festas —a próxima dela é a das Yabás, orixás femininas, e está marcada para o dia 3 de dezembro, sábado. Também organiza visitas para grupos que querem saber mais sobre a história do terreiro e do candomblé paulista.
R. Azor Silva, 77, Jabaquara, tel.: (11) 5588-2437 e (11) 5588-0017. Festa das Yabás: 3/12, sábado, às 16h. Instagram @axeileoba e site

O primeiro terreiro de candomblé tombado como patrimônio de São Paulo
Em sua terceira geração, Axé Ilê Obá tem ialorixá moderna e história de mais de 70 anos

Ilê Afro-brasileiro Odé Loreci
O terreiro de candomblé localizado em Embu das Artes tem 10 mil m² quadrados e foi tombado em 2019. Além do espaço religioso, como o barracão e o Pátio dos Orixás, há um centro cultural com biblioteca e museu que conta a história da África, dos escravizados e do próprio candomblé. As atividades ultrapassam a religiosidade —também oferece oficinas de contação de histórias e de comida africana. As visitas ao museu são feitas a partir de agendamentos. O espaço ainda fica aberto em dias de festivais, como o dedicado a Oxalá e a Iemanjá, no dia 3 de dezembro.
R. Monte Alegre, 126, Jd. dos Pinheiros, Embu das Artes, tel.: (11)4704-4621. Festival de Oxalá e Iemanjá: 3/12, sábado, às 19h. Instagram @ileodeloreci

Ilé Alaketu Asé Airá – Templo Culto Sagrado Tatá Pércio do Battistini
O terreiro de culto de nação Ketu, a mais popular do candomblé, foi fundado na década de 1960 na zona norte da capital paulista, mas depois migrou para São Bernardo do Campos. Criação de Tatá Pérsio de Xangô, iniciado na religião pela Mãe Menininha do Gantois, foi reconhecido como patrimônio de São Paulo em 2019. Atualmente sob o comando da Mãe Luizinha de Nanã, a casa avisa no perfil no Facebook os dias de giras e festas. Fecha para atendimento particular com horário marcado às quartas-feiras.
R. Antônio Batistini, 226, São Bernardo do Campo, tel. (11) 99950-7535. facebook.com/asebatistinioficial

Ilê Olá Omi Asé Opô Àráká
O terreiro de candomblé, que tem como ialorixá Carmem de Oxum e, como babalorixá, Karlito D’Oxumaré, tem 50 anos de tradição e é patrimônio do estado de São Paulo desde 2019. Antes, em 2017, já havia sido tombado pelo órgão municipal de São Bernardo do Campo. O acervo religioso fica disponível para os visitantes conhecerem o que é o sagrado e as tradições de matriz africana no barracão, também chamado de salão. Há também uma biblioteca com livros feitos no próprio espaço, que trazem estudos sobre plantas tradicionais utilizadas nos cultos. O próximo evento aberto ao público será a festa de Oxum Yeponda e das Yabás, as orixás femininas, neste sábado dia 19.
Al. dos Pinheirais, 270, São Bernardo do Campo, Jd. Porto Novo. Festa Oxum Yeponda e Yabás: Sáb. (19), às 22h. Instagram @ileolaoficial

Santuário Nacional da Umbanda
O Vale dos Orixás fica na reserva ecológica da Serra do Mar e foi tombado como patrimônio cultural imaterial em 2019. São 645 mil m² de mata nativa —recuperadas desde que o local, que antes era uma pedreira, foi assumido pelo babalaô Ronaldo Linares na década de 1960. Desde então, é usado como espaço contemplativo e também de oferendas. É possível deixar presentes para os orixás em pontos como a casa dos Pretos Velhos, a pedreira de Xangô e o lago de Nanã, desde que sejam seguidas as regras de preservação ambiental. Também dá para se banhar, de roupa, na cachoeira de Iansã. O local tem lanchonete, além de uma florista e lojinha, caso o visitante queira comprar as oferendas por lá mesmo.
Estrada do Montanhão, 700, Montanhão, Santo André. Instagram @santuarionacionaldaumbanda e site

Terreiro Santa Bárbara
O terreiro fundado por Mãe Manaundê, a Julita Lima da Silva, foi o primeiro de candomblé a ser reconhecido em cartório —sob o nome Tenda Espírita Oiá Dilê— em 1962. Foi tombado em 2018. Lá, são feitas ações sociais para a comunidade, como a distribuição de cestas básicas.
R. Ruiva, 90, Brasilândia, região norte. Mais informações e agenda no Instagram @terreirosanta


O que saber para a visita
O terreiro é um espaço sagrado e, como em qualquer igreja ou templo, as vestimentas importam. Use roupas brancas ou de cores claras e que cubram o corpo; regatas, bermudas ou minissaias, por exemplo, não são boas opções

Não vá ao terreiro se estiver sob o efeito de álcool e outras substâncias

Respeite o ritual e se mantenha em silêncio, nos lugares designados para o público. Não use o celular e deixe o aparelho e em modo silencioso

Além do calendário de festas públicas e de giras abertas, uma boa opção para conhecer a casa é marcar uma consulta privada, com jogo de búzios, por exemplo

Lembre-se de verificar a programação do local e checar se o evento é aberto

O conteúdo Terreiros tombados em SP preservam memória e ancestralidade africana. Saiba como conhecer aparece primeiro em Estação de Radio Yorùbá.

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O Beijo da Vida: a premiada foto que é uma lição de sorte, amizade e heroísmo https://radioyoruba.com.br/2023/03/01/o-beijo-da-vida-a-premiada-foto-que-e-uma-licao-de-sorte-amizade-e-heroismo/ https://radioyoruba.com.br/2023/03/01/o-beijo-da-vida-a-premiada-foto-que-e-uma-licao-de-sorte-amizade-e-heroismo/#respond Wed, 01 Mar 2023 21:49:14 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=11111 O Beijo da Vida Créditos: Jacksonville Historical Society O fotógrafo nova-iorquino Rocco Morabito estava dirigindo pelas ruas de Jacksonville, Flórida, EUA em julho de 1967 a caminho de cobrir uma greve de ferroviários. Uma potencial tragédia e um potencial milagre, no entanto, mudaria sua carreira, lhe rendendo o importante Prêmio Pulitzer de 1968. A foto […]

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O Beijo da Vida
Créditos: Jacksonville Historical Society

Foto Reprodução Internet!

O fotógrafo nova-iorquino Rocco Morabito estava dirigindo pelas ruas de Jacksonville, Flórida, EUA em julho de 1967 a caminho de cobrir uma greve de ferroviários. Uma potencial tragédia e um potencial milagre, no entanto, mudaria sua carreira, lhe rendendo o importante Prêmio Pulitzer de 1968.

A foto intitulada O Beijo da Vida (The Kiss of Life) mostra o funcionário da companha elétrica da cidade J.D. Thompson fazendo respiração boca a boca no colega Randall G. Champion, após este ficar inconsciente ao levar um choque de uma linha de baixa tensão. Eles estavam realizando uma manutenção de rotina quando Champion perfurou uma das linhas de baixa tensão no topo do poste. Seu arnês de segurança impediu uma queda, e Thompson, que estava subindo abaixo dele, rapidamente o alcançou. Champion não estava respirando, e seu rosto estava cinza-azulado, segundo o amigo, que então realizou uma reanimação boca a boca.

Dadas as circunstâncias, não era possível realizar a reanimação cardiorrespiratória (RCR), mas Thompson levou ar aos pulmões de Champion até sentir um leve pulso do amigo, depois soltou o cinto e desceu com ele no ombro.

Thompson e outro trabalhador puderam realizar a reanimação cardiorrespiratória quando desceram, e Champion conseguiu, no momento em que os paramédicos chegaram, finalmente se recuperar completamente.

Morabito relata:

“Passei por esses homens trabalhando e continuei com minha tarefa. Tirei oito fotos na greve. Pensei em voltar e ver se conseguia tirar outra foto […] E então ouvi gritos. Eu olhei para cima e vi esse homem pendurado. Meu Deus. Eu não sabia o que fazer. Tirei uma foto rapidamente. J.D. Thompson correu em direção ao poste. Fui ao meu carro e chamei uma ambulância. Voltei à pole e J.D. estava fazendo respiração boca-a-boca em Champion. Eu me afastei até chegar perto de uma casa e me posicionei já que não podia ir mais longe. Tirei outra foto. Até que ouvi Thompson gritando: Ele está respirando!

Thompson foi chamado de herói, muitas vezes, mas ele diz não ser nada de mais:
Se houvesse outras pessoas lá, se eu não tivesse chegado lá primeiro, elas teriam feito exatamente a mesma coisa que eu. Isso já foi feito muitas vezes antes; a vida das pessoas foram salvas. Mas não há fotos.

Já Champion comentou anos depois, em uma entrevista:

Muitas pessoas não sobrevivem. A questão é quanto tempo você fica preso ao fio, sabe? Muitas pessoas morrem instantaneamente.

Champion não apenas sobreviveu a isso graças a Thompson, mas viveu por mais 35 anos. Ele morreu em 2002 aos 64 anos, falecendo vítima de um infarto. Thompson ainda está vivo.

Foto Reprodução Internet!

As três pessoas que participaram da foto. Da esquerda pra direita: R. G. Champion, que levou o choque, J. D. Thompson que o salvou e Rocco Morabito, que ganhou o Prêmio Pulitzer pela foto. Os três homens se reuniram pra comemorar os 20 do prêmio. Champion estava no hospital se recuperando de uma cirurgia de marcapasso na ocasião.
Créditos: Arquivo do Times-Union

Morabito contatou o editor-chefe do jornal Dick Bussard: “Acho que tenho uma imagem muito boa”.
O editor Bob Pate veio com o nome “O Beijo da Vida” e, naquela tarde, a foto e a legenda encontraram espaço na primeira página.
Rocco Morabito ganhou o Prêmio Pulitzer de 1968 pela Fotografia de Última Hora (categoria inaugurada por sua vitória) por “O Beijo da Vida”. A fotografia ao invés de servir apenas de destaque para o Jacksonville Journal que trabalhava, foi publicada em jornais de todo o mundo.
O jornal deu uma festa, onde seus colegas do jornal levantaram Morabito em seus ombros. “Esse é o nosso Rocco!”, dizia uma manchete que registrou esse momento no editorial da revista.

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História e Origem do Carnaval https://radioyoruba.com.br/2023/02/23/historia-e-origem-do-carnaval/ https://radioyoruba.com.br/2023/02/23/historia-e-origem-do-carnaval/#respond Thu, 23 Feb 2023 19:24:45 +0000 https://radioyoruba.com.br/?p=11089 O Carnaval tem sua origem na Antiguidade com festas aos deuses onde se permitia uma alteração na ordem social. Desta maneira, os escravos e servos assumiam os lugares dos senhores e a população aproveitava para se divertir. Embora seja conhecido como o país do Carnaval, o Brasil não é o único a comemorá-lo de forma […]

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O Carnaval tem sua origem na Antiguidade com festas aos deuses onde se permitia uma alteração na ordem social.
Desta maneira, os escravos e servos assumiam os lugares dos senhores e a população aproveitava para se divertir.
Embora seja conhecido como o país do Carnaval, o Brasil não é o único a comemorá-lo de forma intensa.
Cidades como Veneza (Itália), Nice (França), Nova Orleans (EUA), Ilhas Canárias (Espanha), Oruro (Bolívia) e Barranquilla (Colômbia), também celebram a festa de forma bem animada.

Origem do Carnaval: como surgiu a festa
A origem do Carnaval está nas festas aos deuses da Antiguidade.

Na Babilônia, se realizava a comemoração das Saceias, onde era permitido que um prisioneiro assumisse a identidade do rei por alguns dias, sendo morto ao fim da comemoração. Igualmente havia uma celebração, no templo do deus Marduk, quando o rei era agredido e humilhado, confirmando a sua inferioridade diante da figura divina.

Já na Grécia Antiga, havia festas para se comemorar a chegada da primavera onde estava permitido que toda população, sem distinção de nascimento, participasse do evento. Celebração semelhante ocorria no Império Romano, na Saturnália, quando as pessoas se mascaravam e passavam dias a brincar, comer e beber.

A evolução do Carnaval
Com a ascensão do cristianismo, as festas pagãs ganharam novos significados. Assim, o Carnaval tornou-se a oportunidade dos fiéis despedirem-se de se alimentarem de carne. Inclusive, a palavra carnaval vem do latim carnis levale que significa “retirar a carne”.

Para a Igreja Católica, o Carnaval antecede a Quaresma, o período de quarenta dias antes da Páscoa, onde se recorda o momento no qual Jesus esteve no deserto e foi tentado pelo demônio.

O Carnaval de Veneza se caracteriza pelos bailes e trajes ricamente elaborados

Desde o início da sua comemoração, no Carnaval, as pessoas podiam esconder ou trocar de identidade.

Assim, tinham maior liberdade para se divertir, ao mesmo tempo que podiam adquirir características ou funções diferentes do que eram verdadeiramente: pobres podiam ser ricos, homens podiam ser mulheres, entre outros.

Máscaras de Carnaval eram usadas para esconder a identidade

Em Veneza, os nobres usavam máscaras para poder desfrutar da festa junto do povo e manter sua identidade oculta. Esta é a origem do uso da máscara, que é uma característica marcante desta celebração.

Origem do Carnaval no Brasil
No Brasil, o Carnaval surgiu com o entrudo trazido pelos portugueses. Este consistia numa brincadeira quando as pessoas atiravam água, farinha, ovos e tinta uma nas outras.

Por sua parte, os africanos escravizados se divertiam nestes dias ao som de batuques e ritmos trazidos da África e que se mesclariam com os gêneros musicais portugueses. Esta mistura seria a origem da marchinha de carnaval e do samba, entre muitos outros ritmos musicais.

Jogos do entrudo. Aquarela de Augustus Earle (1822)

No começo do século XX, com o objetivo de civilizar a festa, a prática de lançar farinha e água foi proibida. Por isso, as pessoas começaram a importar dos carnavais de Paris e Nice o costume de jogar confetes, serpentinas e buquês de flores.

Com a popularização dos automóveis, as famílias mais abastadas do Rio de Janeiro, Salvador ou Recife, saíam com os carros e jogavam confetes e serpentinas nos passantes.

Esta tradição se manteve até a década de 30, quando se registrou o fim da fabricação dos automóveis descapotáveis e também pelo barateamento dos veículos que permitiam as classes populares entrarem na festa.

O Carnaval de rua era animado pelas marchinhas, um gênero musical parecido às marchas militares, porém mais rápidas e com letras de duplo sentido. Desta maneira, criticam a sociedade, a classe política e a situação do país de maneira geral.

Considera-se que a primeira marchinha de Carnaval sejam “Ò Abre Alas”, escrita em 1899 pela compositora carioca Chiquinha Gonzaga.

Surgem os “ranchos”, as “sociedades carnavalescas” e os “cordões”, agrupações de foliões que saíam pelas ruas da cidade tocando as marchinhas e fazendo todos dançarem.

Com a popularização do rádio, as marchinhas caíram no gosto popular. Vários cantores registraram estas composições, mas cabe destacar os nomes de Carmem Miranda e Francisco Alves como os maiores intérpretes do gênero.

Na década de 60, a marchinha deu lugar ao samba-enredo das escolas de samba.

Carmem Miranda (1909-1955), cantora, dançarina e atriz luso-brasileira, conhecida como a Pequena Notável

Escolas de Samba
A primeira agremiação que surgiu no Rio de Janeiro se chamava “Deixa Falar”, hoje “Estácio de Sá”, em 1928. A origem do nome “escola” se dá ao fato que os fundadores da “Deixa Falar” estavam num bar em frente a uma escola.

Hoje em dia, elas recebem o nome oficial de “Grêmio Recreativo Escola de Samba”, pois têm o compromisso de difundir a cultura na comunidade onde estão inseridas.

O Carnaval de rua no Rio de Janeiro sofreu um golpe com a construção do “Sambódromo”, que confinava os desfiles a este espaço. A festa passou a ser transmitida pela TV e os ingressos ficaram cada vez mais caros.

Os desfiles de samba das escolas de samba, no Rio de Janeiro, acontecem na marquês de Sapucaí e terminam na Praça da Apoteose

O Carnaval de rua sobrevivia nos subúrbios com grupos como o “Cacique de Ramos”, no centro da cidade, através de blocos como o “Cordão do Bola Preta” e os “Carmelitas”. Na Zona Sul carioca, havia a “Banda de Ipanema” e mesmo o “Imprensa que eu Gamo”, formado por profissionais da comunicação.

Parecia que a festa carioca mais popular estaria destinada aos turistas, mas um grupo de teatro amador, o Boitatá, ressurgiu com o costume de arrastar os foliões pela rua. Atualmente, quase 500 blocos desfilam pelas ruas cariocas.

Carnaval no Nordeste do Brasil
Por ser um país de dimensões continentais, cada região do Brasil comemora o Carnaval de uma maneira diferente.

Duas capitais nordestinas, Salvador e Recife, destacam-se pela beleza de sua festa, a diversidade cultural e musical.

Carnaval de Salvador
Em Salvador, os trios elétricos fazem a alegria dos foliões. Sua origem está ligada às batalhas de flores e aos corsos.

O primeiro trio elétrico foi inventado pelos músicos Dodô e Osmar, em 1950, quando utilizaram amplificação elétrica para seus instrumentos musicais. A partir daí, os demais carros fizeram o mesmo.

Dodô e Osmar animam o carnaval baiano em 1952

Se no Rio de Janeiro as marchinhas deram a tônica da festa, na Bahia o samba, a batucada, o axé, a timbalada e os grandes grupos de percussão como os “Filhos de Gandhi” são a marca da festa baiana.

Carnaval em Recife e Olinda
A festa carnavalesca da capital de Pernambuco e da cidade de Olinda é animada pelo frevo. Igualmente, os recifenses utilizam os bonecos gigantes nos seus desfiles.

Estes bonecos vieram da Europa, pois em países como a Espanha, são confeccionados enormes figuras de reis, rainha e a corte que passeiam pela cidade em certas festas religiosas.

A cada ano, as agremiações lançam novos rostos como jogadores de futebol, atores, personalidades que faleceram, heróis dos quadrinhos, etc.

Igualmente, os bonecos são usados para fazer crítica social e é comum ver políticos retratados por estes artistas.

Bonecos gigantes, marca do Carnaval de rua de Olinda (Pernambuco)

Curiosidades sobre o Carnaval
O desfile de corso ainda é uma tradição mantida no Carnaval de Teresina, no Piauí.
Na década de 80, cidades como São Paulo e Porto Alegre também construíram “sambódromos” para os desfiles de suas escolas de samba.

Por: Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.

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